A PagSeguro faz a mais bem-sucedida
abertura de capital de uma empresa brasileira desde 2011. Mas seu modelo
de negócios está sob ataque no Brasil
Ralphe Manzoni Jr.
A empresa de meios de pagamentos PagSeguro era vista como uma
estranha no ninho onde reinavam gigantes como Cielo, que conta com
Bradesco e Banco do Brasil como principais acionistas; Rede, do Itaú
Unibanco; e GetNet, administrada pelo Santander. Mas, sem alarde, a
companhia controlada pelo UOL, do grupo Folha, conseguiu o que parecia
impensável. Não só se tornou um competidor respeitado por todos esses
colossos financeiros, como protagonizou a maior abertura de capital de
uma empresa brasileira desde 2011 e a maior desde a rede social
Snapchat, que captou US$ 3,4 bilhões em março de 2017, nos Estados
Unidos. Na quarta-feira 24, o CEO da companhia, Ricardo Dutra, e o
diretor financeiro, Eduardo Alcaro, tocaram o sino na Bolsa de Nova York
(Nyse), celebrando o início das negociações dos papéis da PagSeguro.E m
sua estreia, eles fecharam cotados a US$ 29,20, uma espetacular alta de
35,8%. A demanda superou em mais de dez vezes a oferta, o que levou os
coordenadores globais, os bancos de investimento Goldman Sachs e Morgan
Stanley, a elevar o preço das ações. Antes, o teto era de US$ 20,50.
Saiu por US$ 21,50. A captação chegou a US$ 2,3 bilhões, podendo atingir
US$ 2,6 bilhões com a venda de lotes extras. O valor de mercado da
companhia alcançou US$ 8,9 bilhões (R$ 28,2 bilhões), o que fez da
família Frias, controladora do UOL, os mais novos bilionários
brasileiros. No topo:
executivos da PagSeguro celebram abertura de capital (foto à esquerda).
O CEO Ricardo Dutra (primeiro à direita) e o diretor financeiro,
Eduardo Alcaro (segundo à direita) tocam o sino na Nyse (Crédito:Twitter
Nyse e AP Photo/Richard Drew)
Como a PagSeguro conseguiu essa façanha? Quando foi criada em 2006, a
companhia do UOL surgiu para ser um rival do Paypal, o gigante
americano que tinha inventado uma carteira virtual e se destacava como
meio de pagamentos online. A empresa manteve essa trajetória até 2013,
quando começou a vender POS (da sigla em inglês Point of Sales),
conhecidas, popularmente, como maquininhas. A companhia se aproveitou da
abertura de mercado três anos antes. Até 2010, os cartões da Visa só
rodavam nas máquinas da Cielo. Os da Mastercard, nos da Rede. Com a nova
regra, elas eram obrigadas a aceitar todas as bandeiras de cartões de
crédito. A grande sacada da PagSeguro foi vender a maquininha em
diversas parcelas em vez de alugar, como faziam todos os seus rivais
naquela época. Com isso, evitou que os empreendedores pagassem
mensalidades para o uso do terminal, um custo recorrente e que
inviabilizava que muitos usassem o serviço. “O objetivo da PagSeguro é
ganhar dinheiro com a cobrança de um percentual sobre as transações e
com a antecipação de recebíveis”, diz Boanerges Ramos Freire, presidente
da consultoria especializada em varejo financeiro Boanerges & Cia.
“Eles vendem a maquininha praticamente a preço de custo.”
A outra ideia genial da PagSeguro foi focar em um público que ninguém
dava bola: o dos pequenos empresários e de negócios informais. Muitos
deles nem sequer tinham conta corrente em um banco. É um contingente
enorme que estava à margem do mercado. De acordo com o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), há 7,1
milhões de microempreendedores individuais e 3,9 milhões de
microempresas. Esse público não era o alvo de Cielo, Rede e GetNet, que
dirigiam suas atenções às grandes corporações. O UOL foi fundamental
para dar escala a esse modelo de negócio. A companhia usou todo o
tráfego e audiência do portal do grupo Folha para promover a novidade
com campanhas publicitárias que usavam a imagem da atriz Alessandra
Negrini. Além disso, o portal de internet conta com uma grande operação
de data centers, que forneceu a infraestrutura para as operações
tecnológicas, fundamental para garantir não só a segurança das
transações, mas também a disponibilidade do serviço. “Eles nadaram de
braçada em um oceano azul sem quase nenhum predador durante muito
tempo”, diz uma fonte do setor de meios de pagamentos. Agora vai: a Cielo, de Eduardo Gouveia, comprou a Stelo e deve usar a marca para enfrentar a PagSeguro (Crédito:Divulgação)
Mas esse mar de água calma e de peixes miúdos está chegando ao fim.
Nada indica que o PagSeguro terá de enfrentar um tsunami daqui para
frente. Mas os seus rivais finalmente acordaram, assim como novos competidores surgiram neste oceano. Um deles é a Stone,
controlada pelos fundadores da Arpex Capital, André Street e Eduardo
Pontes, e que tem entre seus acionistas minoritários a empresa britânica
de aquisição Actis e a brasileira Gávea Investimentos, do ex-presidente
do Banco Central, Armínio Fraga. A companhia adquiriu a Elavon, do
Citibank, em dezembro do ano passado. Com o ativo, a ideia é encarar a
PagSeguro. A Stone estuda também abrir o capital nos Estados Unidos,
segundo informação publicada pela agência de notícias americana Reuters.
O dinheiro da captação seria usado para reforçar suas baterias contra
Cielo e Rede. Procurada, a Stone não confirma a informação.
Os gigantes dessa área também estão se movimentando. A GetNet, por
exemplo, entrou nessa briga quando lançou a Vermelinha, seu terminal que
pode ser comprado em vez de alugado, em setembro do ano passado. A
ideia é atingir o profissional liberal e os microempreendedores.
“Queremos dar opção aos nossos clientes”, diz Pedro Coutinho, presidente
da GetNet, que tem 800 mil pontos de vendas ativos. A Cielo também
despertou. Uma semana antes de a companhia do UOL abrir o capital na
Nyse, a empresa anunciou a compra de 70% da Stelo, da qual já detinha
30% do capital. A credenciadora pagou R$ 87,5 milhões pela empresa e
deve usá-la como uma marca de combate para enfrentar a PagSeguro,
segundo analistas com quem DINHEIRO conversou. “É um movimento para se
proteger da crescente concorrência nesse meio e para ganhar mais força
no segmento de comércio eletrônico e entre os pequenos comerciantes”,
diz Rafael Passos, analista da corretora Guide Investimentos. Com a nova
marca, a Cielo, que é comandada por Eduardo Gouveia, deve entrar também
na briga de venda das maquininhas, algo que evitou até agora para não
canibalizar seu próprio negócio, segundo a visão do mercado. Procurada, a
Cielo não quis conceder entrevista.
Competição:
a GetNet, de Pedro Coutinho, lançou a Vermelhinha no ano passado para
concorrer com a PagSeguro (Crédito:Thiago Bernardes / Frame)
Todos os rivais da PagSeguro vão encontrar a partir de agora uma
empresa mais encorpada. Dos US$ 2,3 bilhões captados com o IPO, US$ 1,1
bilhão irá para o caixa da companhia. Esse dinheiro será usado para
“aquisições seletivas de negócios, tecnologias ou produtos
complementares”, informou a empresa, sem maiores esclarecimentos. Com o
IPO, a PagSeguro vale quase 40% da Cielo, cuja capitalização é de R$
73,2 bilhões. É um número impressionante para uma companhia cujas
receitas operacionais representam um quinto da credenciadora do Bradesco
e do Banco do Brasil. Não bastasse isso, a Cielo movimenta quase 50% de
todas as transações por meio de cartões. A PagSeguro, apenas 3%,
segundo as estimativas mais recentes. “A PagSeguro está crescendo a
taxas superiores a 200% ao ano, enquanto os rivais avançam em taxas bem
menores”, afirma Frederic De Mariz, diretor executivo de análise de
empresas financeiras da UBS.
A receita da PagSeguro mais que quintuplicou desde 2014, quando
faturava R$ 325 milhões. Nos nove primeiros meses deste ano, alcançou R$
1,7 bilhão. O lucro multiplicou-se por onze vezes, neste mesmo período,
chegando a R$ 290 milhões. Além disso, os investidores estão enxergando
a PagSeguro como uma empresa que está surfando na onda do bom humor com
mercado de fintechs, as startups tecnológicas que estão inovando no
mundo financeiro. A americana Square, que tem perfil semelhante ao da
PagSeguro, vale US$ 17,2 bilhões na Nyse. É um sinal de que há espaço
para a valorização da companhia brasileira. Antes, no entanto, ela
precisa combinar com Cielo, Rede e GetNet, que também querem participar
dessa festa. E vão entrar de qualquer jeito. Nem que seja de penetra. Correção: o valor de aquisição da Stelo pelo Cielo é em
reais e não em dólares como foi publicado na primeira versão dessa
reportagem.
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/
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