Homem de confiança dos governos petistas, ex-ministro já revelou um "pacto de sangue" entre Lula e Odebrecht
Antonio Palocci, ex-ministro da área econômica e política nas
gestões de Lula e de Dilma Rousseff, está preso em Curitiba (PR), desde
setembro de 2016
( Foto: AFP )
Brasília. A Polícia Federal no Paraná concluiu acordo
de delação premiada com o ex-ministro Antonio Palocci, homem de
confiança, na área econômica e política, das gestões de Luiz Inácio Lula
da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).
Preso preventivamente em Curitiba desde setembro de 2016 em razão da
Operação Lava-Jato, Palocci havia tentado fechar acordo com o Ministério
Público, mas não teve sucesso.
Para valer, a delação tem que ser homologada pela Justiça.
A informação do acordo entre o ex-ministro e a PF foi divulgada pelo jornal "O Globo" e confirmada, ontem.
Há uma disputa entre a Polícia Federal e o MPF (Ministério Público
Federal) em torno da competência dos órgãos para tratar de colaborações.
A palavra final será dada pelo Supremo Tribunal Federal. Palocci foi
condenado pelo juiz Sérgio Moro em junho de 2017 a 12 anos de prisão por
lavagem de dinheiro e corrupção passiva envolvendo contratos com a
Odebrecht na construção das sondas da Sete Brasil e o Estaleiro Enseada
do Paraguaçu. Em depoimento a Moro, meses depois, Palocci afirmou que
Lula avalizou um "pacto de sangue" no qual a Odebrecht se comprometeu a
pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo do
petista e os primeiros anos da gestão de Dilma. Ele disse que o acordo
foi fechado numa conversa entre Emílio Odebrecht e Lula.
Na sessão de ontem, moeda americana chegou a R$ 3,517,
na máxima, mas
recuou até R$ 3,508
Variação do câmbio chegou a 1,03% para o dólar à vista na sessão de ontem
( Foto: Carlos Severo )
São Paulo. O real é a terceira moeda que mais se
desvalorizou em relação ao dólar em abril, em uma lista de 47 moedas com
cotações à vista. A expectativa de um novo aperto nos juros nos EUA
também tem pressionado outras moedas, mas no Brasil, esse movimento é
acentuado diante das incertezas eleitorais. A moeda americana fechou
nessa quarta-feira, 24 em alta de 1,03%, a R$ 3,508.
Grandes bancos, como BofA Merrill Lynch e o Itaú Unibanco, reconhecem
que há aumento das incertezas eleitorais. O desempenho do real só não
foi pior que o bolívar venezuelano, que derrete com a crise humanitária,
e o rublo russo, que sofre com a incerteza geopolítica.
Abril tem sido ruim para a maior parte das moedas do mundo. A
expectativa de que os juros americanos subam mais rapidamente que o
esperado é o motor comum para a desvalorização de 33 moedas em todo o
mundo neste mês.
Isso reforça a perspectiva de migração de dinheiro de todo o planeta
rumo aos EUA para se aproveitar dos juros, o que enfraquece as demais
moedas. "Ao longo do ano passado, também foi caindo a diferença entre os
juros americanos e a Selic, a taxa básica de juros do Brasil", diz
Julia Gottlieb, do Itaú Unibanco. "Essa diferencia está na mínima
histórica, o que pode impactar no real", complementa.
O cenário externo, porém, é apenas uma parte da explicação. Problemas
domésticos castigam algumas divisas mais fortemente e o Brasil está
nessa onda. Em abril, o dólar ficou 5,2% mais caro na comparação com o
real brasileiro. Essa perda de valor levou a moeda norte-americana a um
patamar não visto desde o fim de 2016. Mercado financeiro
O dólar teve o quinto dia seguido de alta em relação ao real e testou o
patamar de R$ 3,50 ontem (25). A Bolsa brasileira caiu pelo 2º dia. A
Bolsa brasileira teve queda de 0,50%, para 85.044 pontos. O volume
financeiro foi de R$ 11,2 bilhões, contra giro médio diário de R$ 10,4
bilhões. O dólar comercial subiu 0,46%, para R$ 3,486, maior nível desde
13 de junho de 2016, quando terminou a R$ 3,487.
O dólar à vista, que fecha mais cedo, avançou 1,03%, para R$ 3,508. O
dólar começou o dia pressionado e, na máxima, atingiu R$ 3,517. A alta
refletiu um novo aumento dos rendimentos dos títulos públicos americanos
de dez anos, que superaram 3,03% ao ano.
Em meio a uma crise humanitária,
governadora de Roraima cobra ação do governo federal e insiste no STF em
fechar as portas para refugiados venezuelanos. O que pode ser feito
para solucionar esse drama
DESESPERO Fila de venezuelanos para receber doações de alimentos na Praça Simon Bolivar (Crédito: Andre Coelho)
Vicente Vilardaga
Se não tinha grande experiência com crises migratórias, o
Brasil se depara com uma triste e difícil, que não tem prazo para
acabar. Os dias vão passando e a situação em Roraima fica mais
complicada. Nunca um estado tão pequeno recebeu tantos refugiados. O
Acre, depois do terremoto de 2010 no Haiti, recebeu um grande fluxo de
haitianos, cerca de 38 mil. Em Roraima, com 520 mil habitantes, o número
avança para 50 mil e o movimento de pessoas que atravessam a divisa das
cidades de Santa Elena de Uaíren, na Venezuela, e Pacaraima, no Brasil,
continua crescendo. Para piorar, os governos estadual e federal, que
deveriam trabalhar em harmonia, não se entendem e abriu-se um conflito
político. A governadora Suely Campos (PP) acusa uma demora nas ações de
emergência sob responsabilidade do governo federal, como a distribuição
dos refugiados em outros estados (apenas 266 foram remanejados para São
Paulo e Mato Grosso até agora), e no repasse de recursos para Roraima. Venezuelanos acampados no Ginásio Tancredo Neves (Crédito:Andre Coelho)Andre Coelho
Na semana passada, a governadora, que pede o fechamento temporário da
fronteira por meio de uma ação civil contra a União no Supremo Tribunal
Federal (STF), desafiando acordos internacionais assinados pelo Brasil e
a própria Lei de Imigração, reforçou sua intenção em um encontro com a
ministra Rosa Weber, relatora do caso, e disse que, se nada for feito, o
estado corre o risco de virar um campo de concentração. “Quisemos
mostrar pessoalmente para a ministra o impacto que esse fluxo migratório
está causando na segurança, na saúde e na educação do estado”, disse
Suely à ISTOÉ. Rosa Weber deu um prazo de 30 dias para que haja uma
conciliação entre as partes. O Ministério da Defesa e a Organização das
Nações Unidas (ONU) afirmam que a situação em Roraima é preocupante, mas
está sendo controlada e que medidas humanitárias de apoio aos
refugiados continuarão sendo tomadas. O presidente Michel Temer, que
destinou R$ 190 milhões neste ano para as operações de uma força tarefa
no estado, declarou que o fechamento da fronteira é “incogitável” e
recusa qualquer negociação, temendo ser acusado de violação de direitos
humanos e desrespeito aos tratados internacionais. OCUPAÇÃO Exército monta operação para reforçar o controle na divisa na BR 174, no caminho de Boa Vista (Crédito:Andre Coelho)Serviços públicos
“Na medida do possível a situação está sob controle, mas tudo
dependerá do que acontecer na Venezuela daqui para frente”, diz Luiz
Fernando Godinho, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para
Refugiados (Acnur). “O Brasil está aprendendo com essa crise e começa a
haver uma resposta ampla às demandas das pessoas, que envolve
documentação, encaminhamento para alojamento e alimentação.” Segundo
Godinho, há mais de 25 mil casos de refúgio registrados e mais de dez
mil vistos temporários emitidos. Entram em Roraima cerca de 700 pessoas
por dia e a capital Boa Vista está em estado de calamidade, com milhares
de pessoas morando nas ruas e serviços públicos no limite do
esgotamento. Nas últimas semanas surgiu um novo ingrediente para
acentuar a crise: a chuva, que complica a vida dos imigrantes,
principalmente dos desalojados. Milhares estão acampados em ruas e
praças. Cerca de 2,2 mil, segundo o porta-voz da operação de acolhida,
coronel Rodrigo Gonçalves, estão instalados em alojamentos montados pelo
governo do estado e pelo Exército e recebem três refeições por dia.
Existem cinco desses abrigos e outros cinco estão programados para
entrar em operação nos próximos dias.“Estamos ampliando e melhorando os
espaços existentes e organizando a recepção dos refugiados em
Pacaraima”, afirma Gonçalves.
“Esse conflito evidencia a falta de uma política migratória
estruturada”, afirma o presidente da Comissão dos Refugiados da OAB no
Estado de São Paulo, Manuel Nabais. “Fechar a fronteira diante de uma
crise dessas proporções seria uma medida desumana, mas o governo federal
precisa socorrer Roraima de alguma forma.” Os argumentos do governo
local para pedir o fechamento da fronteira mostram que a situação no
estado é realmente crítica. Segundo dados da Polícia Civil, o número de
homicídios no estado saltou de 24, entre fevereiro e março de 2017, para
44, no mesmo período deste ano. Os levantamentos do governo local
mostram que os atendimentos nas unidades estaduais de saúde aumentaram
3.000% em 2017 e os gastos anuais com estrangeiros na área atingiram R$
70 milhões, por conta de 50.826 atendimentos.
O sarampo, que estava erradicado no Brasil, voltou com força
epidêmica em Roraima nos últimos meses, quando foram registrados mais de
200 casos — três crianças morreram por causa da doença. Seja como for, a
imensa maioria dos refugiados prefere enfrentar as dificuldades da
imigração que voltar para a Venezuela, onde se vive uma absoluta
carestia. E não há qualquer expectativa de que o movimento na fronteira
diminua a curto prazo. A única saída é a união de esforços.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante missa em São Bernardo do Campo, em 7 de abril de 2018 - AFP
Estadão Conteúdo
As visitas de amigos, aliados e apoiadores que Luiz Inácio Lula
da Silva esperava receber em sua “cela” especial na sede da Polícia
Federal, em Curitiba, foram proibidas pela juíza Carolina Moura Lebbos,
da 12.ª Vara Federal. Depois de mais de uma dezena de pedidos, que
incluíam os da ex-presidente Dilma Rousseff, da presidente do PT,
senadora Gleisi Hoffmann, do pré-candidato do partido ao governo de São
Paulo Luiz Marinho, a magistrada decidiu que enquanto estiver preso na
unidade policial só serão permitidas visitações da família e dos
advogados constituídos.
“Deve-se assegurar o núcleo mínimo definido pelo texto constitucional
(art. 5º, LXIII, CF), possibilitando-se visitas regulares de
familiares, os quais devem ter prioridade no contato com o apenado,
mantendo-se o convívio familiar em benefício da ressocialização do
preso”, decidiu a juíza, no processo da execução da pena de 12 ano e um
mês de prisão de Lula, no caso do triplex do Guarujá (SP). O
ex-presidente está detido numa sala preparada para ele no local,
separado dos demais detentos, desde o dia 7.
“O regime ora vigente, aplicado também aos demais presos na
carceragem da Polícia Federal em Curitiba, propicia, prima facie, a
observância dessa garantia. O alargamento das possibilidades de visitas a
um detento, ante as necessidades logísticas demandadas, poderia
prejudicar as medidas necessárias à garantia do direito de visitação dos
demais”, afirma a juíza, em decisão que indeferiu 14 pedidos de
visitações de “amigos” e da vistoria da Comissão Externa da Câmara dos
Deputados, criada na última semana, para diligenciar e falar com Lula.
“No tocante à visitação de amigos, em razão do que prescreve o artigo
41, inciso X e parágrafo único, da Lei n. 7.210/1984, o direito de
visitação poderá ser restringido em diversos graus”, explica a juíza.
Segundo ela, quando Lula for transferido para uma unidade prisional, ele poderá requerer o direito.
“Mormente em ambiente no qual se desenvolvem outras funções públicas,
como atividades de investigação e de atendimento à população, razões de
interesse público possuem o condão de justificar validamente a
restrição, de modo a não inviabilizar o bom funcionamento da
instituição. Considere-se que o regime de visitas deve, ainda,
adaptar-se à necessidade de preservação das condições de segurança e
disciplina do estabelecimento e de seus arredores.”
‘Amigos’
O último pedido apresentado nesta segunda-feira, 23, foi o do
ex-ministro Celso Amorim. Antes dele, foi Dilma quem requereu o direito.
A ex-presidente está hoje em Curitiba pela primeira vez desde que Lula
foi preso. Ela participa de reunião do partido e visita o acampamento
montado no entorno da PF, desde o dia 7.
A juíza destaca em seu despacho que “em duas semanas da efetivação do
encarceramento chegaram a este Juízo requerimentos de visitas que
abrangem mais de uma dezena de pessoas, com anuência da defesa, sob o
argumento de amizade com o custodiado”.
Os pedidos iniciais foram feitos pelo deputado federal Zeca Dirceu
(PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu, também condenado na Lava
Jato, e Gleisi – esse último, redigido pelo escritório do ex-ministro da
Justiça e procurador aposentado Eugênio Aragão. Todos eles têm como
base os mesmos artigos da Constituição, da Lei de Execução Penal e de
acordos internacionais.
Os advogados de Zeca Dirceu pediram que a juíza Carolina Lebbos
considerasse “a referência a família” prevista na Constituição, quando
trata do direito à assistência familiar ao preso, em um sentido
alargado. “De modo a contemplar parentes e amigos que integram a relação
pessoal do detento.”
Invoca também a Lei de Execuções Penais para alegar que é direito do preso receber visita de parentes e amigos.
No pedido feito na execução da pena de Lula, o filho de José Dirceu
cita ainda normas internacionais de direitos humanos argumenta que é
assegurado o direito subjetivo e “nunca privilégios” de “visita familiar
e de amigos”.
“O direito de visita de parentes e amigos do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (cujo regime de cumprimento da pena não comporta
restrições desarrazoadas), não pode ser compreendido jamais como
qualquer tipo de ‘privilégio’ não extensível aos demais presos, mas
apenas como uma singela afirmação, solene e objetiva, dos direitos e
garantias individuais plasmados da Constituição da República e nas
normas internacionais”, argumenta o advogado. Direito
Em sua decisão, a juíza da 12.ª Vara Federal explica que “prisão do
apenado implica a privação do seu direito à liberdade de locomoção” e
que “limitam-se, também, os direitos cujo exercício tenha por
pressuposto essa liberdade de ir e vir (limitações implícitas, inerentes
à pena de prisão)”.
“E, ademais, há restrições justificadas pela própria execução da
pena, em especial ante as peculiaridades ínsitas ao ambiente carcerário
(limitações implícitas, inerentes à execução da pena).”
Desde que Lula foi recolhido na “sala de Estado-Maior” no quarto
andar da PF em Curitiba, uma comissão de 11 governadores e três
senadores tentou vistoria ao local, o Prêmio Nobel da Paz de 1980 Adolfo
Pérez Esquivel tentou vistoriar o local, uma comissão do Senado
realizou vistoria na unidade e uma da Câmara tenta agora uma nova visita
– além dos 14 pedidos de visitas de amigos.
Segundo a juíza, o artigo 41, inciso X, da Lei de Execução Penal
prevê como direitos do preso “visita do cônjuge, da companheira, de
parentes e amigos em dias determinados”. A magistrada ressalta que “o
parágrafo único deste dispositivo, no entanto, estabelece não se tratar
de direito absoluto”.
“Na linha do acima consignado, limitações implícitas inerentes à
execução da pena levaram o legislador a conferir ao diretor do
estabelecimento competência para restringi-lo. A ele cabe, ponderando as
peculiaridades do local de custódia, analisar a extensão de eventual
necessidade de restrição e, em vista disso, determinar o regime adequado
de visitação para os detentos.”
A juíza citou duas jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) para sustentar que cabe a ela o controle da situação. “Ao Juízo da
execução, a partir de provocação do legitimado, caberá exercer o
controle do referido ato, eventualmente afastando a sua aplicação, na
linha da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.”
Segundo a decisão da magistrada, a Constituição – que prevê que “o
preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado” –
vem sendo observada.
“Essa regra constitucional, que constitui o núcleo essencial do
direito de visitação, vem sendo plenamente observada no âmbito do regime
geral de visitas da carceragem da Polícia Federal. O custodiado
encontra-se devidamente assistido por seus advogados. Permite-se, ainda,
a visita semanal de familiares.”
Ao se pronunciar na rede Al-Jazeera
convidando os países árabes para que se engajem na defesa de Lula,
Gleisi Hoffmann atenta contra a segurança do Brasil e terá que se
explicar à Procuradoria-Geral da República
CRIME Em pronunciamento na Al-Jazeera, Gleisi Hoffmann coloca em risco a segurança nacional (Crédito: Divulgação)
André Vargas
Não é de hoje que lideranças do PT e aliados entraram em um
verdadeiro vale tudo para defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e tentar desqualificar o combate à corrupção que se trava no País.
Nessa jornada insana, não existe compromisso com a verdade, respeito às
decisões judiciais e muito menos com o estado democrático de Direito.
Na quarta-feira 18, porém, a senadora Gleisi Hoffamann, presidente
nacional do PT, que nas últimas semanas tem se esmerado em desafiar a
Justiça e incitado manifestações nem sempre pacíficas, passou de todos
os limites toleráveis em uma democracia. Em um pronunciamento de dois
minutos e 45 segundos, feito á rede TV Al-Jazeera, a senadora atacou o
Poder Judiciário, o Ministério Público e veículos de comunicação.
Afirmou que o ex-presidente Lula é um preso político e que o Brasil vive
sob um regime golpista. Até ai nada de novo na ladainha petista, que
insiste em substituir a história por uma falsa narrativa. O problema é
que em seu pronunciamento, a senadora convida o mundo árabe a se
intrometer na política nacional. “Convido a todos e a todas a se
juntarem conosco nessa luta. Lula livre!”. A ação da senadora, desta
vez, atingiu a Lei de Segurança Nacional, que em seu artigo 8º
estabelece que é crime “entrar em entendimento ou negociação com governo
ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, para provocar guerra ou atos de
hostilidade contra o Brasil”. INQUÉRITO A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede investigação preliminar contra Gleisi (Crédito:Myke Sena )
Investigação
“O que a senadora Gleisi fez é muito grave e ela precisa ser
contida”, afirmou o deputado Major Olímpio (PSL-SP). “A Al-Jazeera
alcança regiões onde há concentrações de diversos grupos terroristas”,
completou o deputado. No Congresso, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS)
ocupou a tribuna para advertir a colega petista: “Espero que não tenha
sido um pedido para que o Exército Islâmico venha ao Brasil atuar aqui”,
disparou. No final da tarde da quarta-feira 18, a Procuradoria da
República informou que o pronunciamento de Gleisi está sob análise da
Secretaria Penal e que um inquérito poderá ser aberto contra a senadora,
exatamente por ferir a Lei de Segurança Nacional. Por enquanto, a
pré-investigação será conduzida pela sub-procuradora Raquel Branquinho.
“Está na hora de alguém dizer basta ao que a senadora vem fazendo.
Democracia não é sinônimo de baderna”, disse um ministro do STJ à ISTOÉ
na tarde da quinta-feira 19.
É legítimo em um regime democrático a liberdade de expressão e também
é compreensível que em embates políticos se busque apoio internacional.
Para tanto, porém, existem os caminhos legais, que passam pelas
embaixadas e consulados instalados no País. Não foi essa a opção da
senadora. Em seu desastrado pronunciamento, Gleisi também afirmou que o
ex-presidente é um defensor do Estado da Palestina, ignorando –
propositalmente ou por desconhecimento – que desde 1947 o Brasil prega a
manutenção das fronteiras estabelecidas pela ONU naquela região. A
senadora argumenta que concedeu entrevistas com teor semelhante a redes
internacionais como CNN e France-Presse, sem que nada fosse dito contra
ela. Portanto, afirma que as críticas que vem recebendo são frutos de
“ignorância, xenofobia e má-fé para com os árabes”. Era melhor que não
tivesse dito nada. Espera-se, agora, que o Ministério Público Federal
consiga controlar essa situação.
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF),
negou, nesta quinta-feira, 19, um pedido liminar do ex-ministro José
Dirceu, que tenta evitar a prisão após esgotados os recursos no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Na mesma decisão, Toffoli enviou
o mérito do pedido de Dirceu para ser analisado pela Segunda Turma da
Corte, composta por Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Ricardo
Lewandowski e Celso de Mello.
O TRF-4 rejeitou nesta quinta-feira os embargos infringentes
(recursos) do ex-ministro José Dirceu contra decisão que o condenou a 30
anos e 9 meses na Operação Lava Jato. O petista foi preso no dia 3 de
agosto de 2015, mas está em liberdade por uma decisão do STF.
Na iminência de retornar a prisão – Dirceu ainda pode entrar com
embargos de declaração no TRF-4 -, o ex-ministro entrou com uma
reclamação no Supremo nesta terça-feira, 17. Na ação, além do pedido
liminar agora negado por Toffoli, Dirceu tenta permanecer em liberdade
por meio do habeas corpus que o liberou da prisão preventiva em maio do
ano passado, analisado pela Segunda Turma do STF.
A defesa do ex-ministro da Casa Civil alega que, quando a turma
revogou a sua prisão preventiva e a substituiu por medidas cautelares,
fez prevalecer, em seu caso, o princípio da presunção da inocência. De
acordo os advogados de Dirceu, uma decretação de prisão após esgotados
os recursos no TRF-4 estará desrespeitando a decisão da Corte.
Os advogados também dizem que a decretação da prisão de forma
“automática e genérica” vai contra a jurisprudência do STF, que autoriza
a execução antecipada da pena, mas não a tornou obrigatória, na visão
dos advogados. A defesa ainda argumenta que, solto, Dirceu não oferece
riscos. Ele atualmente mora em Brasília e usa tornozeleira eletrônica.
Como a decisão da Segunda Turma, em conceder o habeas corpus a Dirceu
no ano passado, é invocada no pedido da defesa, Toffoli afirma que a
matéria precisa ser submetida para a análise dos cinco ministros da
turma.
Na decisão desta quinta-feira, Toffoli ainda diz que, apesar de seu
posicionamento pessoal contrário a execução antecipada da pena, tem
“aplicado em regra o entendimento predominante na Corte a respeito da
execução antecipada”.
Fora da prisão por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o
ex-ministro José Dirceu entrou com pedido na Suprema Corte para evitar
que seja preso após seu processo ser finalizado na segunda instância da
Justiça. O requerimento foi feito por meio de uma reclamação ao STF,
mesma ação em que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou evitar a
prisão, e agora espera uma nova decisão da Corte. O relator da ação de
Dirceu no STF é o ministro Dias Toffoli.
Dirceu aguarda em liberdade o julgamento de seu último recurso no
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), marcado para esta
quinta-feira, 19. O TRF-4 aumentou a pena de Dirceu de 20 anos e 10
meses para 30 anos e 9 meses pelos crimes de corrupção passiva,
pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A defesa do ex-ministro da Casa Civil alega que, quando a Corte, em
maio do ano passado, revogou a sua prisão preventiva e a substituiu por
medidas cautelares, fez prevalecer, em seu caso, o princípio da
presunção da inocência. De acordo os advogados de Dirceu, uma decretação
de prisão após julgamento no TRF-4 estará desrespeitando a decisão da
Corte, proferida pela Segunda Turma, que analisou seu habeas corpus.
“Quanto ao mérito, há que se considerar, primeiramente, que no
julgamento do referido Habeas Corpus nº 137.728, em que paciente o ora
reclamante, foram afastados todos os motivos utilizados pelo juízo de
origem para justificar a decretação da prisão cautelar de José Dirceu”,
argumenta a defesa.
Os advogados também dizem que a decretação da prisão de forma
“automática e genérica” vai contra a jurisprudência do STF, que autoriza
a execução antecipada da pena, mas não a tornou obrigatória, na visão
dos advogados.
“É certo que a decisão dessa Segunda Turma fez referências à
“possibilidade” de prisão quando esgotado segundo grau de jurisdição, ou
que esta estaria “autorizada” após o julgamento dos recursos no
tribunal. Todavia, nem de longe, determinou que a prisão do paciente,
ora reclamante, se desse de forma obrigatória, muito menos de forma
automática e genérica, sem sequer se dispender uma linha que fosse para
justificar a necessidade de seu encarceramento”, diz a defesa de Dirceu.
Os advogados ainda argumentam que, solto, Dirceu não oferece riscos.
Ele atualmente mora em Brasília e usa tornozeleira eletrônica. O
ex-ministro havia sido preso por determinação do juiz Sérgio Moro em
agosto de 2015.
Os juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos posam para fotografia oficial - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/Arquivos
AFP
A Suprema Corte dos Estados Unidos determinou nesta terça-feira
(17) que a deportação obrigatória de imigrantes com condenações é
inconstitucional, em uma sentença que contou com o voto do juiz nomeado
pelo presidente Donald Trump.
Essa é a primeira vez que o juiz conservador Neil Gorsuch se alinha com a ala mais progressista do máximo tribunal do país.
Com seu voto decisivo, a Suprema Corte julgou por 5 a 4 a favor do
imigrante filipino James García Dimaya, com residência permanente nos
Estados Unidos e condenado por duas acusações de roubo na Califórnia.
As autoridades buscavam a sua expulsão em virtude da lei migratória
federal, que requer a deportação de qualquer não cidadão condenado por
crimes violentos.
García Dimaya argumentava que o crime cometido era muito leve para entrar na categoria de violento.
Os juízes, por sua vez, determinaram que a lei era vaga e poderia dar espaço a arbitrariedades.
A decisão – um revés para Trump, que chegou ao poder com um forte
discurso anti-imigração – pode abrir caminho para que outros apelem de
ordens de deportação.
Gorsuch, que entrou no tribunal para substituir o falecido juiz ultraconservador Antonin Scalia, ocupa um cargo vitalício.
É considerado um defensor dos valores republicanos, sobretudo em temas como aborto, porte de armas e religião.
O PT deixou de lado programas, propostas e ideologia para venerar seu líder a qualquer custo
APOIO SINDICAL Lula
no seu derradeiro ato
renega a condição de
ser humano. Virou ideia (Crédito: Paulo Pinto)
Germano Oliveira e Tábata Viapiana
Uma das características marcantes das seitas é a idolatria cega
aos seus líderes, elevados a seres especiais com autoridade divina e
liderança existencial. Quando o fanatismo invade o terreno político, os
programas e as bandeiras partidárias se tornam descartáveis. Cedem lugar
à adoração e à reverência, típicas de culto. Os militantes se
transformam, então, em indivíduos abnegados, desprovidos de espírito
crítico e freios morais. Ao acreditarem na infalibilidade dos caciques
por eles venerados, a ponto de incluírem a alcunha deles em seus nomes,
mesmo quando condenados e presos por corrupção, os “fiéis” exibem traços
de fundamentalismo. Foi o que o Brasil testemunhou nos últimos dias, em
meio ao espetáculo deprimente em que se transformou a prisão de Lula e
os dias que a sucederam. No domingo 8, com o petista já encarcerado na
sede da PF em Curitiba, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann,
parecia cumprir uma liturgia ecumênica. Como se exortasse o rebanho a
adorar seu “deus”, ela pronunciava frases repetidas como um mantra. “Não
vamos sair daqui”, ditava Gleisi. “Não vamos sair daqui”, copiavam
eles. “Ocupar e resistir”, ordenava. “Ocupar e resistir”, assentia a
turba. Até o bordão final, entoado em uníssono: “Eu sou Lula”.
Semelhante ao cortejo de uma seita, a dispersão se deu vagarosamente. FANATISMO
Centenas de petistas entraram em transe, na porta da PF em Curitiba,
para demonstrar adoração ao líder preso (Crédito:Pablo Jacob)
O líder adorado tinha dado o tom no dia anterior. Segundo ele, a
polícia havia prendido seu corpo, não sua mente, como se ele fosse a
reencarnação de Jesus Cristo. “Não sou mais um ser humano, sou uma
ideia”, pregou Lula durante discurso feito horas antes de ser conduzido à
cadeia. Ato contínuo, os militantes choravam, gritavam, se embriagavam,
literalmente, e transformavam os momentos de tensão da prisão do
morubixaba petista num ato de auto-imolação. Enfim, compunham uma
atmosfera de histeria coletiva. Dois dias depois de dizerem “Eu sou
Lula” em frente à PF, Gleisi e mais 36 políticos virariam Lula na
prática. Acrescentaram o nome do ex-presidente, outrora apelido, em seus
registros parlamentares. Assim, Gleisi passou a se chamar “Gleisi Lula
Hoffmann”, Paulo Pimenta, “Paulo Lula Pimenta” e assim sucessivamente.
Impressionados com a reação dos petistas, agentes da PF local chegaram a
compará-los a seguidores de seitas radicais, como a de Jim Jones, um
pastor do Tempo Popular, com orientação socialista, que no auge de sua
insanidade ordenou que seus 918 discípulos cometessem o suicídio
coletivo em Jonestown em 1979, depois de submetê-los a um intenso
processo de lavagem cerebral. CONTRIÇÃO Gleisi acha que irá expiar seus pecados rezando pela libertação de Lula (Crédito:J.F.DIORIO)
A história da humanidade está repleta de exemplos de que sempre
quando a política se mistura com o fanatismo, o resultado é desastroso
para a democracia. Quase sempre levam ao totalitarismo. Aconteceu em
Cuba, com Fidel Castro, e na Venezuela, com Hugo Chávez, agora replicado
por seu herdeiro Nicolás Maduro. Lá, a manipulação popular acabou
empurrando o país ao caos social. Na Europa, o fanatismo aliado à
política descambou no fascismo de Benito Mussolini na Itália e no
nazismo de Hitler, na Alemanha da década de 40. O saldo não poderia ter
sido mais funesto: milhões de judeus foram asfixiados em câmeras de gás
por discordarem de um louco varrido. Daí o perigo desse comportamento
tão alucinante quanto oportunista.
PRÓXIMOS ÀS GRADES
Os senadores Lindbergh Faria e Roberto Requião costearam o alambrado na
tentativa de saudar o demiurgo Lula (Crédito:Divulgação)
Os dirigentes petistas parecem não se importar com isso. A ordem é
manipular as massas na tentativa de regressar ao poder a todo custo, nem
que seja para levar o País ao abismo econômico e social, como ocorreu
durante o governo Dilma Rousseff. Por isso, nos últimos dias, fizeram de
tudo para ampliar a atmosfera mística em torno da prisão de Lula, que
em carga de dramaticidade e holofotes lembra em muito o episódio da
detenção do ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson, televisionada
ao vivo para todo País. Para manter a toada de culto ao personagem, pela
manhã, liderados por Gleisi Hoffmann, os mil manifestantes que
acampavam nas imediações da PF, passaram a gritar: “Bom dia companheiro
Lula”. As saudações se repetiam à tarde e à noite, antes do repouso do
petista. O PT também deslocou o QG do partido para Curitiba. A sigla
anunciou que estava transferindo sua sede nacional, que funciona em São
Paulo, para a capital paranaense na segunda-feira 9. No mesmo dia,
aproveitou para promover uma reunião da Executiva Nacional para
reafirmar que “Lula será o candidato do PT a presidente”, mesmo preso,
mesmo à revelia da lei da Ficha Limpa. Ao abandonarem seus gabinetes em
Brasília e se instalarem permanentemente na cidade, senadores, como
Roberto Requião (MDB), além de Gleisi e Lindbergh, praticamente passaram
a dar expediente na porta da cadeia. Como cada senador custa para a
União R$ 1,2 milhão por ano, segundo levantamento da Transparência
Brasil, se eles ficarem um mês por lá, como prometem, o País estará
desperdiçando uma verdadeira fortuna. PAJELANÇA
Nove governadores da oposição (entre eles quatro do PT) foram a
Curitiba para tentar falar com Lula na cadeia. O juiz Sergio Moro não
deixou (Crédito:Divulgação)
Na terça-feira 10, o PT ainda atraiu para Curitiba nove governadores
da oposição, entre os quais quatro da legenda: Camilo Santana (Ceará),
Rui Costa (Bahia), Wellington Dias (Piauí) e Tião Viana (Acre). Tudo
para reverenciar o preso Lula. Eles chegaram a exigir que pudessem
visitar o petista na cela especial, onde passa os dias vendo TV, lendo
livros, comendo marmita, pão com manteiga e tomando café preto, mas
bateram com a cara nos portões da PF de Curitiba. O pedido foi negado,
por contrariar a legislação. Gleisi ainda tentou ludibriar o juízo ao
incluir seu nome na lista de visitantes na condição de advogada.
Ocorre que, além de não exercer o ofício há mais de uma década,
Gleisi está com a carteira da OAB suspensa. Segundo a PF, além dos
causídicos, até quatro parentes de primeiro e segundo graus podem fazer
visitas aos presos às quartas-feiras, em um período pela manhã e outro à
tarde. A Lei de Execução Penal diz que cônjuges, companheiros, parentes
e amigos podem visitar presos “em dias determinados”. Apesar da
insistência, o juiz Sergio Moro negou condições especiais para visitas
ao ex-presidente. O magistrado determinou que Lula se submeta às mesmas
condições de outros condenados – nada mais do que justo.
No final da semana, um grupo de senadores conseguiu driblar Moro:
aprovaram na Comissão de Direitos Humanos da Câmara uma diligência à
sede da PF em Curitiba para visitar as instalações da carceragem,
incluindo a cela onde o petista está preso.
Dez senadores compõem a lista. Os chefes dos Executivos estaduais, no
entanto, seguem impedidos de entrar na carceragem. Barrados no baile,
os governadores deixaram uma carta escrita de próprio punho, que
chamaram de “registro de indignação”. O curioso é que ninguém se
indignou quando Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, encontrava-se
na mesma situação. Palocci permanece preso, sem regalias, sem que
ninguém do PT chore por ele e em tratativas avançadas para uma delação
premiada, mas essa é outra história. Enquanto os petistas ensaiavam mais
um discurso de vítima, o braço armado da legenda, o MST, promovia mais
uma de suas arruaças. Desta vez, com indícios de crime. Na quarta-feira
11, por volta das 18h, centenas de militantes do movimento Sem-Terra
invadiram o Call Center da Riachuelo, em Natal (RN), anunciando que a
ação acontecia em nome da liberdade de Lula. O empresário Flávio Rocha,
dono da empresa e pré-candidato a presidente da República pelo PRB, já
havia sido alvo de outra invasão semelhante numa fábrica da empresa no
Rio Grande do Norte, ocasião em que disse tratar-se de atos “de
terroristas e baderneiros”. Sempre quando a política descamba para o fanatismo, o resultado é desastroso para a democracia. Venezuela é um exemplo
A verve messiânica de Lula vem de longe. Em 2010, logo que deixou o
governo, o petista usou a imagem do filho de Deus para dizer que foi
vítima de traições no governo. “Se eu pudesse exibir uma imagem das
punhaladas que levei e pudesse tirar a camisa, meu corpo apareceria mais
destroçado do que o de Jesus”. Em 2005, no auge do mensalão, ele
declarou ser “um homem sem pecados”, tentando eximir-se da lama em que
outros dirigentes petistas se meteram. Depois, se descobriu que Lula
tinha sim ciência do esquema. Em depoimento à Justiça em 2017, ele se
saiu com essa heresia: “De vez em quando, eu fico pensando que as
pessoas tinham de ler mais a Bíblia para não usar tanto meu nome em
vão”. Mas Lula não se restringe a se considerar um ser divino. Não raro,
o ex-presidente refere-se a ele mesmo na terceira pessoa, como se fosse
uma entidade superior, acima do bem e do mal. “O Lula não é o Lula. O
Lula é uma idéia, assumida por milhões de pessoas. E eles não sabem que o
Lula já renasceu em milhões de mulheres e homens”. Num evento em Belo
Horizonte, classificou ele próprio como um ser distinto dos demais:
“Eles estão lidando com um ser humano diferente. Porque eu não sou eu.
Eu sou a encarnação de um pedacinho de célula de cada um de vocês”. Em
agosto do ano passado, o PT já havia cimentado uma imagem de Lula ligada
à santidade durante a caravana do ex-presidente pelo Nordeste. No
material de divulgação do partido, Lula era tratada como o “pai” dos
nordestinos. As imagens da caravana abusavam da estética religiosa, ao
exibir Lula sendo “tocado” pelo povo – como os fiéis tentam
fervorosamente alcançar a imagem de santos nas procissões.
Um mês depois, em setembro, o ex-ministro Antonio Palocci, que
conhece como as coisas funcionam no seio do PT, sapecou. “Afinal, somos
um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos
uma seita guiada por uma pretensa divindade?”, questionou ele em sua
carta de desfiliação do PT. O ex-ministro sabe como ninguém que o
petismo cooptou os chamados movimentos populares e acenou para os pobres
com um outro mundo possível, fazendo tabula rasa das dificuldades que
outros governantes enfrentaram, atribuindo-as à falta de competência ou
de vontade. Pelo receituário petista, só o “deus” Lula seria capaz de
levá-los a terra prometida, com desenvolvimento econômico, igualdade
social e oportunidade de trabalho para todos. Uma farsa, por óbvio,
cujos pilares desmoronaram como um castelo de cartas durante os anos do
PT no poder e foram de vez aniquilados com a descoberta da corrupção
institucionalizada.
O ex-deputado, ex-militante de esquerda e jornalista Fernando Gabeira
foi um dos primeiros a relacionar a política a aspectos sectários. Em
seu livro de memórias Onde Está Tudo Aquilo Agora? – Minha Vida na
Política, ele narra as desventuras da militância de esquerda como se
relatasse os descaminhos de uma seita primitiva. Em trechos da obra,
Gabeira associa o engajamento político ao fanatismo de crentes. “Minha
experiência tinha um ardor religioso”, disse ele sobre o período em que
mergulhou na clandestinidade. Herbert José de Sousa, o Betinho, não raro
usado como bandeira em programas eleitorais do PT da década de 90,
também já falava sobre o irracionalismo que permeava a militância
partidária fanática. “É equívoco pensar que a esquerda (àquela altura
representada pelo PT) é antirreligiosa. A tendência é ser religiosa.
Porque ela deriva de um padrão dogmático”. Mesmo sendo cristão, o
filósofo e pai do liberalismo John Locke já dizia, no século XVII, que a
assistência moral era mais importante para o povo do que os dogmas. O
lulopetismo preferiu o segundo, agora sabemos por que. O santo do pau oco Nos discursos proferidos por Lula, ele se compara a Jesus Cristo “Sou um homem sem pecados”
“Se eu pudesse mostrar uma imagem das punhaladas que levei e tirar a
camisa, meu corpo apareceria mais destroçado do que o de Jesus” “Não sou mais um ser humano, sou uma ideia”
“Não tem viva alma mais honesta do que eu” “De vez em quando, eu fico pensando que as pessoas tinham de ler mais a Bíblia para não usar tanto meu nome em vão”
“O Lula não é o Lula. O Lula é uma idéia, assumida por milhões de
pessoas. E eles não sabem que o Lula já renasceu em milhões de mulheres e
homens” “Eles estão lidando com um ser humano
diferente. Porque eu não sou eu. Eu sou a encarnação de um pedacinho de
célula de cada um de vocês” Enquanto isso… o povo incauto
EM NOME DO PAI Os filhos de Lula, Lurian. Fábio
Luiz, o Lulinha, e Luiz Cláudio, além do neto Thiago, foram à PF na
quinta-feira 12 visitar o pai encarcerado
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A fé que os move Pela vigília por Lula, militantes do MST
vieram de longe, mas a PM não deixou que chegassem tão perto
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Regalias sem fim
Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba
desde sábado 7, mas ainda não viu o sol nascer quadrado, como se diz no
jarguão policial. Afinal, sua suíte, com 15 metros quadrados, banheiro
privativo, chuveiro quente, quarto com cama e colchão macio, mesinha,
não tem grades. No primeiro dia, exigiu também um aparelho de televisão
para ver o jogo do Corinthians, time do coração. No domingo 8, pôde
comemorar o título na companhia do advogado Cristiano Zanin. Lá, come
bem. O cardápio é variado: café com leite, pão com manteiga às 6h.
Almoço às 11h, com arroz, feijão, macarrão, carne, salada. O mesmo no
jantar, servido às 17h. Não satisfeito com as mordomias, fez uma série
de outras exigências: um cozinheiro de sua confiança; a participação dos
oito seguranças da PF que ele ainda desfruta por ser ex-presidente na
guarda de sua cela e que ele tivesse uma academia de ginástica para se
exercitar. A juíza federal Carolina Lebbos autorizou a benesse. Terá
também água gelada. No final da semana, o juiz Sergio Moro bateu o
martelo: nada mais será autorizado. Se comparadas as mordomias de Lula
com a situação dos demais presos da Lava Jato, que já são especiais, o
petista vive num hotel cinco estrelas. Já frente à realidade dos 720 mil
presos do sistema penitenciário brasileiro, era como se Lula estivesse
num SPA de luxo.
Julgamento do pedido de
habeas corpus do ex-ministro Antonio Palocci, no plenário do Supremo
Tribunal Federal (STF) (Crédito: Nelson Jr./Agência Brasil)
Da Redação e Agência Brasil
Por 7 votos a 4, os ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiram nesta quinta-feira (12) negar o pedido de liberdade
protocolado pela defesa do ex-ministro Antônio Palocci, preso desde
setembro de 2016 na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba,
devido às investigações da Operação Lava Jato. Relator do caso, o
ministro Edson Fachin já votou ontem para não conceder o pedido ao
ex-ministro, e foi acompanhado por Luís Roberto Barroso, Luiz Fux,
Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Celso de Mello e Cármem Lúcia. Já os
ministros Dias Toffoli, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Gilmar
Mendes se posicionaram pela soltura de Palocci. O placar terminou em 7 x
4 contra habeas corpus ‘de ofício’. Saiba como cada ministro justificou seu voto durante o julgamento: Cármem Lúcia: A presidente do STF foi a última a
votar, seguiu o relator Edson Fachin e não concedeu de ofício ordem de
habeas corpus para o ex-ministro Antonio Palocci, mantendo-o preso.
Gilmar Mendes: em seu voto, Gilmar criticou o “abuso
da prisão provisória” e apontou que “vertentes que pretendem restringir
o habeas corpus, limitar o habeas corpus estão, obviamente, fazendo
rima com o AI-5”. Para Gilmar, restringir e limitar habeas corpus é
navegar contra a cultura do “constitucionalismo”. “Considero não ser
papel do STF, porque não é papel de nenhuma Corte do mundo, julgar 10
mil habeas corpus por ano. Sem um filtro constitucional para o acesso ao
habeas corpus na Suprema Corte, a Suprema Corte ia ficar inviabilizada
de prestar jurisdição adequada em matéria de habeas corpus”, disse
Barroso, que antagoniza com Gilmar em julgamentos na Suprema Corte. Marco Aurélio: o ministro deu o quarto voto
favorável ao pedido de liberdade do ex-ministro da Fazenda Antonio
Palocci. Outros cinco ministros já votaram para não conceder o habeas
corpus a Palocci, preso preventivamente desde 2016. O resultado será
proclamado após os votos dos ministros Celso de Mello e Cármen Lúcia.
Marco Aurélio iniciou sua fala afirmando que “de bem-intencionados” o
Brasil está cheio, “todos queremos correção de rumos e dias melhores
nessa sofrida República”, continuou o ministro, ressalvando que em
“época de crise, é preciso ser ortodoxo à Constituição Federal”. Ricardo Lewandowski: o ministro acompanhou a
divergência aberta pelo ministro Dias Toffoli e votou por aceitar o
pedido de liberdade de Palocci, ex-ministro dos governos Luiz Inácio
Lula da Silva e Dilma Rousseff. “A prisão preventiva (de Palocci) já
exauriu todos os seus efeitos. O fundamento da manutenção da custódia
cautelar mostra-se frágil, porque, de acordo com o que se colhe nos
autos, a alegada conduta ocorreu entre 2011 e 2012, havendo portanto
lapso temporal de mais de quatro anos entre a data da última prática
criminosa e o encarceramento do paciente, tudo a indicar a ausência de
contemporaneidade dos fatos a ele imputados”, ponderou Lewandowski.
Dias Tofolli: O ministro votou pela admissão do
habeas corpus, afirmou que, apesar de não ser possível “ignorar a
gravidade das condutas supostamente praticadas”, “não justifica por si
só a decretação da prisão cautelar”. Ele propôs que Palocci seja
liberado da prisão preventiva e submetido a medidas cautelares
estabelecidas pelo juízo de origem. “Descabe cogitar da prisão
preventiva como antecipação de uma pena porque estaria se implementando
uma execução provisória em primeiro grau, contrariando a jurisprudência
desta Corte”, completou. Rosa Weber: em voto breve, a ministra do STF afirmou
que acompanharia a íntegra do voto do relator, Fachin, e destacou que o
colegiado decidiu pelo não conhecimento do habeas corpus, ao entender
que não é possível analisar pedido de liberdade contra prisão preventiva
quando há uma condenação posterior. Edson Fachin: Fachin disse que há risco para a ordem
pública, caso o ex-ministro seja libertado. Para o ministro, Palocci
ainda tem influência e parte dos recursos que foram desviados ainda não
foi recuperado. “Esse cenário revela periculosidade concreta do agente,
circunstância que evidencia fundado receio de de práticas de futuras
infrações”. entendeu o relator.
A maioria de votos foi formada com base no voto do relator, proferido na sessão de ontem (11).
Fachin entendeu que há risco para a ordem pública, caso o ex-ministro
seja libertado. Para o ministro, Palocci ainda tem influência e parte
dos recursos que foram desviados ainda não foi recuperado. “Esse cenário
revela periculosidade concreta do agente, circunstância que evidencia
fundado receio de práticas de futuras infrações”, entendeu o relator.
No STF, a defesa de Palocci alegou que o caso deveria ser julgado
pela Segunda Turma da Corte, e não pelo plenário. Além disso, os
advogados criticaram o “uso da prisão preventiva como forma ilegal de
antecipação de pena”.
De acordo com as investigações, a empreiteira Odebrecht tinha uma
espécie de “conta-corrente de propina” com o PT, partido do ex-ministro.
De acordo com os investigadores, a conta era gerida por Palocci, e os
pagamentos a ele eram feitos por meio do Setor de Operações Estruturadas
da Odebrecht – responsável pelo pagamento de propina a políticos – em
troca de benefícios indevidos na Petrobras.
O
presidente usou o caso do Rio de Janeiro, que está sob intervenção
federal na área de segurança, e afirmou que no Estado "temos tido mais
um corajoso testemunho do profissionalismo e da abnegação dos nossos
homens e mulheres de farda"
Por
O Dia
Presidente Michel Temer - Reprodução/ NBR
Brasília - Com a
presença dos comandantes das três Forças Armadas, o presidente Michel
Temer afirmou, nesta quarta-feira, que "todos sabem da contribuição dos
nossos militares para o Brasil" e que "todos sem exceção têm um papel a
desempenhar". "Estamos todos engajados na construção de um país de paz,
de prosperidade, de ordem e de progresso", disse em cerimônia de
apresentação dos Oficiais Generais promovidos, no Palácio do Planalto.
Temer voltou a dizer que, "em muitos rincões do País,
as Forças Armadas são a única manifestação concreta da presença do
Estado" "Por isso que eu digo que muito naturalmente cabe às nossas três
Forças, também nos termos da Constituição Federal, a tarefa de Garantia
da Lei e da Ordem", disse o presidente, ressaltando que nos últimos
tempos diversos Estados solicitaram a presença das Forças Armadas por
meio da lei de Garantia e da Ordem (GLO).
O presidente usou o caso do Rio de Janeiro, que está
sob intervenção federal na área de segurança, e afirmou que no Estado
"temos tido mais um corajoso testemunho do profissionalismo e da
abnegação dos nossos homens e mulheres de farda". "São militares que
estão nas ruas, avenidas, nas comunidades, cumprindo seu dever", disse.
Temer afirmou ainda que "ninguém tem a ilusão de que
uma medida específica, por mais bem planejada e abrangente que seja, vai
solucionar da noite para o dia problemas que são antigos e
estruturais". "Mas o fato é que a ação das Forças Armadas no Rio de
Janeiro, em coordenação estreitíssima com autoridades locais, já mostra
resultados e confirma nossa convicção de que juntos seremos capazes de
vencer aqueles que perturbam a tranquilidade e ameaçam o futuro dos
brasileiros", completou.
Promoção
Na cerimônia de hoje foram promovidos no total 69
oficiais-generais, sendo 18 da Marinha, 36 no Exército e 15 na
Aeronáutica. Temer chegou acompanhado do ministro da Defesa, Joaquim
Silva e Luna, e da esposa do ministro. A primeira-dama, Marcela Temer,
embora seja praxe estar presente, não compareceu à cerimônia.
No início de sua fala, o presidente afirmou que tinha a
honra de participar mais uma vez de uma solenidade de promoção de
oficiais-generais, destacou a importância das famílias dos militares e
completou a fala ressaltando que "a promoção traz responsabilidades
acrescidas".
Temer citou que está na Constituição que as Forças
Armadas são instituições permanentes e destacou ainda que são forças que
"cumprem com sua missão de proteção". "Prestigiamos a competência, a
dedicação e o patriotismo dos nossos oficiais-generais. Atributos
testados e comprovados ao longo de décadas de serviços prestados à
nação", afirmou.
Polêmica
Recentemente uma declaração do comandante do Exército,
general Eduardo Villas Bôas, causou polêmica na véspera do julgamento no
Supremo Tribunal Federal do recurso contra a prisão do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o que foi interpretado por alguns como
pressão no STF.
Em mensagem no Twitter, Villas Bôas disse que o
Exército compartilhava o "anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à
impunidade e de respeito à Constituição". Em outro trecho, ele
perguntou: "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às
instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das
gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses
pessoais?", escreveu. Para os militares, entretanto, Villas Bôas teria
se limitado a defender o cumprimento da Constituição e repudiado a
impunidade, sem ter o objetivo de pressionar a Suprema Corte.
Lula transforma ordem para se entregar
num espetáculo deprimente de afronta à Justiça, ao refugiar-se num QG
sindical em São Bernardo do Campo e montar um cordão humano para impedir
o acesso da PF ao local. Tudo para adiar o inevitável: a ida para trás
das grades
OCASO DE UMA ESTRELA
Cercado por
militantes, Lula se refugia no Sindicato dos Metalúrgicos e zomba da Justiça (Crédito: MIGUEL SCHINCARIOL)
André Vargas, Tábata Viapiana, Rudolfo Lago e Ary Filgueira
Às 22h de sexta-feira 6, Lula ainda estava entrincheirado na
sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo,
usado como bunker de resistência à ordem de prisão expedida na
quinta-feira 5, às 17h53, pelo juiz Sergio Moro. O prazo para ele se
entregar à Polícia Federal em Curitiba tinha vencido às 17h. Mas Lula
tornava a afrontar a Justiça. Ao contrário do que aconteceria com
qualquer preso comum no Brasil, Lula passou a ditar as regras de sua
própria rendição. Escalou advogados e até o ex-ministro da Justiça, José
Eduardo Martins Cardozo, para negociar os termos da prisão já
decretada. Até o final da noite, ele se recusava a se entregar e exigia
participar no sábado 8 às 9h30 de uma missa em homenagem à sua esposa
Marisa Letícia, falecida COMEÇA O ESPETÁCULO Manifestantes petistas se aglomeraram em vigília para pedir que Lula resista (Crédito:Avener Prado)
em fevereiro do ano passado. O evento religioso foi realizado na
própria sede do sindicato. Só depois da missa, mais de 48h depois o
petista cumpriria a determinação judicial – um acinte, por óbvio. O
ex-presidente também se recusava a ir para Curitiba, onde a PF havia
preparado uma sala especial, com todas as regalias, para que ele pudesse
começar a cumprir a pena de 12,1 anos de prisão. Batia o pé para
permanecer em São Paulo, numa cela especial do Estado Maior da PF. Um
espetáculo deprimente e inconcebível. Suéter à Morales
Durante as quase 48 horas em que permaneceu refugiado no sindicato,
dirigido por ele há 40 anos, Lula envergando um suéter ao estilo
bolivariano de Evo Morales usou milhares de militantes como uma espécie
de cordão humano para impedir o acesso da PF ao local. Ele chegou por
volta das 19h de quinta-feira 5 na entidade. Virou a madrugada no
interior do prédio, ao lado de sindicalistas. Dormiu na sala 207, no
segundo andar, com banheiro privativo. Acordou às 7h e tomou banho no
local. À medida que os trabalhadores chegavam para exigir que ele
reagisse à voz de prisão, o petista saía na janela, acenava e mandava
beijos.
Aproveitava também para abraçar efusivamente os amigos, como o
ex-chefe de gabinete de seu governo, Gilberto Carvalho, que também o
estimulou a resistência. Em dado momento, sugeriu que os trabalhadores
cercassem o sindicato para impedir a entrada dos policiais. Petistas
mais radicais, como a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e o
senador Lindbergh Farias, pediam para ele não se render. Gleisi chegou a
dizer que a PF teria que prender todos os trabalhadores, se quisesse
enviar Lula para trás das grades. Mais um teatro de absurdos, com a
conivência da Justiça, que até aquele momento parecia contemporizar. Teatro dantesco
Foto: Nelson Antoine
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ATAQUE À CARMEN Apartamento onde a presidente do STF mora virou alvo de petistas
Foto: Divulgação
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Foto: Avener Prado/Folhapress
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Foto: Adriano Machado
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FESTIVAL DE HORRORES Manifestante pedindo a prisão de Lula é
jogado ao chão e sofre traumatismo craniano. No Sindicato do ABC e em
várias outras capitais, foram realizados atos a favor do petista
condenado por corrupção. Estradas chegaram a ser bloqueadas por
manifestantes no Paraná
Foto: Rogério Gomes
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Foto: Zanone Fraissat
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DE GREVISTA A CORRUPTO Lula foi preso pela primeira vez no dia
19 de abril de 1980 por liderar greves, mas 38 anos depois é detido por
corrupção
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Como um demiurgo, o petista passou o dia sendo paparicado pelos
sindicalistas-companheiros. Às 15h30, lhe serviram o lanchinho da tarde,
com pão de mortadela. Para beber, apenas suco. Lá fora, o cliam era de
final de Copa do Mundo. Os metalúrgicos recebiam caixas e mais caixas de
cerveja, além de carne para um farto churrasco. Mas como todo grande
circo armado pelo PT e congêneres, depois do café Lula simulou que
estava passando mal. Foi atendido pelo médico Gustavo Johnem, alegando
pressão alta. “Ele está muito emocionado, é diabético”, disse o médico,
que mandou um enfermeiro ficar de prontidão com um desfibrilador. Fazia
parte do enredo, pois as 17h se aproximavam e ele já ensaiava um
problema qualquer de saúde para não ser levado preso, algo que tem sido
cada vez mais frequentes entre políticos condenados à cadeia. Depois o
petista deu início a uma pantomima de idas e vindas, com o lamentável
beneplácito da Justiça. Primeiro, disse que iria fazer um
pronunciamento. Recuou. Horas depois, voltou a cogitar a possibilidade
de descer ao carro de som, instalado defronte ao sindicato, para
discursar. Até às 22h, a possibilidade havia sido descartada. A tropa de choque
BOLIVARIANOS Vestido com o casaco que ganhou de Evo Morales,
Lula ainda resistia à prisão ao lado de Boulos, Dilma, Gleisi e Marinho
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JUS SPERNIANDIS Termo jurídico em latim para rotular quem
esperneia para não ser preso foi o pano de fundo usado pelos petistas
para reagir
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IMPICHADA A ex-presidente Dilma chega ao Sindicato dos
Metalúrgicos e aproveita para anunciar sua candidatura ao Senado por
Minas Gerais
Desde a noite anterior, a Polícia Federal e a Polícia Militar de São
Paulo monitoravam os arredores do sindicato, medindo os ânimos e o risco
de confrontos sérios. A tropa de choque da PM aguardava na Rodovia
Anchieta, a poucos quilômetros dali. Viaturas da PF estacionaram nas
imediações do sindicato com agentes dispostos a entrar no bunker petista
a qualquer momento. Os policiais chegaram a planejar como seria o
resgate do líder petista. Para executar a prisão, foi aventada a
hipótese de uma invasão aérea. Recuaram, no entanto, temendo uma cena de
confronto com os milhares de manifestantes ali presentes.
Um helicóptero chegou a fica de prontidão no aeroporto de Congonhas
para o caso de Lula se entregar. A ideia era levar o petista de jatinho
até o aeroporto Afonso Pena de Curitiba. Lá um novo helicóptero
aguardava a chegada do ex-presidente para levá-lo até a sede da PF. Como
Lula, até o final da noite de sexta-feira 6, não havia se rendido, os
planos foram adiados. Enquanto os protagonistas encenavam mais uma farsa
dantesca, os advogados do PT ingressavam com uma série de pedidos de
habeas corpus nos tribunais superiores. No início da noite, o ministro
Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, negou um novo recurso,
apresentado na manhã de sexta 6 pela defesa do ex-presidente condenado. Violência petista
O clima de confronto, provocado novamente pelo PT, desencadeou uma
onda de violência em todo o País. Jornalistas e manifestantes contrários
a Lula foram agredido por integrantes de movimentos sociais, como MTST e
MST. O caso mais grave ocorreu na frente do Instituto Lula, na quinta
5, quando um homem sofreu traumatismo craniano durante um confronto
iniciado em meio a chegada do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao local.
Àquela altura, Lula já havia saído do Instituto que leva o seu nome. A
vítima foi empurrada por um petista não identificado e bateu a cabeça na
caçamba de um caminhão que passava na rua. Ela teve que ser operada no
Hospital São Camilo, situada nas proximidades. O caso foi registrado no
16º distrito Policial como lesão corporal. Segundo o último boletim
médico, a situação da pessoa agredida era grave. Na mesma noite,
repórteres e fotógrafos encarregados da cobertura da prisão de Lula
sofreram agressões. Na sede da CUT, em Brasília, 30 manifestantes
depredaram um carro do jornal Correio Braziliense. Um cinegrafista do
SBT e um fotógrafo da agência internacional Reuters também foram
hostilizados. Em São Bernardo do Campo, um fotógrafo da agência Estadão
Conteúdo Nilton Fukuda foi atingido por ovos. A cena foi filmada e foi
parar nas redes sociais. O agressor vestia camiseta da CUT. Entidades
jornalísticas, como Abert, Abraji, Aner e ANJ, repudiaram as agressões.
“Inaceitável”, disse a Abraji em nota.
A ousadia petista chegou a sugerir a paralisação do País em protesto
contra a prisão de seu maior líder. No Paraná, mais de 360 trechos de
rodovias estaduais e federais foram bloqueados por militantes da CUT e
do MST. Mas ficou por isso mesmo. As ações não prosperaram em outras
regiões. O atentado mais insolente ocorreu na tarde de sexta-feira 6.
Três ônibus da CUT pararam em frente ao prédio onde reside a presidente
do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, em Belo Horizonte, e
jogaram tinta vermelha nas paredes externas, manchando a fachada.
Conforme o coordenador do MST em Minas, Silvio Netto, o protesto foi uma
forma de mostrar que os trabalhadores estavam dispostos a lutar.
“Cármen Lúcia se tornou a inimiga número um dos mineiros”, disse.
Segundo o movimento, cerca de 450 sem-terra participaram da
manifestação. Santificado por quê?
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AFETO
Lula queria uma estátua em sua homenagem em São Bernardo. Enquanto
protelava o momento de sua prisão, recebeu apoio de admiradores
Cela especial
Se as exigências de Lula forem frustradas e ele for levado para
Curitiba, na sede da PF, o petista será acomodado numa sala especial com
15 metros quadrados e banheiro privativo, normalmente utilizada por
agentes da PF de outros estados em missões no Paraná. No local, um
beliche foi retirado para a colocação de uma mesa e cadeiras. Uma cama
simples foi mantida. O cômodo não possui grades, tem janela voltada para
o corredor e dispõe de câmeras internas, com monitoramento e guardas na
porta por 24h.
Em Curitiba, Lula ficará completamente separado dos demais presos,
que ocupam a carceragem no segundo andar. Na sede da PF, estão outros
sete investigados da Lava Jato, entre eles o ex-ministro Antonio Palocci
e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Lá, o petista terá direito a
duas horas diárias de banho de sol, em momento distinto dos demais
presos. A intenção é realmente evitar que o ex-presidente tenha contato
com outros detentos. Outra regalia: o presidiário não precisará usar
uniforme, como é usual no sistema prisional, e comerá a mesma marmita
servida na carceragem. As visitas dos advogados são autorizadas quase
que diariamente. Eles poderão levar livros, roupas, cobertores e alguns
alimentos. Tudo será inspecionado por policiais federais antes da
entrada na sala especial. As visitas de parentes acontecerão às
quartas-feiras. De acordo com o chefe da equipe de custódia e escolta da
PF de Curitiba, Jorge Chastalo: “A sala é simples, mas tranquila e
agradável, bastante humanizada”. Lula começa a experimentar uma vida de
detento, mas com um tratamento bem melhor do que o dispensado aos
demais. Uma tradição à brasileira. A primeira prisão de Lula Divulgação
Em 19 de abril de 1980, há exatos 38 anos , Lula, então líder
sindical à frente de uma greve de metalúrgicos na região do ABC, foi
preso e levado ao Dops, em São Paulo, onde ficou 31 dias detido por ter
sido enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Era o auge do regime
militar. A greve organizada por ele, que presidia o Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, onde desta vez se entrincheirou, tinha como
objetivo a reposição salarial e redução de jornada. Ao desafiar os
militares, o ex-presidente estava ciente de que poderia ir para prisão a
qualquer momento. Chegou a ser orientado a deixar o País, mas não quis.
Foi preso no 17º dia da paralisação. Na época, outras 12 pessoas do
movimento sindical também foram presas. Lula chegou a ser condenado por
“incitação à desobediência coletiva das leis”, mas, pouco tempo depois, o
Superior Tribunal Militar (STM) anulou todo o processo. Em depoimento
na Comissão Nacional da Verdade, em 2014, Lula afirmou que sua prisão
foi uma motivação para a greve continuar. Na cadeia, Lula ficou sob a
vigilância do então delegado Romeu Tuma, que nunca maltratou o
ex-presidente no cárcere. Pelo contrário, o petista foi liberado até
para ir ao enterro da mãe, Eurídice Ferreira de Mello, a dona Lindu. O sexto presidente brasileiro preso Na história do País, quatro ex-presidentes da República foram
presos após deixar o cargo. Apenas Washington Luís foi detido em pleno
exercício do mandato
Lula é o sexto ex-presidente brasileiro a ser preso e o primeiro a
cumprir pena por um crime comum. Ao longo da história do País, quatro
ex-presidentes foram condenados após deixar o cargo. O marechal Hermes
da Fonseca (1855-1923) permaneceu encarcerado por seis meses por decisão
do então presidente Epitácio Pessoa. Em 1932, durante a Revolução
Constitucionalista, Arthur Bernardes (1875-1955) ficou detido por dois
meses. Outras duas prisões de ex-presidentes aconteceram no período de
exceção do regime militar. Juscelino Kubitschek (1902-1976) foi detido
em 13 de dezembro de 1968, dia de emissão do Ato Institucional Número 5
(AI-5). Passou nove dias em um quartel e um mês em prisão domiciliar.
Jânio Quadros (1917-1992) também foi detido em 1968. Passou 120 dias
encarcerado em Corumbá (MS). Apenas Washington Luís (1869-1957), da foto
ao lado, foi detido ainda no exercício da função. Deposto pela
Revolução de 1930 e forçado a abandonar o Palácio Guanabara, no Rio de
Janeiro. Viveu anos no exílio antes de retornar ao País.
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/