Lula transforma ordem para se entregar
num espetáculo deprimente de afronta à Justiça, ao refugiar-se num QG
sindical em São Bernardo do Campo e montar um cordão humano para impedir
o acesso da PF ao local. Tudo para adiar o inevitável: a ida para trás
das grades
OCASO DE UMA ESTRELA
Cercado por
militantes, Lula se refugia no Sindicato dos Metalúrgicos e zomba da Justiça (Crédito: MIGUEL SCHINCARIOL)
André Vargas, Tábata Viapiana, Rudolfo Lago e Ary Filgueira
Às 22h de sexta-feira 6, Lula ainda estava entrincheirado na
sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo,
usado como bunker de resistência à ordem de prisão expedida na
quinta-feira 5, às 17h53, pelo juiz Sergio Moro. O prazo para ele se
entregar à Polícia Federal em Curitiba tinha vencido às 17h. Mas Lula
tornava a afrontar a Justiça. Ao contrário do que aconteceria com
qualquer preso comum no Brasil, Lula passou a ditar as regras de sua
própria rendição. Escalou advogados e até o ex-ministro da Justiça, José
Eduardo Martins Cardozo, para negociar os termos da prisão já
decretada. Até o final da noite, ele se recusava a se entregar e exigia
participar no sábado 8 às 9h30 de uma missa em homenagem à sua esposa
Marisa Letícia, falecida COMEÇA O ESPETÁCULO Manifestantes petistas se aglomeraram em vigília para pedir que Lula resista (Crédito:Avener Prado)
em fevereiro do ano passado. O evento religioso foi realizado na
própria sede do sindicato. Só depois da missa, mais de 48h depois o
petista cumpriria a determinação judicial – um acinte, por óbvio. O
ex-presidente também se recusava a ir para Curitiba, onde a PF havia
preparado uma sala especial, com todas as regalias, para que ele pudesse
começar a cumprir a pena de 12,1 anos de prisão. Batia o pé para
permanecer em São Paulo, numa cela especial do Estado Maior da PF. Um
espetáculo deprimente e inconcebível. Suéter à Morales
Durante as quase 48 horas em que permaneceu refugiado no sindicato,
dirigido por ele há 40 anos, Lula envergando um suéter ao estilo
bolivariano de Evo Morales usou milhares de militantes como uma espécie
de cordão humano para impedir o acesso da PF ao local. Ele chegou por
volta das 19h de quinta-feira 5 na entidade. Virou a madrugada no
interior do prédio, ao lado de sindicalistas. Dormiu na sala 207, no
segundo andar, com banheiro privativo. Acordou às 7h e tomou banho no
local. À medida que os trabalhadores chegavam para exigir que ele
reagisse à voz de prisão, o petista saía na janela, acenava e mandava
beijos.
Aproveitava também para abraçar efusivamente os amigos, como o
ex-chefe de gabinete de seu governo, Gilberto Carvalho, que também o
estimulou a resistência. Em dado momento, sugeriu que os trabalhadores
cercassem o sindicato para impedir a entrada dos policiais. Petistas
mais radicais, como a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e o
senador Lindbergh Farias, pediam para ele não se render. Gleisi chegou a
dizer que a PF teria que prender todos os trabalhadores, se quisesse
enviar Lula para trás das grades. Mais um teatro de absurdos, com a
conivência da Justiça, que até aquele momento parecia contemporizar. Teatro dantesco
Foto: Nelson Antoine
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ATAQUE À CARMEN Apartamento onde a presidente do STF mora virou alvo de petistas
Foto: Divulgação
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Foto: Avener Prado/Folhapress
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Foto: Adriano Machado
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FESTIVAL DE HORRORES Manifestante pedindo a prisão de Lula é
jogado ao chão e sofre traumatismo craniano. No Sindicato do ABC e em
várias outras capitais, foram realizados atos a favor do petista
condenado por corrupção. Estradas chegaram a ser bloqueadas por
manifestantes no Paraná
Foto: Rogério Gomes
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Foto: Zanone Fraissat
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DE GREVISTA A CORRUPTO Lula foi preso pela primeira vez no dia
19 de abril de 1980 por liderar greves, mas 38 anos depois é detido por
corrupção
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Como um demiurgo, o petista passou o dia sendo paparicado pelos
sindicalistas-companheiros. Às 15h30, lhe serviram o lanchinho da tarde,
com pão de mortadela. Para beber, apenas suco. Lá fora, o cliam era de
final de Copa do Mundo. Os metalúrgicos recebiam caixas e mais caixas de
cerveja, além de carne para um farto churrasco. Mas como todo grande
circo armado pelo PT e congêneres, depois do café Lula simulou que
estava passando mal. Foi atendido pelo médico Gustavo Johnem, alegando
pressão alta. “Ele está muito emocionado, é diabético”, disse o médico,
que mandou um enfermeiro ficar de prontidão com um desfibrilador. Fazia
parte do enredo, pois as 17h se aproximavam e ele já ensaiava um
problema qualquer de saúde para não ser levado preso, algo que tem sido
cada vez mais frequentes entre políticos condenados à cadeia. Depois o
petista deu início a uma pantomima de idas e vindas, com o lamentável
beneplácito da Justiça. Primeiro, disse que iria fazer um
pronunciamento. Recuou. Horas depois, voltou a cogitar a possibilidade
de descer ao carro de som, instalado defronte ao sindicato, para
discursar. Até às 22h, a possibilidade havia sido descartada. A tropa de choque
BOLIVARIANOS Vestido com o casaco que ganhou de Evo Morales,
Lula ainda resistia à prisão ao lado de Boulos, Dilma, Gleisi e Marinho
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JUS SPERNIANDIS Termo jurídico em latim para rotular quem
esperneia para não ser preso foi o pano de fundo usado pelos petistas
para reagir
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IMPICHADA A ex-presidente Dilma chega ao Sindicato dos
Metalúrgicos e aproveita para anunciar sua candidatura ao Senado por
Minas Gerais
Desde a noite anterior, a Polícia Federal e a Polícia Militar de São
Paulo monitoravam os arredores do sindicato, medindo os ânimos e o risco
de confrontos sérios. A tropa de choque da PM aguardava na Rodovia
Anchieta, a poucos quilômetros dali. Viaturas da PF estacionaram nas
imediações do sindicato com agentes dispostos a entrar no bunker petista
a qualquer momento. Os policiais chegaram a planejar como seria o
resgate do líder petista. Para executar a prisão, foi aventada a
hipótese de uma invasão aérea. Recuaram, no entanto, temendo uma cena de
confronto com os milhares de manifestantes ali presentes.
Um helicóptero chegou a fica de prontidão no aeroporto de Congonhas
para o caso de Lula se entregar. A ideia era levar o petista de jatinho
até o aeroporto Afonso Pena de Curitiba. Lá um novo helicóptero
aguardava a chegada do ex-presidente para levá-lo até a sede da PF. Como
Lula, até o final da noite de sexta-feira 6, não havia se rendido, os
planos foram adiados. Enquanto os protagonistas encenavam mais uma farsa
dantesca, os advogados do PT ingressavam com uma série de pedidos de
habeas corpus nos tribunais superiores. No início da noite, o ministro
Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, negou um novo recurso,
apresentado na manhã de sexta 6 pela defesa do ex-presidente condenado. Violência petista
O clima de confronto, provocado novamente pelo PT, desencadeou uma
onda de violência em todo o País. Jornalistas e manifestantes contrários
a Lula foram agredido por integrantes de movimentos sociais, como MTST e
MST. O caso mais grave ocorreu na frente do Instituto Lula, na quinta
5, quando um homem sofreu traumatismo craniano durante um confronto
iniciado em meio a chegada do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao local.
Àquela altura, Lula já havia saído do Instituto que leva o seu nome. A
vítima foi empurrada por um petista não identificado e bateu a cabeça na
caçamba de um caminhão que passava na rua. Ela teve que ser operada no
Hospital São Camilo, situada nas proximidades. O caso foi registrado no
16º distrito Policial como lesão corporal. Segundo o último boletim
médico, a situação da pessoa agredida era grave. Na mesma noite,
repórteres e fotógrafos encarregados da cobertura da prisão de Lula
sofreram agressões. Na sede da CUT, em Brasília, 30 manifestantes
depredaram um carro do jornal Correio Braziliense. Um cinegrafista do
SBT e um fotógrafo da agência internacional Reuters também foram
hostilizados. Em São Bernardo do Campo, um fotógrafo da agência Estadão
Conteúdo Nilton Fukuda foi atingido por ovos. A cena foi filmada e foi
parar nas redes sociais. O agressor vestia camiseta da CUT. Entidades
jornalísticas, como Abert, Abraji, Aner e ANJ, repudiaram as agressões.
“Inaceitável”, disse a Abraji em nota.
A ousadia petista chegou a sugerir a paralisação do País em protesto
contra a prisão de seu maior líder. No Paraná, mais de 360 trechos de
rodovias estaduais e federais foram bloqueados por militantes da CUT e
do MST. Mas ficou por isso mesmo. As ações não prosperaram em outras
regiões. O atentado mais insolente ocorreu na tarde de sexta-feira 6.
Três ônibus da CUT pararam em frente ao prédio onde reside a presidente
do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, em Belo Horizonte, e
jogaram tinta vermelha nas paredes externas, manchando a fachada.
Conforme o coordenador do MST em Minas, Silvio Netto, o protesto foi uma
forma de mostrar que os trabalhadores estavam dispostos a lutar.
“Cármen Lúcia se tornou a inimiga número um dos mineiros”, disse.
Segundo o movimento, cerca de 450 sem-terra participaram da
manifestação. Santificado por quê?
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AFETO
Lula queria uma estátua em sua homenagem em São Bernardo. Enquanto
protelava o momento de sua prisão, recebeu apoio de admiradores
Cela especial
Se as exigências de Lula forem frustradas e ele for levado para
Curitiba, na sede da PF, o petista será acomodado numa sala especial com
15 metros quadrados e banheiro privativo, normalmente utilizada por
agentes da PF de outros estados em missões no Paraná. No local, um
beliche foi retirado para a colocação de uma mesa e cadeiras. Uma cama
simples foi mantida. O cômodo não possui grades, tem janela voltada para
o corredor e dispõe de câmeras internas, com monitoramento e guardas na
porta por 24h.
Em Curitiba, Lula ficará completamente separado dos demais presos,
que ocupam a carceragem no segundo andar. Na sede da PF, estão outros
sete investigados da Lava Jato, entre eles o ex-ministro Antonio Palocci
e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Lá, o petista terá direito a
duas horas diárias de banho de sol, em momento distinto dos demais
presos. A intenção é realmente evitar que o ex-presidente tenha contato
com outros detentos. Outra regalia: o presidiário não precisará usar
uniforme, como é usual no sistema prisional, e comerá a mesma marmita
servida na carceragem. As visitas dos advogados são autorizadas quase
que diariamente. Eles poderão levar livros, roupas, cobertores e alguns
alimentos. Tudo será inspecionado por policiais federais antes da
entrada na sala especial. As visitas de parentes acontecerão às
quartas-feiras. De acordo com o chefe da equipe de custódia e escolta da
PF de Curitiba, Jorge Chastalo: “A sala é simples, mas tranquila e
agradável, bastante humanizada”. Lula começa a experimentar uma vida de
detento, mas com um tratamento bem melhor do que o dispensado aos
demais. Uma tradição à brasileira. A primeira prisão de Lula Divulgação
Em 19 de abril de 1980, há exatos 38 anos , Lula, então líder
sindical à frente de uma greve de metalúrgicos na região do ABC, foi
preso e levado ao Dops, em São Paulo, onde ficou 31 dias detido por ter
sido enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Era o auge do regime
militar. A greve organizada por ele, que presidia o Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, onde desta vez se entrincheirou, tinha como
objetivo a reposição salarial e redução de jornada. Ao desafiar os
militares, o ex-presidente estava ciente de que poderia ir para prisão a
qualquer momento. Chegou a ser orientado a deixar o País, mas não quis.
Foi preso no 17º dia da paralisação. Na época, outras 12 pessoas do
movimento sindical também foram presas. Lula chegou a ser condenado por
“incitação à desobediência coletiva das leis”, mas, pouco tempo depois, o
Superior Tribunal Militar (STM) anulou todo o processo. Em depoimento
na Comissão Nacional da Verdade, em 2014, Lula afirmou que sua prisão
foi uma motivação para a greve continuar. Na cadeia, Lula ficou sob a
vigilância do então delegado Romeu Tuma, que nunca maltratou o
ex-presidente no cárcere. Pelo contrário, o petista foi liberado até
para ir ao enterro da mãe, Eurídice Ferreira de Mello, a dona Lindu. O sexto presidente brasileiro preso Na história do País, quatro ex-presidentes da República foram
presos após deixar o cargo. Apenas Washington Luís foi detido em pleno
exercício do mandato
Lula é o sexto ex-presidente brasileiro a ser preso e o primeiro a
cumprir pena por um crime comum. Ao longo da história do País, quatro
ex-presidentes foram condenados após deixar o cargo. O marechal Hermes
da Fonseca (1855-1923) permaneceu encarcerado por seis meses por decisão
do então presidente Epitácio Pessoa. Em 1932, durante a Revolução
Constitucionalista, Arthur Bernardes (1875-1955) ficou detido por dois
meses. Outras duas prisões de ex-presidentes aconteceram no período de
exceção do regime militar. Juscelino Kubitschek (1902-1976) foi detido
em 13 de dezembro de 1968, dia de emissão do Ato Institucional Número 5
(AI-5). Passou nove dias em um quartel e um mês em prisão domiciliar.
Jânio Quadros (1917-1992) também foi detido em 1968. Passou 120 dias
encarcerado em Corumbá (MS). Apenas Washington Luís (1869-1957), da foto
ao lado, foi detido ainda no exercício da função. Deposto pela
Revolução de 1930 e forçado a abandonar o Palácio Guanabara, no Rio de
Janeiro. Viveu anos no exílio antes de retornar ao País.
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/
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