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segunda-feira, 23 de abril de 2018

Até onde vai essa senadora?

Ao se pronunciar na rede Al-Jazeera convidando os países árabes para que se engajem na defesa de Lula, Gleisi Hoffmann atenta contra a segurança do Brasil e terá que se explicar à Procuradoria-Geral da República

Crédito: Divulgação
CRIME Em pronunciamento na Al-Jazeera, Gleisi Hoffmann coloca em risco a segurança nacional (Crédito: Divulgação)
Não é de hoje que lideranças do PT e aliados entraram em um verdadeiro vale tudo para defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tentar desqualificar o combate à corrupção que se trava no País. Nessa jornada insana, não existe compromisso com a verdade, respeito às decisões judiciais e muito menos com o estado democrático de Direito. Na quarta-feira 18, porém, a senadora Gleisi Hoffamann, presidente nacional do PT, que nas últimas semanas tem se esmerado em desafiar a Justiça e incitado manifestações nem sempre pacíficas, passou de todos os limites toleráveis em uma democracia. Em um pronunciamento de dois minutos e 45 segundos, feito á rede TV Al-Jazeera, a senadora atacou o Poder Judiciário, o Ministério Público e veículos de comunicação. Afirmou que o ex-presidente Lula é um preso político e que o Brasil vive sob um regime golpista. Até ai nada de novo na ladainha petista, que insiste em substituir a história por uma falsa narrativa. O problema é que em seu pronunciamento, a senadora convida o mundo árabe a se intrometer na política nacional. “Convido a todos e a todas a se juntarem conosco nessa luta. Lula livre!”. A ação da senadora, desta vez, atingiu a Lei de Segurança Nacional, que em seu artigo 8º estabelece que é crime “entrar em entendimento ou negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil”.
INQUÉRITO A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede investigação preliminar contra Gleisi (Crédito:Myke Sena )
Investigação
“O que a senadora Gleisi fez é muito grave e ela precisa ser contida”, afirmou o deputado Major Olímpio (PSL-SP). “A Al-Jazeera alcança regiões onde há concentrações de diversos grupos terroristas”, completou o deputado. No Congresso, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) ocupou a tribuna para advertir a colega petista: “Espero que não tenha sido um pedido para que o Exército Islâmico venha ao Brasil atuar aqui”, disparou. No final da tarde da quarta-feira 18, a Procuradoria da República informou que o pronunciamento de Gleisi está sob análise da Secretaria Penal e que um inquérito poderá ser aberto contra a senadora, exatamente por ferir a Lei de Segurança Nacional. Por enquanto, a pré-investigação será conduzida pela sub-procuradora Raquel Branquinho. “Está na hora de alguém dizer basta ao que a senadora vem fazendo. Democracia não é sinônimo de baderna”, disse um ministro do STJ à ISTOÉ na tarde da quinta-feira 19.
É legítimo em um regime democrático a liberdade de expressão e também é compreensível que em embates políticos se busque apoio internacional. Para tanto, porém, existem os caminhos legais, que passam pelas embaixadas e consulados instalados no País. Não foi essa a opção da senadora. Em seu desastrado pronunciamento, Gleisi também afirmou que o ex-presidente é um defensor do Estado da Palestina, ignorando – propositalmente ou por desconhecimento – que desde 1947 o Brasil prega a manutenção das fronteiras estabelecidas pela ONU naquela região. A senadora argumenta que concedeu entrevistas com teor semelhante a redes internacionais como CNN e France-Presse, sem que nada fosse dito contra ela. Portanto, afirma que as críticas que vem recebendo são frutos de “ignorância, xenofobia e má-fé para com os árabes”. Era melhor que não tivesse dito nada. Espera-se, agora, que o Ministério Público Federal consiga controlar essa situação.

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