Parlamentar é suspeito de ligação com criminosos do PCC
Terra
O presidente estadual do partido, Emídio de Souza, avaliou que a
falta de provas contundentes de relações entre o deputado e membros da
facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas não foi
impedimento para a decisão.
"Não somos o judiciário, não somos a polícia. Temos o direito e o
dever de decidir e fiscalizar quem faz parte do nosso partido e quem o
partido lança como candidato", disse Emídio. "A conduta de Luiz Moura
foi muito prejudicial ao partido, arranhou a imagem", avaliou, ao
explicar o motivo do afastamento.
A decisão pelo afastamento já estava tomada, conforme o Estado
publicou na edição impressa desta quinta-feira. "Foi dada toda, toda a
chance de defesa. Ele não compareceu hoje, não mandou documentos, não
mandou testemunhas", completou Emídio.
O presidente estadual explicou que, para a expulsão se confirmar, o
diretório deverá confirmar a decisão da executiva. A reunião dos 62
membros do diretório está marcada para esta sexta-feira, 1º.
O advogado de Moura, João de Oliveira, contesta a expulsão. Diz que
o deputado não havia sido notificado da reunião. "Um dos preceitos
principais do Partido dos Trabalhadores é de combater a desigualdade. O
que ele (Emídio) está fazendo é uma ilegalidade. O Moura não é indiciado
por nada, é apenas suspeito", disse o advogado.
Oliveira fez mais críticas ao partido. "Dentro do próprio PT tem
pessoas que foram condenadas e não tiveram o tratamento que o deputado
Luiz Moura teve", disse, referindo-se aos condenados do mensalão.
O advogado pretende recorrer da decisão na Justiça e dentro do
próprio Partido dos Trabalhadores, mas não detalhou os instrumentos que
vai usar.
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