Foram 265 notificações, sendo 24 tiroteios com vítimas fatais e 20 feridos.
Programa colaborativo recebe e checa notificação de usuários.

O primeiro relatório, divulgado nesta quarta-feira (13), mostrou que, em apenas sete dias, 265 notificações de tiroteios foram enviadas para a ferramenta. A média é de pouco mais de 1,5 tiroteio por hora. Desses confrontos, 24 tiveram vítimas fatais e, em 20, pessoas ficaram feridas. Também foram registrados 50 confrontos decorrentes de operação policial.
A região da cidade com o maior número de registros foi o Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Já na Baixada Fluminense, a cidade de São João de Meriti foi o local que mais cadastrou registros de violência.

A ideia de criar o aplicativo foi da jornalista e especialista em Segurança Pública Cecília Olliveira e surgiu a partir da curiosidade de contar a quantidade de tiroteios que acontecem todos os dias.
“No ano passado eu estava buscando informações sobre feridos por bala perdida e incidência de tiroteios na cidade e não encontrei, mas me deparei com uma informação do Voz da Comunidade que dizia muito: ‘estamos há 100 dias sem paz’. Isso me despertou a ideia de começar a contar os tiroteios - acompanhando via imprensa, boletins da PM que estão disponíveis no site e alguns amigos/coletivos espalhados pela cidade - em uma planilha mesmo. Percebi que a realidade era bem maior do que imaginava e procurei a Anistia para propor o projeto, que foi aceito", disse Cecília Olliveira, pesquisadora e gestora de dados do Fogo Cruzado.

O aplicativo funciona de maneira colaborativa e recebe notificações de usuários, mas também tem informações baseadas em dados da Polícia Militar, que ficam disponíveis no site da instituição, e nas divulgações da imprensa. No site do aplicativo, é possível fazer uma filtragem e visualizar as notificações de acordo com as fontes.
De acordo com a gestora de dados do aplicativo, serão feitos relatórios para mostrar o aumento ou não dos confrontos semanalmente, mensalmente e trimestralmente. Os dados estarão disponíveis na aba “Relatórios” do site e do aplicativo.
“Vale pontuar que nem tudo o que é notificado é um confronto, uma vez que também somos notificados acerca de disparos de arma de fogo”, explicou Cecília.
O aplicativo pretende ajudar a aprofundar o debate sobre segurança pública no Rio de Janeiro e permitir que a população dos bairros mais afetados pelos confrontos se manifeste de forma segura.
* Colaborou Matheus Rodrigues
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