Ministério Público de São Paulo culpa
oficialmente a União pela morte de Virgílio Gomes da Silva, o primeiro
desaparecido político nos anos de chumbo. É uma resposta aos saudosos da
ditadura militar e àqueles que elogiam torturadores
VÍTIMA Virgílio, que migrou para São Paulo com 16 anos, acabou massacrado na sede da Operação Bandeirante (Crédito: Divulgação)
Antonio Carlos Prado e Fernando Lavieri
No momento em que a ditadura militar e seus torturadores são
enaltecidos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, o Ministério
Público de São Paulo tomou uma decisão que reforça os valores
democráticos, exorciza os nostágicos dos tempos do regime de exceção e
reafirma os princípios do Estado de Direito. Trata-se do atestado de
óbito fornecido à família do operário Virgílio Gomes da Silva, no qual,
por determinação do MP, consta com todas as letras que a
responsabilidade pela sua morte é da União. A ditadura que se instaurou
no Brasil em 1964, rasgando a Constituição e apeando do poder o então
presidente democraticamente eleito João Goulart, sequestrou, torturou,
matou e desapareceu com corpos. Formou-se então no País uma legião de
Antígonas, homens-Antígonas e mulheres- Antígonas, buscando dar
sepultura digna a seus familiares, sepultura que o Estado-Édipo negou.
Pois bem, Virgílio foi o primeiro opositor do regime a ser colocado na
fria catalogação de “desaparecido político”. JUSTIÇA
Gregório da Silva junta atestado de óbito retificado de seu pai,
Virgílio, aos arquivos documentais da família: alento em meio à dor
(Crédito:Gabriel Reis)
Militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), comandada por Carlos
Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, o operário Virgílio, cujo nome na
clandestinidade era Jonas, talvez sonhasse em ver o Brasil comunista, o
que significaria uma ditadura tão ruim, sangrenta e cruel quanto a
ditadura de extrema direita que vivemos. Nenhuma ditadura presta, ambas
reprimem com violência. Virgílio foi preso em São Paulo em setembro de
1969, nove meses após a decretação do nebuloso AI-5, do qual também há
gente em Brasília com vontade de vê-lo novamente vigorar. O potiguar
Virgílio, então com 36 anos de idade, apesar de sua baixa estatura (um
metro e sessenta e seis centímetros) praticava boxe e revidou quando
levou os primeiros golpes de seus torturadores. Era um único homem a ser
subjugado por muitos outros homens. Virgílio, que migrara para São
Paulo com 16 anos de idade fugindo da fome da região em que nascera,
acabou massacrado atrás de uma porta na sede da chamada Operação
Bandeirantes (Oban), embrião do DOI-Codi, o grande porão da repressão
militar. Motivo de sua prisão e morte: como responsável pelo grupo
tático armado da ALN, ele teve papel relevante no sequestro do então
embaixador americano Charles Burke Elbrick. Foi enterrado
clandestinamente em um dos maiores cemitérios públicos de São Paulo,
localizado no bairro de Vila Formosa. “Temos o atestado de óbito, mas o
corpo jamais foi encontrado”, diz um de seus filhos, o engenheiro
Gregório Gomes da Silva. “Meu pai era um homem íntegro e honesto, para
sobreviver participou até de baile de resistência carnavalesca. Tinha de
dançar sobre um tablado sem parar, os três dias do Carnaval, para
ganhar o dinheiro do prêmio”. “Meu pai foi um homem íntegro e honrado, mas seu corpo foi enterrado como indigente” Gregório Gomes da Silva, filho de Virgílio Bolsonaro joga contra
A Câmara Municipal de São Paulo concedeu in memorian o título de
cidadão paulistano a Virgílio. O trabalho de localização de corpos de
desparecidos políticos e de retificação do documento que atesta o óbito
ganhou força com a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos
Políticos, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos. Com o claro propósito de bloquear a atuação da comissão, Jair
Bolsonaro promoveu nela diversas interferências e acabou demitindo a sua
presidente, a procuradora Eugênia Augusta Gonzaga. Os procedimentos
passaram então à alçada do Ministério Público paulista. O presidente da
República também alterou o regimento interno da comissão, praticamente
desautorizando as emissões de atestados de óbitos com a informação
verdadeira sobre a causa de morte porque isso inevitavelmente acarreta a
responsabilização da União.
Diante de tantos obstáculos colocados na esfera federal, o atestado
de óbito de Virgílio é uma grande vitória de seus familiares contra a
mais dura noite política que caiu sobre o País com a edição do AI-5:
além de torturar e matar oponentes do regime, o ato institucional fechou
o Congresso, extinguiu direitos políticos e garantias individuais,
tornou sem efeito a figura jurídica do habas corpus e censurou a
imprensa. Não se sabe onde está a ossada de Virgílio. Mas agora sabemos
que a sua morte, ocorrida há 51 anos, se deu sob tortura — isso passou a
ser público e a União é oficialmente culpada.
Aos bravos GUERREIROS DE SELVA formados e qualificados pelo Centro de Operações na Selva e Ações de Comando (COSAC) e Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) para defender a soberania da Amazônia - BRASIL, meus sinceros cumprimentos pelo dia:"03 DE JUNHO - DIA DO GUERREIRO DE SELVA" ÁRDUA É A MISSÃO DE DEFENDER E DESENVOLVER A AMAZÕNIA, MUITO MAIS DIFÍCIL PORÉM, FOI A DE NOSSOS ANTEPASSADOS EM CONQUISTÁ-LA E MANTÊ-LA"ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA Senhor,Tu que ordenaste ao guerreiro da selva: “Sobrepujai todos os vossos oponentes!” Dai-nos hoje da floresta: A sobriedade para persistir, A paciência para emboscar, A perseverança para sobreviver, A astúcia para dissimular, A fé para resistir e vencer, E dai-nos também Senhor, A esperança e a certeza do retorno. Mas, se defendendo esta brasileira Amazônia, Tivermos que perecer, ó Deus! Que o façamos com dignidade E mereçamos a vitória! SELVA!http://www.cigs.ensino.eb.br/
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