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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Bombardeios russos matam 10 civis na Síria e regime avança em Idlib

Bombardeios russos matam 10 civis na Síria e regime avança em Idlib
Membro da Defesa Civil síria combate incêndio após bombardeio em Idlib - AFP
Dez civis foram mortos em ataques aéreos russos em uma área onde há uma clínica médica na região de Idlib, onde as forças do regime avançam para tomar a última grande fortaleza insurgente na Síria – relatou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Aliada do regime de Bashar al-Assad, Moscou negou ter realizado esses ataques noturnos, que atingiram a localidade de Ariha, na província de Idlib (noroeste). O Ministério da Defesa afirmou que “a aviação não realizou nenhuma missão de combate nesta região da Síria”.
As paredes da clínica de Al-Shami foram danificadas, e o estabelecimento está fora de serviço, segundo correspondentes da AFP no local.
Toufic Saado, um paramédico da clínica, estava dentro do prédio quando três bombardeios atingiram a área. “Pessoas feridas estão em frente ao estabelecimento médico”, disse ele à AFP.
Na mesma região, três edifícios desabaram. Os gritos de mulheres e crianças eram ouvidos, enquanto as equipes de resgate buscavam corpos enterrados sob os escombros, segundo um correspondente da AFP.
Segundo o OSDH, ao menos cinco mulheres estão entre as vítimas. Este novo balanço eleva para 21 o número de civis mortos nos bombardeios russos na região de Idlib nas últimas 24 horas, de acordo com a organização.
Na quarta-feira, as forças do regime reconquistaram a cidade estratégica de Maaret al-Noomane, a segunda maior da província de Idlib, e continuam avançando na região, dominada pelos jihadistas da Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-facção síria da Al-Qaeda).
Composta por grande parte da província de Idlib e setores adjacentes das províncias de Aleppo, Hama e Latakia, a região também abriga outros grupos jihadistas e várias facções da oposição armada.
As forças do regime avançam ao norte de Maaret al-Noomae, em direção à localidade de Saraqeb, que está praticamente deserta após bombardeios pesados.
Ariha fica entre Maaret al-Noomane e Saraqeb, que se encontra na rodovia M5, uma rota estratégica que conecta Damasco a Aleppo, a segunda cidade da Síria e antigo centro econômico do país.
Os combates com grupos jihadistas e rebeldes ocorrem a menos de cinco quilômetros de Saraqeb, segundo o OSDH.
A importância estratégica de Saraqeb também reside no fato de que também está no cruzamento entre a M5 e outra rodovia principal (M4), que liga Aleppo à cidade costeira de Latakia.
Após meses de bombardeios e combates, as forças do regime controlam mais de 40% da província de Idlib. No total, Assad controla mais de 70% do território nacional.
Desde dezembro, mais de 388.000 pessoas deixaram suas casas na região de Idlib, segundo a ONU, incluindo 20.000 nos últimos dois dias.
A província de Idlib já havia sido palco de uma grande ofensiva entre abril e agosto de 2019, que matou quase mil civis, segundo o OSDH, e deslocou mais de 400.000 pessoas.
Os combates “devem cessar”, insistiu ontem o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Mark Lowcock, alertando para o agravamento de um “desastre humanitário”.
Deflagrado em março de 2011 pela repressão de protestos pró-democracia, o conflito na Síria deixou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.

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