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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Dilma redobra ataque a Marina: "Coitadinho não pode ser presidente"

Presidente-candidata tenta desconversar sobre ofensiva à rival. No campo programático, afasta ideia de colocar área de humanas no Ciência sem Fronteiras

Gabriel Castro, de Brasília
Presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff durante entrevista coletiva no Palácio da Alvorada - 14/09/2014
Presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff durante entrevista coletiva no Palácio da Alvorada - 14/09/2014 (Ichiro Guerra/Divulgação/VEJA)
Em entrevista concedida neste domingo no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, voltou a criticar a adversária Marina Silva, que tem se queixado dos ataques do programa eleitoral da petista. A presidente afirmou que um "coitadinho" não pode ocupar o maior cargo da República. "Não tem coitadinho na Presidência. Quem vai para a Presidência não é coitadinho. Porque, se se sente coitadinho, não pode chegar lá", disse ela.
A petista afirmou que tem discutido apenas o programa de governo da adversária, sem ataques pessoais, e que isso é parte da disputa eleitoral. "A campanha tem de ser do mais alto nível. Agora, eu considero alto nível discutir proposta, sim. Ninguém pode se dar por satisfeito quando não discute propostas", afirmou.
Sobre seu programa de governo, Dilma descartou a inclusão dos cursos de humanas no programa Ciência Sem Fronteiras. Ela prometeu manter o programa em um eventual segundo mandato, mas afirmou que não há recursos para que alunos fora da área de exatas sejam incluídos. "Nós não temos dinheiro para fazer para todo mundo. Em humanas, cá entre nós, nós não fazemos feio", afirmou.
Dilma também declarou que, no futuro, o programa deve incluir um critério de renda. Hoje, apenas o mérito do aluno é levado em conta, o que acaba fazendo com que o governo financie os estudos e a moradia de muitos alunos das classes mais altas. "Não está afastado o corte por renda no futuro, não. É óbvio que em algum momento teremos de fazer isso", declarou.
A próxima seleção do programa se encerra em 23 de setembro e deve escolher cerca de 14.000 beneficiados. Todos os alunos que não forem selecionados terão direito a uma segunda chamada no Ciência Sem Fronteiras 2. Se cumprirem os critérios mínimos de qualificação, eles serão beneficiados na próxima etapa do programa. Haverá 100.000 novas vagas em um segundo governo, afirmou a presidente. Até agora, pouco mais de 86.000 alunos participaram do Ciência Sem Fronteiras. Por meio do programa, o governo financia os custos acadêmicos e de moradia de alunos de universidades brasileiras que sejam aceitos para um intercâmbio em universidades estrangeiras.
Paulo Roberto – Dilma também afirmou não estar preocupada com o possível depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, no Congresso Federal. "Nós não temos nenhuma expectativa ou preocupação em relação a isso", afirmou. Costa, que está preso, tem revelado à Polícia Federal nomes de políticos beneficiados pelos desvios na estatal. Parlamentares da CPI da Petrobras pretendem ouvi-lo, mas isso depende de autorização do Supremo Tribunal Federal.

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