Acidente na Arena Corinthians deixou dois mortos em novembro.
Para superintendente regional, operador 'tem que estar tranquilo'.
O superintendente regional do Ministério do Trabalho em São Paulo, Luis Antonio Medeiros, afirmou na manhã desta terça-feira (10) que o condutor do guindaste que caiu no estádio do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste, trabalhou 18 dias sem folga antes do acidente. Nesta terça, uma equipe visita a arena que receberá a abertura da Copa de 2014 para vistoriar oito guindastes interditados após o acidente que matou dois operários, em novembro.
“Devido à rapidez da obra, todo dia aqui tem duas horas extras. Estava conversando com a Odebrecht no sentido da gente dar uma limitada nisso. É legal fazer duas horas extras por dia, mas soube agora que o mecânico do guindaste estava há 18 dias sem nenhum descanso. Então, nós vamos limitar onde houver perigo, onde o cidadão é quase um piloto, tem que estar desestressado, tem que estar tranquilo.”
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"Ele [operador] falou para nós e nós temos os dados. Ministério do Trabalho tem [acesso a] cartão de ponto, tem tudo", completou. Segundo Medeiros, que teve acesso às fichas de ponto dos operários, pode ter havido um acordo com o funcionário para compensar os dias trabalhados. “Eu não sei o que a empresa combinou com ele se esses 18 seriam compensados se era banco de horas. Nós achamos que há uma exaustão para a pessoa que opera um mecanismo tão delicado”, afirmou.
A Odebrechet, construtora responsável pela obra, disse que "esses trabalhos nunca são contínuos". "Durante o período relatado pelo Superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego de São Paulo, o operador do guindaste ficou, na maior parte do tempo, em área designada aguardando a liberação da peça para o içamento", afirma uma nota da empresa.
A Locar, empresa terceirizada responsável pelos operários, negou que operador estivesse trabalhando sem folgas. "No domingo que antecedeu ao acidente, foi seu último dia de folga", diz a empresa.
As causas do acidente ainda estão sendo analisadas. “Nós não sabemos a causa do acidente. Nós só achamos que tem que limitar o trabalho desses operários nesses lugares estratégicos. As causas do acidente têm que ser analisadas. Isso é uma das vertentes. O que nós queremos é que essas pessoas trabalhem com folga, com tranquilidade”, disse.
O Ministério do Trabalho pretende testar e liberar todas as gruas até o dia 16. A permissão para retomada dos trabalhos acontecerá após a aprovação do plano de retirada do guindaste e da última peça da estrutura metálica que cobriria o estádio.
A Defesa Civil, que interditou 5% das obras de construção do estádio, explicou anteriormente que, para que a empresa comece a remoção, é necessária uma autorização para a realização de obras emergenciais da parte da Prefeitura. Após ser retirado, o guindaste vai ficar à disposição para análise.
Inauguração
O estádio do Corinthians foi o local escolhido pela Fifa para o jogo de abertura da Copa do Mundo no dia 12 de junho de 2014, que será entre a seleção brasileira e a Croácia, adversária definida no sorteio das chaves do Mundial no dia 6 de dezembro, na Costa do Sauípe (BA).
O estádio do Corinthians foi o local escolhido pela Fifa para o jogo de abertura da Copa do Mundo no dia 12 de junho de 2014, que será entre a seleção brasileira e a Croácia, adversária definida no sorteio das chaves do Mundial no dia 6 de dezembro, na Costa do Sauípe (BA).
A Odebrecht e o Corinthians informaram em 5 de dezembro, em nota conjunta, que o prazo estabelecido como meta para a entrega da Arena Corinthians é 15 de abril de 2014, menos de dois meses antes da abertura da Copa do Mundo. A data foi decidida em conjunto com o Comitê Organizador Local (COL) e a Fifa.
Acidente
O operador cuidava de um guindaste que suporta carga de até 1,5 mil toneladas. Ele içava uma peça de 420 toneladas quando a estrutura e a máquina tombaram sobre parte do estádio, atingindo o motorista Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 43. Eles trabalhavam para empresas terceirizadas e morreram.
O operador cuidava de um guindaste que suporta carga de até 1,5 mil toneladas. Ele içava uma peça de 420 toneladas quando a estrutura e a máquina tombaram sobre parte do estádio, atingindo o motorista Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 43. Eles trabalhavam para empresas terceirizadas e morreram.
A “caixa-preta” do guindaste foi retirada em 2 de dezembro pelos fabricantes do veículo e entregue à perícia da Polícia Técnico-Científica para análise.
Peritos analisam o caso para descobrir, entre três hipóteses prováveis, se o que o ocorreu foi causado por falha humana (do operador do guindaste), mecânica (devido algum problema da máquina) ou do terreno (pela inconformidade do solo, que teria tombado o aparelho).
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