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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Presidente do PT cobra renúncia de Vargas em reunião com deputados

Rui Falcão disse que tentará ‘convencer’ deputado petista a renunciar.
Dirigente defende que renúncia preservará a sigla e dará direito de defesa.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
O presidente do PT, Rui Falcão, disse não ver no
partido nenhum 'movimento de solidariedade' a
André Vargas (Foto: Andre Dusek/Agência Estado)
Presidente do PT, Falcão descarta alianças com oposição nos municípios (Foto: Andre Dusek/Agência Estado) O presidente nacional do PT, Rui Falcão, se reuniu nesta quarta-feira (23) com a bancada do partido na Câmara para tentar convencer os parlamentares de que o deputado licenciado André Vargas (PT-PR) deve renunciar ao mandato para preservar a imagem da sigla.
Diante da resistência de Vargas em renunciar ao mandato, a bancada petista rachou. Há deputados que defendem a renúncia e outros que acreditam que o colega de partido deve enfrentar até o fim o processo por quebra de decoro parlamentar que tramita no conselho de ética da Câmara.
“Expus com todas as letras a opinião que tenho já manifestado a vocês, que o André [Vargas], em benefício dele e do PT, deveria renunciar e que não faria sentido o Conselho de Ética prosseguir com um processo diante de um réu que não é mais deputado. Eu continuo achando que a melhor solução é ele renunciar”, disse Falcão.
Não vejo movimento de solidariedade coletiva a ele. Não vejo uns 30 irem ao plenário e dizer que o André está certo, voar no avião do cara estava certo. Não vejo ninguém falar isso. Isso é uma coisa para ele refletir"
Rui Falcão, presidente nacional do PT
O presidente do PT assegurou que não existe um “movimento de solidariedade” a André Vargas por parte do partido e que o parlamentar deveria “refletir” sobre isso.
"Acho que ele [Vargas] deveria sair um pouco, se reunir com a família, meditar sobre os argumentos, ver esta situação da bancada. Não vejo movimento de solidariedade coletiva a ele. Não vejo uns 30 irem ao plenário e dizer que o André está certo, voar no avião do cara estava certo. Não vejo ninguém falar isso. Isso é uma coisa para ele refletir", ironizou o dirigente petista.
Vargas é alvo de denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal (PF) por suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. O parlamentar do PT viajou em um jatinho fretado pelo doleiro e é suspeito de fazer tráfico de influência no Ministério da Saúde.
Mesmo com a insistência de Vargas em se manter no Legislativo, o presidente do PT adiantou que pretende fazer nova ofensiva nos próximos dias para convencê-lo a renunciar.
“Essa é uma decisão personalíssima, a gente não pode votar isso, mas é um pedido que temos feito a ele e que tenho reiterado. Eu sou persistente e vou continuar insistindo para ver se o convenço”, enfatizou.
Conselho de Ética
Nesta terça (22), uma manobra do PT adiou por uma semana a votação no Conselho de Ética do relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) que recomenda a continuidade do processo contra André Vargas, que pode resultar na cassação do mandato do petista.
A pedido de Vargas, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) pediu vista (mais tempo para analisar o caso) após a leitura do parecer preliminar. Diante da reivindicação, a votação do texto foi transferida para a próxima terça (29).
“Agora, ele [Vargas] tem mais uma semana para a votação do parecer no Conselho de Ética. A situação é de que há uma utilização política de um erro que ele cometeu para tentar generalizar isso com o PT, que não coaduna com os atos que ele até se desculpou por praticar”, disse Rui Falcão.
Após a reunião com Rui Falcão, o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), destacou que ainda “existem dúvidas” na bancada sobre se a renúncia seria o melhor caminho para André Vargas. “A bancada está unida no que diz respeito ao direito de defesa do André, está unida no sentido de que a verdade tem que ser sempre a vencedora, mas existem dúvidas no que diz respeito a se ele deve ou não renunciar.”

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