
Ex-diretor pagava com cartão corporativo hospedagens no luxuoso Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, cidade onde mora
Relatórios da Petrobras mostram gastos com cartão de crédito
empresarial de ex-dirigentes da estatal em hotéis de luxo, viagens ao
exterior e restaurantes sofisticados. O ex-diretor da área
internacional, Nestor Cerveró, em 2007, apresentou conta no restaurante
do hotel Fasano, no Rio de Janeiro, no valor de R$ 950; além de
hospedagem no hotel Copacabana Palace, na mesma cidade onde mora. Também
costumava frequentar o restaurante Osteria Dell Angolo, que serve
comida italiana no Rio de Janeiro. Uma das contas ressarcida pela
Petrobras no local foi de R$ 600.
Restaurante caro, frequentado por Nestor Cerveró com dinheiro público

Entre 2005 e 2007, a Petrobras bancou despesas que somam R$
621.820,00 com cartão corporativo dos dirigentes da empresa no período.
Os gastos estão discriminados no relatório de gestão da Petrobras,
disponível no site da empresa ano base 2007. O Tribunal de Contas da
União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU) analisaram os gastos e
não encontraram irregularidades.
O ex-diretor de refino Paulo Roberto Costa também tinha hábitos
refinados bancados com dinheiro da empresa pública, especialmente em
viagens para o exterior, onde se hospedava em hotéis cinco estrelas. Em
setembro de 2007, ele usou o cartão corporativo da empresa para alugar
carro com motorista em Estocolmo, numa empresa especializada em aluguel
de limusine. Em dois dias, o aluguel foi de R$ 3.409,00. Não há na nota
de pagamento a especificação do modelo do carro. Paulo Roberto foi preso
na última semana, na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sob a
suspeita de envolvimento com um esquema de corrupção e lavagem de
dinheiro.
Cerveró e Paulo Roberto estão no foco da CPI da Petrobras que deve
ser criada pelo Congresso para investigar desmandos na empresa. Cerveró
foi demitido na semana passada, após a presidente Dilma Rousseff afirmar
ao jornal
O Estado de S. Paulo que ele omitiu do conselho de
administração da empresa em 2006, na época presidido por ela, dados
sobre a compra da refinaria de Pasadena. A presidente justificou que
“certamente” o conselho não teria aprovado o negócio se tivesse na
ocasião tomado conhecimento de cláusulas do contrato.
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