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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Complexidade da Transposição gerou atrasos, afirma Dilma

Para ela, ao longo dos anos, novos projetos, como os estruturantes realizados nos Estados, fortalecem mais a obra

dilminha
Dilma cumprimentou os operários e classificou o empreendimento como revolucionário e inovador, estimulando o desenvolvimento e garantindo a segurança hídrica por mais de 30 anos, para mais de 12 milhões de nordestinos
fotos: bruno gomes
Jati. Investimentos da ordem de R$ 36 bilhões estão sendo aplicados, junto com o Projeto de Integração do Rio São Francisco e os Estados a serem beneficiados, em obras estruturantes que poderão ser iniciadas ainda este ano, em alguns trechos do canal. Deste montante, avaliado pela presidente Dilma Roussef em visita ontem ao local, o Governo Federal investe, para receber as águas do Rio São Francisco a partir do Canal da Transposição, R$ 8,2 bilhões. Dilma classificou o empreendimento como revolucionário e inovador, estimulando o desenvolvimento e garantindo a segurança hídrica por mais de 30 anos, para mais de 12 milhões de nordestinos.
Em seu discurso, a presidente voltou a falar no atraso da obra, que poderia estar pronta há mais de três anos, ressaltando o nível de complexidade que envolve um projeto da magnitude da transposição. Conforme disse, ao longo desses anos, foi-se adquirindo experiência e novos projetos, como os estruturantes realizados nos Estados para a redistribuição das águas, a fim de beneficiar mais pessoas, o que fortaleceu mais o trabalho. Entre as obras estruturantes estão o Cinturão das águas, no Ceará, e demais projetos em Pernambuco, Alagoas, Piauí, entre outros. "A cada R$ 1,00 investido pelo Governo Federal, foram mais de R$ 3,00 em obras dos Estados", calculou.
"Não precisa inaugurar em 2015 para as pessoas se beneficiarem. Já vai ficando pronto e colocando para o uso da população, que é o lógico", completou a presidente ao afirmar que ainda este ano, trechos já possam estar sendo entregues. Até 2015, explicou, a obra será finalizada em sua totalidade conforme os técnicos afirmaram.
Para a presidente, o Brasil jamais fez uma obra dessa proporção e em nível de complexidade. Ela disse que a forma de pensar o combate à seca no Brasil mudou, com ações que possibilitam a convivência com a estiagem. Isso inclui a política de construção de cisternas, e que concluirá o seu governo com mais de 1,1 milhão delas. Dilma destacou também os vários trechos já recuperados do Rio São Francisco a admitiu que as resistências em relação ao projeto de transposição diminuíram bastante.
Balanço
Mais de R$ 4,5 bilhões já foram investidos na obra e cerca de 60% estão prontos, com mais de dez mil pessoas trabalhando, chegando à capacidade máxima de contratação. Em trechos como os visitados ontem em Jati, no Ceará; São José de Piranhas, na Paraíba; e Cabrobó, em Pernambuco, os trabalhos estão sendo realizados 24 horas por dia.
Em uma avaliação da visita, a presidente disse que esteve reunida com as empresas responsáveis pelos serviços, afirmando que os projetos estão bons, resultando em um momento de grande aprendizado, o que facilitará o encaminhamento dos trabalhos para a execução final. Dilma esteve acompanhada do ministro interino da Integração Nacional, Fernando Teixeira, e foi recepcionada pelo Governador Cid Gomes, juntamente com o secretário de Saúde, Ciro Gomes. Também estiveram presentes vários prefeitos e parlamentares da Paraíba e do Ceará.
Recursos para estiagem
Convivência
A presidente afirmou que a forma de pensar o combate à seca no Brasil mudou, com ações que possibilitam a convivência com a estiagem, como a política de construção de cisternas. Ao fim do seu governo, Dilma terá entregue mais de 1,1 milhão de cisternas
Trechos antes do prazo
Durante a visita ao Ceará, a presidente da República afirmou que, ainda este ano, trechos da Transposição do Rio São Francisco já podem ser entregues para o benefício da população, antes da data oficial para a entrega da obra, prevista para 2015
Aeroportos estão 'encaminhados'
Jati. Ainda durante a vista, ontem, às obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco, a presidente Dilma Rousseff admitiu que os estádios e os aeroportos do País estão "encaminhados" para a realização da Copa, no Brasil. "Acho que a Copa do Mundo tem todas as condições para ser um sucesso", afirmou. A presidente passou por três estados nordestinos, onde estão sendo realizadas as obras do canal da transposição. Em Jati, deu entrevista coletiva e discursou para cerca de duas mil pessoas.
Durante a coletiva de imprensa, os jornalistas pediram à presidente para dar sua opinião sobre os resultados das últimas pesquisas de avaliação do governo. Ela disse que não iria comentar pesquisas por ser um dado conjuntural. "Não comentei, nunca, pesquisa quando eu subia, e não comento quando cai também, e nem quando fica estável. Não comento, é conjuntural. Sabe quando a gente vê o que vai dar? Quando a gente é testado pela população", disse.
Outra pergunta feita à presidenta foi quanto a permanência ou não do ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, no cargo, até o final de seu governo. "Meus ministros ficam no cargo enquanto tiverem a minha confiança e não tem motivo para não ter confiança no ministro Francisco Teixeira", argumentou.
Segurança na Copa
Questionada ainda sobre a Copa do Mundo, ela destacou que vem sendo planejada uma grande estrutura de segurança, entre Estados e o Governo Federal, como forma de garantir a vinda dos chefes de estado e as delegações dos países participantes dos jogos. "Quem quiser manifestar pode, mas não pode prejudicar a Copa", destacou Dilma, ao declarar que está sendo garantida uma conjunção de forças, incluindo a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, as polícias militares dos Estados, a Força Nacional de Segurança e as Forças Armadas, para assegurar que os jogos sejam realizados no Brasil de forma pacífica.
"Temos que garantir a absoluta tranquilidade e asseguro a vocês que será uma Copa plena de êxito", garantiu. A presidente destacou que o Brasil é perfeitamente democrático, mas que a democracia não significa vandalismo, nem tão pouco prejuízo para o conjunto da população.
"Além disso, acho lamentável que quando se olha um aeroporto do tipo de Guarulhos, se fale de um pingo d'água, quando de fato a obra é excepcional", afirma a presidente, em relação às críticas que considera de 'má vontade' com o Brasil.
Ainda em relação às posturas críticas ela enfatizou que a mesma visão deve ser direcionada em relação aos jogos. "Somos o país da Copa, porque todos nós adoramos futebol", salientou.
Para a presidente, da mesma forma que o brasileiro gosta da Copa em outros países, esse é o momento em que a maioria das pessoas que não pode usufruir da competição em outros lugares do mundo, possa ver no Brasil. "Então, a garantia para que as pessoas que adoram a Copa vejam, vamos dar em tempo integral", assegurou Dilma. (ES)
Elisângela Santos
Repórter

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