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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Justiça Federal decide processar militares envolvidos no atentado do Riocentro

Réus serão julgados por tentativa de homicídio doloso, associação criminosa, transporte de explosivos, favorecimento pessoal e fraude processual

Agência Brasil
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No ano em que o golpe militar de 1964 completa meio século, a Justiça vai rever crimes cometidos por agentes do Estado contra civis. A Justiça Federal no Rio de Janeiro aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e vai iniciar ação penal contra seis acusados de participação no atentado à bomba no Riocentro, em 1981, dos quais cinco são oficiais do Exército e um é delegado de polícia.

Serão julgados por tentativa de homicídio doloso, associação criminosa, transporte de explosivos, favorecimento pessoal e fraude processual os generais reformados do Exército Nilton de Albuquerque Cerqueira, então comandante-geral da Polícia Militar; Edson Sá; e Newton Cruz; o major reformado Divany Carvalho Barros, o coronel da reserva Wilson Luiz Chaves Machado e o ex-delegado Cláudio Guerra.

O plano terrorista previa a explosão de várias bombas no Riocentro, durante um show em comemoração ao Dia do Trabalho, em 30 de abril de 1981. Na ocasião, um dos artefatos explodiu no carro modelo Puma que levava os dois militares que executavam o atentado, provocando a morte do sargento Guilherme Pereira do Rosário e ferimentos no capitão Wilson Machado.

É a primeira vez que o caso será analisado como crime, pela Justiça Comum. Na decisão, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho alegou que, embora os suspeitos sejam militares, “não estavam no exercício de atividade militar”, o que levaria o caso para Justiça Militar. “Tratava-se, na verdade, de funcionários públicos federais (…) deslocados da função”, afirma a sentença.

Procurado pela reportagem da Agência Brasil, o comando do Exército, em Brasília, não comentou o caso.

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