Montante foi depositado por empresas ligadas a desvios na estatal - inclusive na refinaria Abreu e Lima - nas contas de Alberto Youssef no país europeu
O doleiro Alberto Youssef
(Folhapress)
A construção da refinaria Abreu e Lima começou com um custo de 2,5 bilhões de dólares e deverá sair por 20 bilhões de dólares. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de superfaturamento na obra. De acordo com a Polícia Federal, Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, participaram de um esquema de desvio de dinheiro público envolvendo a refinaria.
Costa utilizava políticos e prestadores de serviços da Petrobras em um consórcio criminoso montado para fraudar contratos na estatal, ampliar sua fortuna e financiar políticos e partidos. Ele se aproveitava do cargo, que incluía entre as responsabilidades aprovar projetos técnicos para construção de refinarias e fiscalizar sua execução, para conduzir o esquema de desvio de recursos. Ele está preso no Paraná.
As autoridades suíças bloquearam 23 milhões de dólares distribuídos em contas do ex-diretor da Petrobras. A Procuradoria do país também reteve cerca de 5 milhões de dólares depositados em contas atribuídas a parentes do ex-diretor. As duas filhas de Costa, Arianna e Shanni Bachmann, e os genros Márcio Lewkowicz e Humberto Mesquita seriam os donos dos recursos. Um dos comparsas do doleiro Alberto Youssef, João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, também foi identificado como um dos beneficiários de contas na Suíça.
Costa responde na Justiça do Paraná ao lado de Youssef e outros oito pessoas pelo crime de lavagem de dinheiro e indícios de um amplo esquema de desvio de recursos envolvendo a Refinaria Abreu e Lima, entre os anos de 2009 a 2014. Além disso, a Polícia Federal investiga uma série de negócios de Costa em parceria com o doleiro Youssef, apontado como mentor do esquema criminoso. Nesta semana, Costa foi recebido com tapete vermelho por senadores da base governista em depoimento à CPI da Petrobras.
De acordo com O Estado de S. Paulo, os agentes da PF acreditam que Costa mantenha ativos em bancos de outros países além da Suíça. A Justiça Federal crê que as contas localizadas até aqui indiquem um padrão de conduta “não se excluindo de antemão a possibilidade da existência de outras contas em outros países, eventualmente de difícil acesso pelas autoridades brasileiras”. Agora, as autoridades brasileiras vão solicitar à Suíça os extratos das contas de Youssef e Costa. A partir daí pretendem revelar a origem e o destino de todos os depósitos em favor do doleiro e do ex-diretor da estatal. Para repatriar os valores, contudo, será preciso uma condenação definitiva na Justiça brasileira.
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