Lula pediu informações sobre a demora na implementação do piso nacional do magistério, projeto que patrocinou em sua gestão.
O ex-presidente recebeu, separadamente e em audiência conjunta, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e o ministro da Educação, Fernando Haddad.
A visita se estendeu a um almoço depois, no qual Haddad e Lula trataram da pré-candidatura do ministro à Prefeitura de São Paulo.
Durante a audiência, Lula pediu a Adams e Haddad que explicassem por que o piso nacional de R$ 1.187,97 dos professores ainda não entrou em vigor, embora a lei que o fixou tenha sido promulgada por ele em 2008.
"O presidente disse que recebe muita cobrança de sindicalistas nas viagens que faz pelo país e queria uma explicação de como está a situação", disse Haddad à Folha depois do encontro.
Lula deixou o Palácio do Planalto há oito meses prometendo que iria "desencarnar", mas a reunião que teve com seus ex-ministros mostra que ele continua à vontade para tratar de assuntos administrativos do governo.
A visita ao Instituto Cidadania não estava na agenda de nenhum dos dois ministros. Haddad passou o fim de semana em São Paulo para cumprir compromissos do PT e permaneceu na cidade na manhã de ontem para gravar entrevista a uma rádio.
Adams disse que aproveitou uma ida a São Paulo para "fazer uma visita" ao ex-presidente, que o nomeou para o cargo que continuou ocupando no governo Dilma. Ele disse que costuma falar periodicamente com Lula por conta de processos nos quais a AGU ainda o defende.
Questionado sobre a conversa a respeito do piso nacional dos professores, confirmou a indagação de Lula e disse que tratou de atualizar o presidente sobre o assunto.
O piso ainda não está em vigor porque cinco Estados foram ao Supremo Tribunal Federal contra a medida, que consideram inconstitucional. O STF rejeitou a ação no dia 6 de abril, mas a decisão ainda não foi publicada.
"Eu disse ao presidente que o STF havia dado uma liminar acatando em parte a ação, mas no julgamento do mérito confirmou o piso nacional", afirmou Adams.
Questionado sobre a realização do encontro no instituto de Lula, Adams disse que sempre que precisa falar com ele vai até lá. "Eu procuro mantê-lo informado dos processos que correm e nos quais ele é parte", afirmou.
O advogado-geral da União disse que não há nenhum andamento urgente de processo que justificasse a visita ontem. "Era só para atualizá-lo do quadro geral."
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