A companhia Costa Cruzeiros, proprietária do navio cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na sexta causando ao menos 5 mortes, reconheceu neste domingo (15) que o comandante do navio "cometeu erros de julgamento" e "não seguiu os procedimentos" previstos para situações de emergência.
"Parece que o comandante cometeu erros de julgamento que tiveram graves consequências" e que "suas decisões na gestão da emergência ignoraram os procedimentos da Costa Crociere, que seguem as normas internacionais", informou a empresa em comunicado à imprensa.
"A Justiça, com a qual a Costa Cruzeiros está colaborando, ordenou a detenção do comandante, sobre o qual pesam acusações graves", diz o comunicado.
O capitão do navio, Francesco Schettino, de 52 anos, foi detido pela polícia italiana para interrogatório no sábado. Ele está sendo investigado sob a acusação de homicídio culposo e de não prestar auxílio aos passageiros.
Neste domingo, ele negou as acusações de que teria deixado a embarcação sem prestar auxílio aos outros ocupantes e afirmou que só deixou o navio após terminar o processo de evacuação.
Antes de ser detido, Schettino declarou que "segundo a carta náutica, deveria haver profundidade suficiente" no local onde ocorreu o acidente.
Segundo testemunhas, o comandante Schettino foi um dos primeiros a abandonar o próprio navio.
O acidente, ocorrido na noite de sexta próximo à ilha de Giglio, a cerca de 40 quilômetros da costa, também deixou pelo menos 40 feridos, dois deles em estado grave.
Cerca de 15 pessoas continuavam desaparecidas, e as buscas prosseguiam.
Dois japoneses que eram dados como desaparecidos foram localizados em Roma, onde haviam chegado, mas ainda não tinham se apresentado as autoridades.
Três sobreviventes resgatados
Mais cedo neste domingo, três pessoas foram resgatadas com vida do interior do barco.
Marrico Giampetroni, comissário-chefe de bordo do navio foi retirado e içado de helicóptero, pois tinha uma perna quebrada.
Ele foi levado a um hospital da cidade de Grosseto, no continente.
O acesso ao tripulante foi difícil, porque os resgatistas tiveram de atravessar regiões alagadas dentro do navio, que virou e está parcialmente submerso no Mar Mediterrâneo.
Lua de mel
Horas antes, um casal sul-coreano em sua lua de mel havia sido resgatado de dentro do barco, depois que os bombeiros, que trabalhavam na parte emersa do Costa Concordia, ouviram seus gritos de socorro.Eles haviam embarcado no navio na cidade de Civitavecchia, poucas horas antes.Tratava-se de Hye Jim Jeong e Kideok Han, de 29 anos.
Equipe da tripulação foi vista em botes de embarque domingo de manhã, com o seu equipamento de mergulho, que incluía um capacete especial com uma luz frontal.
Eles então foram vistos tocando o casco com as mãos perto do corte de 50 metros de comprimento onde a água inundou e causou a virada do navio.
O navio chocou-se contra uma rocha, encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, região central da Itália, teve seu casco quebrado, virou e ficou parcialmente submerso.
O acidente ocorreu a cerca de 40 quilômetros do continente, muito perto da ilha de Giglio.
Havia 53 brasileiros a bordo -47 passageiros e 6 tripulantes-, mas não há notícias de brasileiros entre os mortos, feridos ou desaparecidos, segundo o Itamaraty.
A empresa Costa Cruzeiros, por intermédio de sua assessoria de imprensa no Brasil, deixou disponíveis os seguintes números de telefone para informações sobre os brasileiros, em São Paulo: 55-11-2123-3673 e 55-11-2123-3679.
No total, 12 navios e 9 helicópteros foram mobilizados para verificar se há alguém no mar, segundo o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.
A capitania de Livorno, o maior porto da Toscana, anunciou a abertura de uma investigação sobre a causa do acidente e como os passageiros foram resgatados.
A "caixa-preta" do navio, dispositivo com o registro da sua trajetória, já foi encontrada e está sendo examinada. Francesco Verusio, procurador-chefe de Grosseto, disse que o exame deve estar pronto em dois dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário