As equipes de resgate que trabalham no navio Costa Concordia, na Itália, encontraram nesta segunda-feira mais dois corpos no quarto andar da embarcação, que no dia 13 tombou perto do porto da Ilha de Giglio, segundo o chefe da defesa civil italiana, Franco Gabrielli.
De acordo com Gabrielli, que supervisiona as operações de resgate, os corpos são de duas mulheres e foram encontrados perto do café Internet no quarto deque. "Isto eleva o número de corpos localizados para 15", afirmou.
A nacionalidade das duas pessoas ainda não foi revelada, uma vez que os corpos ainda esperavam para serem removidos da embarcação e levados para identificação,
Gabrielli afirmou que o DNA das duas pessoas encontradas serão comparados aos dos DNAs coletados dos parentes das vítimas desaparecidas nos últimos dias.
O navio naufragou no dia 13, próximo à ilha de Giglio, na costa da Itália, após colidir com uma rocha, com mais de 4.200 pessoas a bordo, durante uma manobra não autorizada realizada pelo comandante Francesco Schettino.
Enzo Russo /Efe | ||
Costa Concordia permanece encalhado em uma rocha na ilha de Giglio, na Itália, desde o dia 13 |
Até o momento, foram encontrados os corpos de 15 pessoas mortas no naufrágio e cerca de 20 pessoas continuam desaparecidas.
De acordo com Gabrielli, designado como comissário especial para cuidar do naufrágio, as buscas irão continuar até quando seja possível inspecionar o navio. Ele também afirmou que possíveis cadáveres que estejam entre o casco e o fundo do mar "poderão ser recuperados somente quando a embarcação for retirada da água".
COMBUSTÍVEL
As buscas são dificultadas pelos sinais de que a embarcação se movimenta. Na sexta-feira passada (20), oas equipes do governo italiano informou que o Costa Concordia está afundando a um ritmo constante de 7 milímetros por hora.
Os indícios de que a embarcação se movimenta também preocupa as autoridades por colocarem em risco as 2.380 toneladas de combustível que continuam dentro do reservatório do navio. Se danificado o reservatório, o líquido poderia se espalhar e contaminar as águas do mar.
No sábado (21), a Guarda Costeira confirmou um vazamento de óleo diesel no local, aumentando temores de um desastre ambiental. O derivado de petróleo seria um "tipo leve", que é usado como lubrificante nos maquinários e botes de resgate. O navio levava 185 toneladas do óleo a bordo.
As autoridades italianas não confirmaram o vazamento das 2.380 toneladas do diesel "mais pesado", usado como combustível para os motores da embarcação.
RESPONSABILIDADE
Francesco Schettino, o capitão do navio naufragado, responsabilizou a empresa Costa Cruzeiros pelas manobras de aproximação da ilha de Giglio que ele realizou com a embarcação.
18.jan.12/Reuters | ||
Capitão Francesco Schettino, na sala de comando do navio; capitão diz que empresa sabia sobre suas manobras |
O comandante também afirmou, ao ser questionado pela juíza se esta era a primeira vez que ele se aproximava da região, se ele já tinha feito isso "no passado, com o Costa Europa e outras embarcações".
O presidente da empresa Costa Cruzeiros, Pier Luigi Foschi, proprietária do Costa Concordia, declarou recentemente que a culpa pela manobra considerada arriscada era de Schettino e que sua conduta foi "incompreensível", uma vez que "nunca havia dado sinais de abandono no plano técnico ou no humano".
Nenhum comentário:
Postar um comentário