Sem aviso, duas aeronaves militares cruzaram espaço anunciado pelo governo chinês como ‘zona de defesa antiaérea’
As ilhas de Senkaku são alvo de uma disputa entre Japão e China
(Kyodo/Reuters)
“Nós realizamos operações na área das Senkakus. Seguimos nossos procedimentos normais, o que inclui não arquivar planos de voo, não transmitir pelo rádio com antecedência e não registrar nossas frequências”, disse o porta-voz do Pentágono, coronel Steve Warren. Ele usou o nome pelo qual o arquipélago é conhecido no Japão, que disputa com a China a soberania sobre as ilhas. Na China, elas são conhecidas como Diaoyu.
Segundo Warren, não houve resposta do governo chinês ao sobrevoo. Funcionários do Pentágono descreveram o sobrevoo como uma missão de treinamento de rotina, que havia sido planejada muito antes do anúncio feito pela China no sábado. Afirmaram ainda que o Exército norte-americano continuaria a exercer o direito de sobrevoar o que é visto como sendo parte do espaço aéreo internacional.
O governo chinês anunciou no fim de semana que tem o direito de identificar, monitorar e até agir militarmente contra qualquer aeronave que entrar na área que passou a classificar como "zona aérea de identificação". Horas depois do anúncio, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, divulgou uma nota expressando preocupação. “Nós consideramos esse passo uma tentativa de alterar o status quo na região. Essa ação unilateral aumenta o risco de desentendimentos”.
Fontes do Pentágono consideram que o treinamento realizado pelos dois B-52s pode ser visto como uma forma de reafirmar a posição a favor da preservação das regras tradicionais relacionadas ao espaço aéreo internacional, informou o jornal The New York Times. O treinamento foi realizado nesta segunda, e a decolagem e o pouso ocorreram na ilha de Guam.
Algumas empresas aéreas japonesas concordaram em seguir as medidas de identificação impostas pela China, o que implica o reconhecimento da autoridade de Pequim sobre a região. Mas as duas maiores companhias do país, a Japan Airlines e a ANA Holdings, acataram a solicitação do governo e anunciaram que vão deixar de fornecer as informações exigidas pela China.
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