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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Dirceu sai da cadeia para primeiro dia de trabalho externo

Ex-ministro da Casa Civil vai atuar em biblioteca de escritório de advocacia.
Ele, Delúbio e Valdemar Neto tiveram trabalho autorizado pela Justiça.

Raquel Morais Do G1, em Brasília
Dirceu sai do Centro de Progressão Penitenciária para primeiro dia de trabalho externo (Foto: Raquel Morais)Dirceu sai do Centro de Progressão Penitenciária para primeiro dia de trabalho externo (Foto: Raquel Morais/G1)
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu condenado no processo do mensalão, deixou a cadeia na manhã desta quinta-feira (3) para primeiro dia de trabalho externo. Ele foi autorizado a trabalhar durante o regime semiaberto por decisão judicial.
Dirceu vai atuar como auxiliar de biblioteca no escritório do advogado José Gerardo Grossi, que já foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A proposta de emprego prevê jornada de 8h às 18h e salário de R$ 2,1 mil.
O "patrão" de Dirceu, que já foi ministro do TSE e também ficou conhecido por atuar na defesa de políticos, disse ao G1 que ele terá intervalo de uma hora para o almoço. A empresa fica na região central de Brasília, no Setor Bancário Sul. Pelas regras do trabalho externo, o preso pode se deslocar 100 metros do local de trabalho para o almoço.
O advogado ressaltou que já se informou sobre as regras do trabalho de Dirceu e que assinou compromisso com a Vara de Execuções Penais. Segundo ele, a imprensa não poderá entrevistar o detento. "Entrevistar José Dirceu em hipótese alguma, nem sonhando. Mas a gente vai acompanhar e as coisas serão resolvidas com o juiz de execuções na medida em que forem acontecendo."
Valdemar Costa Neto e Delúbio Soares
Nesta quinta-feira, outros dois condenados no mensalão retomam trabalho externo. O ex-presidente do PR Valdemar Costa Neto e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares já haviam trabalhado durante a pena, mas tiveram o benefício revogado pelo ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, em maio. Na última semana, no entanto, o plenário do tribunal entendeu que eles poderiam voltar ao trabalho externo.
Delúbio e Valdemar vão retomar as atividades que exerciam antes de o benefício ser revogado por Joaquim Barbosa. Condenado a 6 anos e 8 meses por corrupção ativa, Delúbio Soares volta ao trabalho no assessoramento aos sindicalizados na Central Única dos Trabalhadores (CUT). O salário é de R$ 4 mil a R$ 5 mil, para trabalhar das 8h às 18h.
Valdemar Costa Neto, condenado a 7 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, retorna ao trabalho de gerente administrativo de um restaurante industrial nos arredores de Brasília.
Benefício negado por Joaquim Barbosa
Em maio, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, negou ou revogou o benefício de trabalho externo a oito dos 24 condenados do processo, entre eles Dirceu, Delúbio e Valdemar. Entendimentos consolidados na Justiça autorizam há 15 anos o trabalho durante o dia fora da cadeia, mas Barbosa entendeu que eles ainda não tinham cumprido um sexto da pena como exige a Lei de Execução Penal (LEP).
O plenário do Supremo, então, julgou o caso e derrubou a exigência do cumprimento de um sexto da pena por nove votos a um, além de autorizar o trabalho externo para José Dirceu. Depois da decisão do plenário, o ministro Luís Roberto Barroso, que substituiu Barbosa na relatoria do mensalão, restabeleceu os benefícios dos condenados do mensalão.
Antes, o ex-ministro havia desistido de emprego como gerente administrativo de um hotel de Brasília com salário de R$ 20 mil - reportagem do Jornal Nacional apontou suspeitas de que um laranja fosse dono do estabelecimento.

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