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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Quer ver a Copa na Rússia em 2018? Saiba como guardar dinheiro desde já

Pacotes de 5 a 8 dias custam hoje cerca de R$ 6,6 a R$ 8,8 mil.
Especialistas mostram quanto e como economizar para ir à próxima Copa.

Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo
São Petersburgo (Foto: Thinkstock/Divulgação/CVC)
São Petersburgo (Foto: Thinkstock/Divulgação/CVC)
O final da Copa do Mundo no Brasil pode ter deixado gostinho de “quero mais” em muitos torcedores, que ficaram com vontade de acompanhar o mundial de perto outra vez. A próxima Copa acontecerá na Rússia em 2018 - quem quiser acompanhar o Mundial de perto tem quatro anos para se programar e economizar. O G1 ouviu especialistas em finanças para ajudar a fazer um planejamento financeiro e concretizar o sonho.
Agências de turismo e intercâmbio ainda não conseguem calcular com precisão o preço de uma viagem para a Rússia em 2018, porque os valores podem variar até lá e as companhias áreas só fecham os voos com um ano de antecedência. Mas, a pedido do G1, prepararam uma estimativa para quem quiser se planejar.

Uma viagem para a Rússia em pacotes de 5 a 8 dias custa, atualmente, cerca de US$ 3 mil a US$ 4 mil, de acordo com as empresas consultadas pelo G1 (veja detalhes dos pacotes consultados ao final da reportagem). Os valores equivalem a em torno de R$ 6,6 mil a R$ 8,8 mil com o dólar no patamar atual, de cerca de R$ 2,20. O gasto será maior, no entanto, se o turista escolher ficar no país um mês inteiro, durante toda a Copa.
1) Primeiro passo: calcular os gastos da viagem
Especialistas em finanças pessoais indicam que o consumidor faça sua própria pesquisa nas agências de preferência e calcule o preço da viagem, com a duração de interesse (uma semana, um mês etc.) – isso porque o levantamento feito pelo G1 é uma estimativa, e cada torcedor tem suas preferências de hospedagem, transporte etc.

Com as estimativas do preço em mãos, o educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro “Terapia Financeira”, orienta que o consumidor coloque mais 40% sobre o preço total do pacote – isso porque há gastos extras em toda viagem.
Para ter R$ 13 mil em 4 anos (48 meses)
Aplicação Rendimento Quanto guardar
Poupança 0,5% ao mês mais TR (com juros acima de 8,5% ao ano) R$ 235 ao mês
Tesouro Direto Simulação de rendimento médio de 0,8% ao mês (necessário procurar corretora) R$ 225 ao mês
Com o acréscimo, os R$ 8,8 mil (levando em conta o pacote mais caro) se tranformam em R$ 12,3 mil.
É preciso, ainda, levar em conta os preços dos ingressos para ver os jogos e os gastos a mais nas partidas. Aqui no Brasil, por exemplo, os ingressos para a final entre Alemanha e Argentina no Maracanã custavam de R$ 330 a R$ 1.980 no site da Fifa na sexta-feira (11). Para a disputa do terceiro lugar entre Brasil e Holanda, no Mané Garrincha, o ingresso custava de R$ 170 a R$ 660.

Além disso, deve-se considerar que os serviços em geral ficam mais caros no período da Copa – tanto hospedagem com alimentação. Aqui no Brasil, no caso da cerveja, o G1 verificou que a latinha chegou a ficar 75% mais cara nos arredores do Maracanã, vendida a R$ 7,90 em dia de jogo.
2) Segundo passo: fazer um planejamento financeiro
O segundo passo é fazer o planejamento para conseguir o valor necessário para a viagem, levando em conta suas condições financeiras.
Domingos fez o cálculos para o G1 de quanto seria necessário juntar todo mês, em quatro anos, para conseguir cerca de R$ 13 mil.
Levando em conta um rendimento da poupança de 0,6% ao mês (quando o juros da economia está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais TR), é preciso depositar R$ 235 todo mês na poupança para conseguir R$ 13 mil ao final do quarto ano.
Domingos explicou, contudo, que a poupança é um investimento conservador. No caso do Tesouro Direto (que tem um processo mais burocrático para fazer a aplicação, necessitando a ajuda de uma corretora), é possível conseguir rendimentos de 0,8% ao mês, estimou o especialista. Nesse caso, guardando R$ 225 todo mês, por 48 meses, consegue-se R$ 13,1 mil ao final do quarto ano.
De onde vou tirar o dinheiro? Geralmente está dentro dos valores pequenos do dia a dia, como excesso de energia, alimentação, compras"
Reinaldo Domingos, educador financeiro
“Sabendo o valor estimado da viagem, é hora da economia. Sabendo que seu orçamento já não tem tanta folga assim, é preciso fazer um diagnóstico financeiro e pensar no evento. Quanto custa? De onde vou tirar o dinheiro? Geralmente está dentro dos valores pequenos do dia a dia, como excesso de energia, alimentação, compras”, sugere Domingos.

“Ele precisa calcular o quanto ganha, o quanto gasta por mês e o quanto guarda ou pode guardar. Se está endividado, precisa primeiro pensar no que pode fazer para quitar as dívidas e depois começar a guardar”, explica orienta Aline Rabelo, coordenadora do Investimania.

Nessa etapa, a primeira coisa que é preciso ter em mente é a determinação, sugere Domingos. “Ele deve pensar que quatro anos é um plano de médio prazo, está perto, não está longe. O tempo é um combustível não renovável, passa muito rápido. Se eu pensar que está longe, eu não começo. Tem que pensar que o tempo é curto, precisa se esforçar mais. Só vai ser fácil se ele começar agora”, afirma o especialista.
Casa da Rússia, no Aterro do Flamengo, recebe torcedores durante jogos (Foto: Kathia Mello / G1)Casa da Rússia, no Aterro do Flamengo, recebeu
torcedores durante jogos (Foto: Kathia Mello / G1)
3) Terceiro passo: saindo das dívidas
Se o consumidor estiver endividado, antes de começar a economizar par aguardar dinheiro ele vai precisar organizar as finanças e quitar as dívidas. “Um faxina financeira é o caminho para ele. Realinhar e reduzir gastos”, diz Domingos – segundo ele, nessa etapa de rever gastos “não tão importantes assim” é possível cortá-los em 20% a 30%.
Outra dica é fazer as contas de todas as dívidas existentes e tentar trocá-las por uma única e mais barata, sugere Aline.
“Deve-se levantar o quanto está devendo com cada credor e tentar buscar um empréstimo com baixa taxa de juros e quitar as outras dívidas, fazendo um pagamento único e organizado mês a mês”, orienta.
O consumidor precisa pensar, ainda, que nesses quatro anos ele não vai viver só para a Copa do Mundo. "Há outros objetivos, tem filho que vai entrar na faculdade, pensar numa reforma da casa. Tem o tamanho das necessidades dessa família que vai impactar. É uma questão só de planejar e definir as suas prioridades e deixar desejos imediatos nesses períodos para o sonho maior que, nesse caso, é a Copa", ressalta Domingos.
4) Quarto passo: investir o dinheiro guardado
Com essa força de vontade em mente, o futuro torcedor deve traçar o plano em busca do objetivo. Calcular exatamente o quanto vai conseguir guardar por mês e onde irá aplicar esse dinheiro para render mais no período.
Quatro anos é um plano de médio prazo, está perto, não está longe. O tempo é um combustível não renovável, passa muito rápido. Se eu pensar que está longe, eu não começo"
Reinaldo Domingos
“A dificuldade maior é definir o que ela quer atingir e guardar antes de sair gastando no mês. Se eu definir que o valor que vou guardar é ‘X’ por mês, todos os meses, assim que recebe o salário, o dinheiro é retirado antes do gasto do mês. Esse é ponto mais difícil, porque se você deixar para o final do mês, acaba tendo surpresas e não guarda. Se eu definir que esse dinheiro não faz parte do orçamento, e tirar antes, é possível”, orienta.
Conforme o consumidor for juntando o dinheiro para a viagem, os especialistas aconselham guardar o dinheiro em aplicações que são mais rentáveis. O indicado é procurar o banco ou uma corretora de valores e pesquisar as opções disponíveis para cada perfil.

“Indicar investimento é complicado, depende do perfil do investidor e do valor. Nesse caso é importante que o investimento seja de moderado a conservador, não um investimento de risco”, avalia Aline.
Entende-se por investimento de risco aquele que tem um rendimento muito variável, como as ações, já que os papéis podem tanto subir abruptamente quanto cair de um dia para o outro. Nesse caso, como o dinheiro tem data para ser usado (quatro anos), o indicado é pensar em investimentos de renda fixa, títulos do Tesouro Direto, fundos de investimentos e, em último caso, a poupança (os especialistas recomendam pesquisar outras alternativas, porque a poupança não tem os melhores rendimentos).
“Depois, de 12 a 18 meses antes da viagem já é indicado contratar os pacotes disponíveis, ver as passagem, o hotel e depois guardar dinheiro para assistir os jogos”, diz Aline.
PACOTES DE VIAGEM PARA A RÚSSIA

Operadora New Line Operadora
Moscou: 5 noites
Valor: US$ 3.289 (no período de 17 de junho a 17 de julho deste ano)
Pacote inclui passagem aérea de ida e volta em classe econômica; traslados de chegada e saída regulares; hospedagem com café da manhã, city tour pelos principais atrativos da cidade e seguro viagem.
São Petersburgo: 5 noites
Valor: US$ 2.889 (no período de 17 de junho a 13 de julho).
Pacote inclui passagem aérea de ida e volta em classe econômica; traslados de chegada e saída regulares; 5 noites de hospedagem com café da manhã, city tour pelos principais atrativos da cidade e seguro viagem.
Operadora: Tchayka - A casa da Rússia
Moscou e São Petersburgo: 8 dias e 7 noites
Passagem área: US$ 1.618 + taxas de embarque US$ 110,91 (pela KLM)
Preço do pacote: de US$ 1.320 (categoria turística, em quatro duplo e na média temporada) a US$ 2.320 (categoria superior, em quatro duplo e na alta temporada).
No pacote estão inclusos city tours, traslados e passeios a pontos turísticos.

Operadora: CVC
Capitais russas: 8 dias e 7 noites
Valor: a partir de US$ 3.694 (saídas em setembro de 2014)
Inclui passagem aérea em classe econômica de São Paulo (pela Swiss)
Pacote inlclui três noites em Moscou, uma em Novgorod e três em São Petersburgo.
Inclui circuito em ônibus com guia falando espanhol, serviço de maleteiros (uma mala por pessoa), traslados de chegada e saída e excursões.
Operadora: MGM Operadora
Valor: a partir de US$ 2.490, mais taxas
3 noites em Moscou, 1 noite em trem noturno de Moscou a São Petersburgo e 3 noites em São Petersburgo
Pacote inclui serviço de assistência telefônica 24 horas, ônibus turístico, guia acompanhante em espanhol, traslados, seguro de assistência, guias locais em espanhol nas visitas indicadas no itinerário, entre outros.
INFORMAÇÕES SOBRE A RÚSSIA
Documentos necessário para ir à Rússia
Brasileiros que viajam à turismo para a Rússia (por um período máximo de 90 dias) não necessitam de visto para a entrada no país, diz a New Line Operadora. "Além de documentos de identificação, é necessário apenas o passaporte, com validade mínima de seis meses", afirma. A CVC afirma, ainda, que é preciso ter seguro de viagem e passagem aérea de retorno e voucher (itinerário e confirmação de estadia)
Moeda local
Rublo (R$ 1 = a 15 rublos, aproximadamente).
De acordo com a CVC, o câmbio pode ser efetuado em bancos e nos principais hotéis e em algumas lojas de souvenir são aceitos euros ou dólares, mas a maioria das lojas e restaurantes aceita o pagamento em rublos ou com cartões de crédito (Visa e Mastercard).
Temperatura
Devido à sua grande extensão, a Rússia tem variações de clima. As principais cidades visitadas (Moscou e São Petersburgo) tem temperaturas amenas de maio a outubro, diz a CVC. De acordo com a operadora Tchayka, em Moscou, a temperatura média é de 17ºC em junho e de 18ºC em julho.

Principais pontos turísticos
Em Moscou: Praça Vermelha, Catedral de São Basílio, Kremlin de Moscou e o museu de armas, metrô de Moscou com estações que parecem galerias de artes e o Teatro Bolshoi.
Em São Petersburgo: Fortaleza de Pedro e Paulo, Catedral de Santo Isaac, Museu de Dostoyeviski e Museu Hermitage.
Demais curiosidades sobre a Rússia, segundo a operadora CVC:

Culinária
: um dos principais pratos é o pelmeni (pequeno ravioli de carne cozido com caldo) que sempre vem acompanhado de pão.

Vodca: a vodca russa é mundialmente famosa. O russo consome muita vodca e lá é possível encontrar desde a tradicional de trigo até as mais variadas (licores com ervas e especiarias)

Artesanato
Gzhel: estilo de cerâmica russa com desenhos azuis sobre as peças brancas
Matrioshka: boneca de madeira ou um jogo de várias bonecas de tamanho decrescente colocadas uma dentro da outra.

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