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sábado, 3 de outubro de 2009

Após novas falhas, MEC avalia trocar organizador do Enem

O Ministério da Educação quer substituir o consórcio Connasel na organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cancelado na madrugada de anteontem após o Estado ter alertado o MEC de que a prova tinha vazado. Ontem, em reunião do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) com representantes do consórcio, uma nova denúncia: coordenadores da prova em São Paulo ficariam com as provas em casa até o dia do exame. Irritado, o ministro da Educação, Fernando Haddad, determinou que sua equipe trabalhasse com um plano B.Entre as alternativas está a de o próprio Inep passar a organizar o sistema, amparado por outras instituições públicas, como Correios e Exército, que participariam da distribuição e segurança das provas. A equipe também busca empresas interessadas em assumir o papel.A possibilidade de o Inep assumir a organização da prova está prevista no contrato com o consórcio. A cláusula 15 permite que, em determinados casos, o Inep tome o controle "no Estado e local em que se encontrar". A data da prova, no entanto, ainda não está definida. O ministério confirmou que ela deve ocorrer no início de novembro, talvez na primeira quinzena, para evitar coincidência com a data de outros vestibulares. Ontem, o MEC convidou reitores das 55 universidades públicas e das 37 Instituições de Ensino Federais para uma reunião para avaliar o impacto do cancelamento da prova nos processos seletivos.A presidente do consórcio, Itana Marques Silva, não quis confirmar a nova falha na segurança detectada . Afirmou que o caso está sendo analisado pela polícia e que qualquer informação seria comunicada ao Inep. Ela limitou-se a dizer que, apesar do roubo da prova, não houve falha na segurança. A Consultec, que preside o Connasel, já esteve envolvida em outro caso de suspeita de roubo de prova, durante um vestibular da Universidade da Bahia (Uneb). "Não há relação entre os casos", disse Itana. As argumentações usadas ontem pelo consórcio não convenceram o ministério. De zero a dez, a nota dada para os serviços é quatro, afirmou um integrante do MEC. O ministro também não está contente com as falhas na supervisão da segurança, que deveria ter sido desempenhada pelo Inep. O presidente do órgão, Reynaldo Fernandes, admitiu que a Polícia Federal, ao contrário do que havia sido dito ontem por ele e pelo ministro, não participou amplamente do esquema de segurança e logística do Enem. Segundo Reynaldo, a atuação ficou restrita ao "serviço de inteligência." Como e quando esse trabalho foi feito, porém, ele não soube informar. "Não acompanhamos esse trabalho."Para o presidente do Inep, a redução do prazo entre a contratação da empresa e a realização da prova não contribuiu para a falha na segurança do Enem. Este ano, o espaço entre a contratação e a prova foi de 78 dias. Em 2006, quando o número de estudantes era menor (3,73 milhões), a empresa ganhadora teve 132 dias para preparar a realização do exame. O presidente do Inep argumentou que o assunto foi amplamente discutido com reitores e que todos haviam chegado a conclusão de que o processo poderia ser feito desta forma.

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