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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Brasil estaciona no IDH e fica na 75ª colocação

A alta taxa de mortalidade infantil, a baixa expectativa de vida e o analfabetismo puxam o Brasil para baixoBrasília. O Brasil tem um histórico de aumento contínuo e constante do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), porém, a passos muito curtos. Essa é a constatação do coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano 2009 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Flávio Comim. O documento foi divulgado ontem e mostra que o país ocupa a 75ª posição em um ranking que inclui 182 nações.Segundo o relatório, o Brasil não tem conseguido avançar na lista. De 1980 a 2007, o IDH brasileiro aumentou apenas 0,63%. No ano passado, o país ocupava o 70º lugar, mas uma revisão de dados fez com que a Dominica, a Rússia e Granada, subissem no ranking, ultrapassando a posição brasileira."Dominica e Granada foram beneficiadas pelo aumento da expectativa de vida quando houve a revisão dos dados. No caso da Rússia, foi o aumento da renda que pesou", explicou o coordenador.Além disso, a entrada de Andorra e Liechtenstein no ranking divulgado este ano (referente a 2007), também em posições acima da brasileira, fez com que o país caísse cinco posições, apesar de seu valor bruto no índice ter subido de 0,808, em 2006, para 0,813, em 2007.De acordo com Comim, isso significa que o Brasil permanece na mesma posição. "Se um país cresce pouco, acaba ficando para trás no ranking", explicou. Na análise dele, o maior desafio para que o Brasil consiga elevar sua posição no ranking é aumentar a expectativa de vida, que atualmente é de 72 anos em média - dez a menos do que a japonesa.Nesse ponto, o maior entrave, segundo Comim, tem sido a alta taxa de mortalidade infantil. "Isso está ligado não só à saúde, mas à educação. Entre crianças filhas de mães sem acesso à educação, as taxas de mortalidade infantil chegam a 119 por mil nascidos vivos. Maior do que os de muitos países africanos", afirmou .Para ele, aplicar 7% do Produto Interno Bruto (PIB) na saúde é pouco. "Faz 30 anos que o Brasil está atrás da Argentina, do Uruguai e do Chile. O que puxa o IDH brasileiro para baixo é a saúde, a expectativa de vida". Além disso, ele disse que a taxa média de matrícula de 87,2% nos níveis fundamental, médio e superior acaba prejudicada pelo analfabetismo."Se olhássemos a taxa de matrícula, teríamos um IDH igual ao de países desenvolvidos. Mas, quando se acrescentam os 10% de analfabetos, isso puxa o IDH da educação para 71º" Apesar disso, reconhece que os programas de transferência de renda do governo podem ter reflexos positivos.O diretor de Análises do Ministério da Saúde, Otaliba Libanio, questionou os dados do Pnud. Segundo ele, o IDH foi baseado em informações defasadas e considera a taxa de mortalidade infantil do Censo, de 1991 a 2000. Para ele é preciso "buscar uma harmonização dos dados com o Ministério da Saúde". De acordo com o diretor, atualmente, a taxa de mortalidade infantil brasileira é de 17,9 crianças de até 5 anos a cada mil nascidas vivas.

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