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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DDA já reúne 1,2 milhão, mas é preciso cuidado

Uma semana após começarem a oferecer o sistema de Débito Direto Automático (DDA), que dispensa o envio de boletos de cobrança pelo correio, os bancos já afinam seus sistemas para resolver problemas iniciais, como contas emitidas por outras instituições e que não estavam sendo visualizadas em agências de outras redes. Até a última sexta-feira, a estimativa mais recente era de que mais de 1,2 milhão de correntistas haviam se cadastrado para usar a novidade. E a conquista de novas adesões se dava a passos largos, com mais de 30 mil por dia, no Banco do Brasil, por exemplo. Pelo sistema, o acesso às contas a pagar é feito eletronicamente.
Mas, enquanto bancos comemoram a receptividade do DDA, especialistas começam a questionar as vantagens e alertam para dúvidas que já estão surgindo. A primeira é sobre a possibilidade de as instituições cobrarem pelo serviço. Até agora, nenhum banco fixou tarifas para o uso do DDA, mas a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) já avisou que as instituições estão analisando seus custos e que podem fazer cobranças, segundo suas estratégias de negócios e atuação.
- Nesse momento os bancos não estão cobrando, mas também não estão dizendo se essa carência será de um ou dois anos. Isso deveria ficar um pouco mais claro para que, mais tarde, essa cobrança não se misture a outras tarifas bancárias, fazendo com que o correntista se confunda - observa o professor de finanças da FIAP Marcos Crivelaro.
Segurança e rapidez são aspectos destacados
Outra dúvida é sobre o período de armazenamento das contas. Especialistas recomendam que elas sejam guardadas por até cinco anos após pagas.
- O comprovante do pagamento continua como é hoje: pode ser acessado por até um ano na internet e até cinco anos na agência - esclarece o assessor técnico da Febraban, Walter Tadeu Pinto de Faria.
O Procon de São Paulo ressalta que as informações ao consumidor devem ser as mais esclarecedoras possíveis. O órgão também orienta os correntistas a guardarem uma cópia do termo de adesão, ao se cadastrar para usar o DDA.
Entre as principais vantagens para os usuários estão o acesso mais rápido às faturas emitidas em seu CPF e uma consolidação de tudo que ele deve.
- A pessoa física mais ou menos já sabe o que vai ter que pagar no fim do mês, mas imagine um supermercado médio que recebe mais de 5 mil cobranças por mês? Alguns boletos atrasam, extraviam, vêm em duplicidade... Isso representa um gasto enorme com multas - observa a diretora de produtos de pessoa jurídica do Itaú, Sandra Boteguim.
Até a última sexta-feira, o Itaú havia cadastrado 350 mil correntistas no DDA, contra 500 mil do Banco do Brasil e 435 mil do Bradesco. As instituições admitem que terão vantagens com o serviço:
- Na medida em que conhecemos o fluxo do sistema, vamos entender melhor a posição de risco daquele cliente e as formas de pagamento que utiliza, e poderemos ter informação para liberar mais linhas de crédito e financiamento - diz Sandra.
A nova meta dos bancos é cadastrar no DDA as contas de serviços públicos.
- Um boleto tem abrangência nacional. Isso é diferente do que acontece com uma companhia de gás, com convênio local. Nesse caso, cada empresa apresenta fatura de uma forma, tem um histórico de contas diferente e uma série de outras informações que devem passar por definições prévias - explica o gerente da diretoria comercial do BB, Sidney Passeri.
Sob o aspecto ambiental, o sistema ganha pontos. A estimativa da Febraban é que circulem 2 bilhões de boletos de cobrança bancária em papel por ano. Isso representa 1 bilhão de litros de água, 46 milhões de kW/hora e a emissão de milhões de quilogramas de dióxido de carbono, gás que provoca o efeito estufa.
Acostumado a guardar as contas em pastas de arquivo, o aposentado Abel de Oliveira aderiu ao DDA:
- Eu considerei três aspectos: a formação de menos lixo, a preservação da natureza e a economia na impressão de papel e postagem - conta.

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