Pesquisadores estão criando uma nova variedade da hortaliça com alta concentração de ácido fólico, o que pode reduzir o número de crianças com má-formação no País
Ana Carolina NunesAgora, no entanto, pesquisadores da Embrapa estão querendo transformar essa folha, que já é consumida pela humanidade desde 500 a.C., em uma importante arma no combate de um problema recorrente e sério no Brasil: a má-formação de fetos. Hoje o País apresenta a preocupante taxa de 1,6 bebê com algum tipo de má-formação para cada grupo de mil nascimentos, taxa superior à média mundial, que é de 1,3 para cada grupo de mil.
O pesquisador Francisco Aragão acredita que em até
cinco anos a superalface estará na mesa dos brasileiros
Os pesquisadores da Embrapa estão conseguindo ampliar em até 1.600% a concentração de ácido fólico na superalface brasileira. Todo o processo para turbinar a alface é feito por biofortificação, um melhoramento genético. O projeto surgiu como estratégia de combate à desnutrição nos países em desenvolvimento, com enfoque na redução da deficiência de micronutrientes. A princípio, o alvo era a população carente, que em sua maioria se alimenta mal, explica Francisco Aragão, pesquisador da Embrapa e coordenador do projeto da superalface. No entanto, diz ele, a população em geral passou a apresentar a chamada “fome oculta”, que não é a falta de comida ou calorias, mas um déficit de alguns nutrientes devido a uma alimentação inadequada.
“É uma forma de educação nutricional para a saúde pública, com a vantagem de não incentivar a população ao alto consumo de carboidratos por meio de farináceos”, diz a nutricionista Lucyanna Kalluf. Ela se refere a uma resolução da Anvisa, de 2002, que determinou a adição obrigatória de 150 microgramas de ácido fólico nas farinhas de trigo e milho.
Atualmente o projeto está em fase de ensaio no campo experimental da Embrapa, em Brasília. A estimativa é de que ainda sejam necessários cinco anos até que a superalface possa finalmente ser liberada para o consumo em todo o País.
Fonte: Embrapa
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