Anunciado por Jobs em 2007, o smartphone da Apple se mantém na lista de eletrônicos mais desejados
A
funcionária pública cearense Marília Betânia recebeu em sua casa, na
última segunda-feira, a aguardada encomenda que a fez sentir parte de um
clube especial: o dos usuários de iPhone. Sem estar disposta a gastar
mais de R$ 2,7 mil para ter o mais recente modelo do smartphone da
Apple, a consumidora cearense estava igualmente satisfeita em adquirir
um iPhone 4, à venda no site da fabricante norte-americana por R$ 1.099.
Com
suas sete gerações, o iPhone chegou à marca de 420 milhões de unidades
vendidas em todo o mundo. O aparelho responde por 53% das vendas da
Apple e por mais da metade do faturamento do mercado de smartphones
Motivada
pelo glamour que a venerada marca da maçã desperta com seu design e
sofisticação, Marília Betânia realizou o sonho de consumo,
coincidentemente, na mesma semana em que o smartphone que se tornou
ícone de uma nova era de mobilidade completou sete anos de presença no
mercado. “Apesar de ser um modelo antigo, ainda é um aparelho moderno,
com a possibilidade de usar bons recursos e aplicativos, sem falar no
design, na marca”, diz a nova usuária da Apple.
O aparelho da
funcionária pública cearense é um dos 420 milhões de iPhones vendidos
mundialmente, segundo estima a empresa de pesquisa Statista. Idealizado
por Steve Jobs e anunciado ao mercado em janeiro de 2007, o iPhone
catapultou a Apple a um patamar nunca antes experimentado por uma
empresa de eletrônicos. Hoje, o smartphone responde por 53% das vendas
da companhia - que também tem o tablet iPad, os computadores Mac e os
aparelhos de música iPod na sua vasta linha de produtos - e por mais da
metade do faturamento global do mercado de smartphones, de acordo com a
Statista.
No terceiro trimestre de 2013, segundo a IDC, o
sistema iOS (presente no iPhone) foi responsável por 12,9% do mercado
mundial, contra 81% do sistema Android, adotado por uma enorme lista de
fabricantes. O iPhone gera hoje um faturamento de US$ 91,3 bilhões para a
Apple.
A intenção do visionário executivo da companhia, Steve
Jobs (que morreu em 2011, um dia após a apresentação do iPhone 4S), ao
idealizar o iPhone era reunir em um único equipamento um celular
revolucionário, um iPod com tela sensível ao toque e um dispositivo de
bolso capaz de se conectar à internet (com e-mail, navegador, mecanismo
de busca e mapas).
Ditando tendências
E,
de fato, o iPhone, com seus sete modelos, revolucionou o mercado em
vários aspectos, ditando tendências que foram adotadas por fabricantes
em todo o mundo, até mesmo seus principais rivais. O smartphone da Apple
praticamente aboliu teclados e botões físicos, com as funções
disponíveis e acessíveis com um toque na tela. Foi o iPhone também quem
introduziu no mercado o conceito de loja de aplicativos. Assim, também
abriu espaço para o trabalho de milhares de programadores e empresas
iniciantes (startups) em todo o mundo.
Até o fim do ano passado,
a Apple já havia pago US$ 15 bilhões a desenvolvedores pelos
aplicativos vendidos em sua App Store. Presente em 155 países, a loja de
aplicativos da Apple tem 1 milhão de apps para download.
O modelo 4,
lançado em 2010 - e que ainda hoje faz sucesso entre os consumidores,
como uma opção de preço acessível - introduziu o recurso FaceTime, que
permite a realização de chamadas de vídeo entre os usuários sem custo
algum, e o chamado Retina Display (tela cuja densidade de pixels é alta o
bastante que chega a ser impossível para o olho humano identificar o
elemento que compõe a imagem).
O seu sucessor, iPhone 4S,
lançado em novembro de 2011, trouxe o recurso de assistente de voz, a
Siri. Os usuários passaram a “conversar” com o telefone para obter
informações e acessar aplicativos. Em 2012, os fãs da maçã aclamaram a
chegada do que seria o último iPhone planejado pelo seu criador. O
iPhone 5 trouxe melhorias de velocidade, bateria e display, além da tela
maior e do peso mais leve. Sua evolução veio em 2013, com duas novas
versões: o 5c e o 5s.
Modelo “descolado”
O
iPhone 5c, esperado inicialmente para ser um aparelho com a proposta de
atender um segmento de baixo custo, mostrou-se apenas como um iPhone
mais “descolado”. Com preço abaixo do cobrado pelo iPhone 5s e
configuração semelhante à do iPhone 5, ele é feito de plástico, com
carcaças com opção de cinco cores, e traz todas as possibilidades
técnicas que os aparelhos anteriores já ofereciam. Já o iPhone 5s
acrescentou a cor dourada opcional e é o primeiro a oferecer um leitor
de impressões digitais para desbloqueio da tela inicial.
O
aparelho também estreia o primeiro processador de 64 bits para
smartphones. Além de mais rápido, esse processador, denominado A7, pode
habilitar no futuro o dispositivo a usar mais de 4 GB de memória RAM e a
rodar programas semelhantes aos de computadores.
Enquanto já se
fala do lançamento de um próximo modelo (a sexta geração), permanece a
certeza de que a Apple, mesmo sem Steve Jobs, continuará seus esforços
para manter o iPhone revolucionário em seu segmento, como um ícone da
mobilidade que encanta tantos sonhos de consumo em todo o mundo.
Nova geração do aparelho deve trazer tela maior
Rumores
já dão conta de que a Apple vai lançar na segunda metade deste ano dois
novos iPhones. Desta vez, os aparelhos devem aderir à tendência de
telas maiores de 4 polegadas. Segundo reportagem publicada no site do
“Wall Street Journal”, os aparelhos terão telas medindo 4,5 e 5
polegadas - enquanto o display do iPhone 5 é de 4 polegadas.
Segundo
a reportagem, o lançamento de iPhones com telas maiores seria uma
reação à perda de participação de mercado sofrida pela Apple para
concorrentes que oferecem smartphones com telas cada vez maiores. Esta
característica tem atraído os consumidores, a ponto de surgir no mercado
a categoria dos "phablets" (mistura de smartphone com tablet). As
grandes telas agradam a um crescente público que utiliza o aparelho não
somente para comunicação, mas para ver vídeos e jogar games
sofisticados. Assim, o grande rival do iPhone, o Galaxy S4, da Samsung,
tem tela de 5 polegadas, e o phablet Galaxy Note 3, também da fabricante
sul-coreana, tem tela de 5,7 polegadas.
Ainda de acordo com o
Wall Street Journal, a Apple também voltará a utilizar revestimentos
feitos de metal nos novos celulares, numa indicação de que deve
descartar o modelo de plástico do iPhone 5c.
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