Até agora, ela faz de conta que nem notou o que ocorre no quintal da própria casa. “Que crise?”, fingiu espantar-se a chefe de governo exposta às bravatas e, depois, à canastrice derramada de um personagem de bolerão. Para justificar a omissão da supergerente de araque, que tenta arrastar o cadáver insepulto do falastrão até a “reforma ministerial” de janeiro, o caixa-preta Gilberto Carvalho vem insistindo na lengalenga: “Não existe nada que envolva pessoalmente o Lupi”.
Existe, souberam neste começo de manhã centenas de milhares de leitores de VEJA. Até o fim da tarde, o país inteiro será confrontado com a reportagem que coloca em frangalhos a fantasia mambembe inventada às pressas, que implode o álibi repleto de buracos e fissuras. Está comprovado que Carlos Lupi se enfiou no pântano até o pescoço. Como os colegas de bandalheiras que o precederam no regresso à planície, outro ministro pôde entender por que , para quem tem culpa no cartório, é mesmo sábado o mais cruel dos dias.Coluna do Augusto Nunes.
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