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domingo, 3 de maio de 2009

O batalhão entra em campo


Tropas das Forças Armadas estão de prontidão e Defesa oferece três laboratórios à Saúde
Vasconcelo Quadros
BRASÍLIA
O Ministério da Defesa faz parte do grupo criado pelo Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para monitorar aeroportos, portos e fronteira terrestre como maneira de prevenir a chegada da gripe suína no Brasil. A Defesa também colocou à disposição do governo o hospital de campanha sediado nas instalações da Aeronáutica, no Rio – que tem mobilidade para se deslocar a qualquer momento e em direção qualquer ponto do país – e participa das dez salas de situação, que funcionam como gabinetes de crise, articulados com autoridades federais e estaduais de todo o país, através de conferências em tempo real todos os dias.
As Forças Armadas também disponibilizaram os três laboratórios hoje voltados para a saúde da tropa e que podem ser usados pelo Ministério da Saúde para os exames dos casos suspeitos e, também, para a produção de vacinas ou remédios para tratamento da doença.

A postos
As autoridades sanitárias do Brasil e da Organização Mundial da Saúde (OMS) não cogitam, por enquanto, o uso de segurança para controlar a ordem interna e evitar o alastramento do contágio numa eventual epidemia da gripe suína, mas as forças militares e civis se consideram preparadas e equipadas para uma eventual ação. Com efetivo de cerca de 311 mil homens – 180 mil Exército, 63 mil na Marinha e 68 mil na Aeronáutica – as Forças Armadas hoje têm capilaridade para cobrir os 16 mil quilômetros de fronteira com os países da América do Sul, a costa marítima e as rotas aéreas. A Polícia Federal, responsável pela segurança civil nas fronteiras, alfândegas e aeroportos, dispõe na atualidade de um contingente de mais de 12 mil policiais.
Numa eventual restrição à movimentação da população civil nas áreas de fronteira e dentro do país, a ordem teria de partir das autoridades sanitárias e o esquema começaria a ser organizado pelos setores de saúde das Forças Armadas, que já se envolveram no controle de epidemias, como a dengue. Exército e Marinha são as forças que mais têm atuado em auxílio à saúde pública. A operação mais recente ocorreu em São Gonçalo, no Rio de Janeiro onde, de 19 de janeiro a 24 de abril, 100 militares visitaram 14 bairros e eliminaram possíveis focos do mosquito Aedes Aegypti em 52.726 residências.

Último recurso
Essa experiência serve para ilustrar a capacidade das forças de seguranças numa situação de emergência. O Exército e Marinha, por exemplo, também ajudaram, no final do ano passado, a socorrer as vítimas das enchentes em Santa Catarina e, este ano, no Maranhão. O uso de militares para controlar uma eventual pandemia da gripe suína (ou gripe H1NI, conforme reconsiderou a OMS) seria o último recurso do governo e só seria acionado dentro de dados objetivos apontando a necessidade concreta.
Tanto as autoridades sanitárias quanto os militares analisam com frieza, até o momento, a evolução da situação. Os esforços do governo concentram-se no tratamento da doença caso se confirmem. Segundo eles, se a gripe ainda não entrou no Brasil, certamente entrará e, como se lida com um inimigo invisível, a melhor estratégia é fazer o tratamento com o remédio adequado e organizar um eficiente esquema de comunicação para acompanhar a evolução da doença.

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