Para cruzar a fronteira entre o Brasil e a Bolívia, na altura da cidade de Guajará- Mirim, em Rondônia, só mesmo de balsa. Sempre foi assim, embora o Barão do Rio Branco, ao assinar o Tratado de Petrópolis em 1903, que incorporou o Acre ao Brasil, tenha assumido o compromisso de construir uma ponte entre os dois países. Reiterada em vários acordos bilaterais nas décadas seguintes, a promessa nunca foi cumprida.
Passaram-se exatos 106 anos até que, finalmente, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) fez o primeiro gesto concreto para saldar a dívida histórica com a Bolívia, ao autorizar a realização dos projetos ambiental e de engenharia da ponte sobre o rio Mamoré. A obra está orçada em R$ 200 milhões e inclui um complexo alfandegário com representações da Polícia Federal e da Receita. Tudo será bancado pelo governo brasileiro.
"A ponte será fundamental no projeto de uma saída do Brasil para o oceano Pacífico. E para os bolivianos serve de saída para o Atlântico", explicou à ISTOÉ o diretor de planejamento e pesquisa do DNIT, Miguel de Souza. O historiador Amado Cervo, da Universidade de Brasília, lembra que os manuais de história diplomática sempre fizeram referência a essa pendência na relação do Brasil com a Bolívia. "Acho que o fator econômico foi o que mais pesou para o adiamento do projeto.
As autoridades brasileiras não percebiam interesses relevantes que justificassem tamanho investimento, especialmente depois do alto custo financeiro e humano em torno da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré." Na opinião de Cervo, a necessidade de integração regional levou o governo Lula a tirar o projeto do papel.
Para Atalíbio Pegorini, prefeito de Guajará- Mirim (do lado boliviano fica a cidade de Guayamerín), trata-se da realização de um sonho perseguido por gerações de rondonenses que buscam o desenvolvimento da região. "A ponte terá papel estratégico na conexão viária entre os principais pontos de distribuição de mercadorias em ambos os lados da fronteira, com economia e ganho de competitividade, escoando a produção regional para a Ásia." Souza ressalta que, enquanto a rota mais curta, pelo Atlântico, para levar os produtos brasileiros ao mercado asiático é de 20 mil quilômetros, a saída pelo Pacífico reduz a distância para 14 mil quilômetros. A ponte sobre o Mamoré tornará viável o percurso por terra até os portos de Ilo, no Peru, e Arica, no Chile.
Nos planos do DNIT, a ponte terá 1,2 mil quilômetros de comprimento, quatro pistas para automóveis e vias de acesso para pedestres. As obras físicas devem começar em julho de 2010, com conclusão prevista para 2012. Na licitação para o projeto ambiental, orçado em R$ 1,6 milhão, a empresa Progaia Engenharia e Meio Ambiente Ltda. não teve concorrentes. Já na disputa pelo projeto de engenharia, de R$ 6,1 milhões, dois grupos foram habilitados, mas um desistiu na última hora. A vitória coube, então, ao consórcio JDS-Antranig-Arte Ponte, ao qual caberá dar vida à obra sonhada pelo Barão do Rio Branco quando esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores.
Passaram-se exatos 106 anos até que, finalmente, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) fez o primeiro gesto concreto para saldar a dívida histórica com a Bolívia, ao autorizar a realização dos projetos ambiental e de engenharia da ponte sobre o rio Mamoré. A obra está orçada em R$ 200 milhões e inclui um complexo alfandegário com representações da Polícia Federal e da Receita. Tudo será bancado pelo governo brasileiro.
"A ponte será fundamental no projeto de uma saída do Brasil para o oceano Pacífico. E para os bolivianos serve de saída para o Atlântico", explicou à ISTOÉ o diretor de planejamento e pesquisa do DNIT, Miguel de Souza. O historiador Amado Cervo, da Universidade de Brasília, lembra que os manuais de história diplomática sempre fizeram referência a essa pendência na relação do Brasil com a Bolívia. "Acho que o fator econômico foi o que mais pesou para o adiamento do projeto.
As autoridades brasileiras não percebiam interesses relevantes que justificassem tamanho investimento, especialmente depois do alto custo financeiro e humano em torno da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré." Na opinião de Cervo, a necessidade de integração regional levou o governo Lula a tirar o projeto do papel.
Para Atalíbio Pegorini, prefeito de Guajará- Mirim (do lado boliviano fica a cidade de Guayamerín), trata-se da realização de um sonho perseguido por gerações de rondonenses que buscam o desenvolvimento da região. "A ponte terá papel estratégico na conexão viária entre os principais pontos de distribuição de mercadorias em ambos os lados da fronteira, com economia e ganho de competitividade, escoando a produção regional para a Ásia." Souza ressalta que, enquanto a rota mais curta, pelo Atlântico, para levar os produtos brasileiros ao mercado asiático é de 20 mil quilômetros, a saída pelo Pacífico reduz a distância para 14 mil quilômetros. A ponte sobre o Mamoré tornará viável o percurso por terra até os portos de Ilo, no Peru, e Arica, no Chile.
Nos planos do DNIT, a ponte terá 1,2 mil quilômetros de comprimento, quatro pistas para automóveis e vias de acesso para pedestres. As obras físicas devem começar em julho de 2010, com conclusão prevista para 2012. Na licitação para o projeto ambiental, orçado em R$ 1,6 milhão, a empresa Progaia Engenharia e Meio Ambiente Ltda. não teve concorrentes. Já na disputa pelo projeto de engenharia, de R$ 6,1 milhões, dois grupos foram habilitados, mas um desistiu na última hora. A vitória coube, então, ao consórcio JDS-Antranig-Arte Ponte, ao qual caberá dar vida à obra sonhada pelo Barão do Rio Branco quando esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores.
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