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quarta-feira, 31 de março de 2010

Segundo médicos, ex-Refém das Farc está em bom estado físico e mental

O sargento Pablo Emilio Moncayo, libertado na terça-feira depois de mais de 12 anos sequestrado pela guerrilha das Farc, sofreu seis episódios de leishmaniose durante seu cativeiro, mas atualmente se encontra num bom estado de saúde física e mental, indicaram os médicos nesta quarta-feira (31).
"Entre os antecedentes importantes que ele apresentou também existe uma lesão que gerou uma celulite na perna direita, assim como hipoglicemia", informou Nohra Rodríguez, diretora do Hospital Militar de Bogotá, onde o refém passou por um check-up.
Ele ainda será submetido a outros exames médicos.
Pablo Moncayo foi refém da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por mais de 12 anos e libertado nesta terça-feira na selva colombiana. Ele reencontrou os familiares que não via desde que era praticamente um adolescente.
"Não sabem como é assombroso voltar à civilização", disse o sargento, hoje com 32 anos, um dos reféns há mais tempo em poder da guerrilha, em suas primeiras declarações após sua libertação.

Ao descer do helicóptero que o levou para Florencia, Moncayo abraçou com força seu pai, Gustavo, que o esperava com outros parentes na pista do aeroporto da cidade, situada 580 km ao sul de Bogotá.
Em seguida, ergueu nos braços a irmã caçula, Laura Valentina, de cinco anos, a quem não conhecia, e beijou a mãe, María Estela Cabrera, enquanto dezenas de familiares e amigos lhe entregaram buquês com flores brancas a Moncayo.
Usando uniforme militar, o sargento desceu de um helicóptero brasileiro ao lado da senadora Piedad Córdoba, e acompanhado por monsenhor Leonardo Gómez e delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), integrantes da missão humanitária que o buscou da selva colombiana.

"Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, ao meu pai, por seu trabalho titânico, incansável", disse Moncayo, nas primeiras palavras pronunciadas logo após chegar a Florencia.
Seu pai, Gustavo Moncayo, um professor de ciências sociais de 58 anos, ficou famoso pelas caminhadas de centenas de quilômetros que fez por Colômbia, Equador, Venezuela e Europa para chamar atenção para o cativeiro do filho.
Durante anos usou correntes nas mãos para denunciar a situação do filho e chegou a ser recebido pelo papa Bento XVI, no Vaticano, em outubro de 2007.
O sargento Moncayo agradeceu ainda aos presidentes de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, do Equador, Rafael Correa, e da Venezuela, Hugo Chávez, por suas ações estes anos para conseguir sua libertação, sem mencionar o presidente colombiano, Alvaro Uribe.
O presidente Uribe saudou sua libertação e disse que "a Colômbia recebe de braços abertos aqueles que voltam do cativeiro e repudia com a maior firmeza os sequestradores".
A operação para buscar Moncayo, que o Brasil apoiou com dois helicópteros e tripulação, começou no fim da manhã desta terça-feira, com mais de duas horas de atraso, por causa das más condições atmosféricas na região.
As Farc têm sinalizado que a libertação do militar será a última unilateral e pediram, a partir de agora, a realização de uma troca humanitária entre os 21 militares que mantêm em cativeiro e os 500 guerrilheiros presos.
Moncayo, sequestrado em 21 de dezembro de 1997, quando tinha apenas 19 anos e que foi promovido a sargento enquanto estava em cativeiro, era um dos reféns mais antigos da Colômbia.
No grupo de militares mantidos reféns pelas Farc, três deles já têm mais de 12 anos de cativeiro: o cabo Libio José Martínez, sequestrado junto com Moncayo em dezembro de 1997, além do sargento Luis Beltrán e do soldado Arturo Arcia, capturados em 3 de março de 1998 em El Billar, província de Caquetá (sul).

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