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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Adrenalina à brasileira

Aviões de caças, tiros, agentes secretos e muita correria. Este é o clima de Segurança Nacional, dirigido por Roberto Carminati, que estreia em 7 de maio nos cinemas. E, curiosamente, a parte mais emocionante da história é que a produção de ação é totalmente brasileira. O longa-metragem narra o combate dos órgãos de segurança do país contra a ação do tráfico internacional no espaço aéreo brasileiro. A aventura tem como pano de fundo a Lei do Abate, que diz que aeronaves não autorizadas consideradas hostis podem ser destruídas, e o projeto SIVAM - Sistema de Vigilância da Amazônia - elaborado pelas Forças Armadas com a finalidade de monitorar o espaço aéreo da Amazônia.
O enredo reúne ficção e cenas reais de atuação das Forças Armadas Brasileiras. Na trama, Thiago Lacerda faz a linha James Bond e dá vida ao agente secreto Marcos Rocha que defende o Brasil de um atentado do narcotráfico. Milton Gonçalves interpreta o presidente Ernesto Dantas, que tenta com afinco impedir a ação inimiga. Já Ângela Vieira comanda a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) na pele da renomada Dra. Glória. "É um filme que trata de um assunto importante, principalmente no Brasil, que busca ser uma das principais economias do planeta. O longa leva essa questão da segurança ao povo, que muitas vezes não conhece o Exército, a Aeronáutica e a Marinha", diz Lacerda.
A ideia de rodar uma película de ação já fazia parte dos planos de Carminati há muitos anos. "Tenho vontade de fazer esse tipo de cinema há muito tempo. Desde criança, sempre quis ver um herói brasileiro no cinema. A vontade de fazer existe antes de eu saber que seria cineasta", conta. Porém, o roteiro só veio à tona há cinco anos, quando o diretor o apresentou para os órgãos do governo. "Fiz um primeiro roteiro e levei para os órgãos de comunicação do Exército, da Força Aérea e da Agência de Inteligência. A história não mudou, mas adaptamos os diálogos e as situações para tentar passar o máximo da realidade".

Cenas reais
Foram três anos de preparação para 90 dias de filmagens. A fim de causar impacto no público, o filme traz belas imagens áreas, que envolveram inclusive tomadas na aeronave presidencial. Durante o processo, a equipe participou das missões de treinamento e também acompanhou as missões reais em aviões da FAB. Além das cenas de adrenalina, a produção traz romance e belos cenários. "Quem gosta de filmes inteligentes, e que têm muita ação, vai gostar de Segurança Nacional e embarcar na história. Acho que ele não deve nada aos americanos", assegura o diretor.
Para Thiago Lacerda, a experiência de viver esse novo herói foi única não só pelo pioneirismo, mas principalmente por causa da temática envolvida. "Serviu para desmistificar muitas coisas. Eu melhorei muito meu conceito a respeito das Forças Armadas. Vi que a gente tem soberania para defender o território, mas ainda falta muita coisa para fazer essa ponte entre a segurança nacional e o povo brasileiro", diz. Para o ator, o filme funciona como um elo de ligação entre o que existe de fato e o cidadão. "O mais importante é que essa questão seja cada vez mais comum ao nosso dia a dia. O crescimento do país leva ao tema e é importante que todos estejam preparados para isso", completa.

Ideia pioneira
O ator Milton Gonçalves encarna o primeiro presidente negro no longa de Roberto Carminati
O veterano Milton Gonçalves também encontrou um desafio ao ser convidado para mostrar esse tema ao povo, interpretando o primeiro presidente negro do país. A comparação com o presidente dos Estados Unidos é inevitável, mas o ator conta que, à época do convite, Barack Obama ainda nem havia entrado no cenário político. "Quando começamos a gravar nem se pensava em Obama. A ideia do Roberto foi anterior, não existia nem campanha", garante. "A proposta do Roberto é fantástica de fazer um presidente negro no Brasil, em uma história em que o bem vence", completa.
O resultado do trabalho poderá ser visto em breve e promete tirar o fôlego de muitos espectadores, com previsão de lançamento de 150 cópias. Para Thiago Lacerda, porém, o mais importante dessa experiência é o tema que foi abordado de forma inédita. "O pioneirismo do filme é importantíssimo. É uma produção 100% brasileira", diz. "A cinematografia nacional tem que ter liberdade e coragem para fazer o que quiser fazer. Esse tipo de cinema é muito importante para acabar com a ideia de que brasileiro não pode fazer longas de ação. Tenho orgulho de fazer parte desse filme", declara.

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