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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Lula colocou Ciro numa situação vexatória, diz presidente do PSDB-SP

O presidente estadual do PSDB-SP, Antonio Carlos Mendes Thame, disse que o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) foi enganado pelo PT e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pressionado pelo Planalto, o PSB deve oficializar na terça-feira que apoiará a pré-candidatura de Dilma Rousseff à Presidência. Esse apoio enterra a intenção de Ciro de sair candidato ao Palácio do Planalto.
"Ele foi feito de bobo. O que fizeram com ele foi terrível. Ficou numa situação vexatória", disse Mendes Thame.
O tucano citou o caso da transferência do domicílio eleitoral de Ciro do Ceará para São Paulo. "Fizeram ele mudar o título para obedecer o desejo do presidente Lula. Depois deixaram ele no ar."
Para o presidente do PSDB-SP, não há saída honrosa para Ciro nesse episódio. "Que saída honrosa pode haver para alguém que já foi ministro, já foi governador e foi candidato a presidente?"
Em entrevista ao portal iG, Ciro deixou evidente seu descontentamento e mágoa com a atuação do PT e do presidente Lula no enterro de sua possível pré-candidatura. "Ele está se sentindo o todo-poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República. Pior: ninguém chega para ele e diz 'Presidente, tenha calma'. No primeiro mandato eu cumpria esse papel de conselheiro, a Dilma, que é uma pessoa valorosa, fazia isso, o Márcio Thomaz Bastos fazia isso. Agora ninguém faz", disse Ciro na entrevista.
Ciro também criticou aquilo que ele classifica como subserviência do presidente do PSB, Eduardo, e do vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, ao PT. "[Eles] não estão no nível que a História impõe a eles", disse.
Defesa
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu o presidente Lula e o PT das críticas de Ciro.
"Nós garantimos a ele a possibilidade de sair para o governo de São Paulo, ele não topou. Nós não concordamos com a tese de sua candidatura para a presidência. Ele que tem que arcar com a política dele, por isso está sendo muito injusto com o PT e com o presidente", disse Vaccarezza, para depois afirmar que não queria polemizar.

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