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PÁTRIA
sábado, 17 de abril de 2010
CAOS AÉREO -Erupção cancela 17 mil voos
Londres. O caos aéreo de proporções inéditas que atinge a Europa desde a erupção de um vulcão, na última quarta-feira, na Islândia, se agravou ontem. No total, 16 países fecharam totalmente seus espaços aéreos e aeroportos, e dez o fizeram parcialmente. Dezessete mil voos, quase dois terços do total, foram cancelados, afetando mais de 1,3 milhão de pessoas. França e Reino Unido estenderam até as 12h de hoje o fechamento completo da maioria de seus aeroportos.Brian Flynn, da Eurocontrol, agência de controle de tráfego aéreo que reúne 40 países do continente, confirmou a previsão de que pouco mudará hoje. As cinzas do vulcão da geleira islandesa Eyjafjallajokull chegaram a 9 mil metros de altura e, ontem, iam rumo ao centro da Rússia a 40 Km/h.O prejuízo diário é de US$ 200 milhões, segundo estimativa que a Associação de Transporte Aéreo Internacional considerou conservadora. O valor poderá subir, dependendo de quantos passageiros preferirem o reembolso do valor pago ao adiamento da viagem e, principalmente, a demora na reorganização dos voos.Grandes companhias aéreas europeias estão paradas. A British Airways cancelou todos os voos de hoje ligados a Londres. A Iberia cancelou os ligados a Londres, Bruxelas, Paris, Amsterdã, Copenhague, Frankfurt, Berlim, Düsseldorf, Estocolmo ou Varsóvia.Já a Alitalia cancelou voos a Londres, Paris, Amsterdã e Bruxelas. A Ryanair, de baixo custo, foi a mais radical e derrubou toda a programação até a próxima segunda-feira. No Brasil, as companhias aéreas cancelaram 16 voos procedentes ou com destino à Europa.O caos aéreo lotou as estações de trem e fez disparar os preços do aluguel de carros e das corridas de táxi, alternativa para o trânsito entre capitais. O fechamento dos aeroportos obrigou o avião da chanceler alemã, Angela Merkel, que voltava dos EUA, a descer em Lisboa.O do ministro de Defesa alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg, que voltava do Afeganistão com cinco militares feridos na guerra, parou em Istambul. Várias autoridades não sabem se irão conseguir ir ao funeral do presidente da Polônia, Lech Kaczynski, e da primeira-dama, Maria Kaczynski, que ocorrerá hoje em Cracóvia. Ministros da União Europeia faltaram a um debate da crise econômica grega, em Madri, e equipes de futebol, rúgbi e basquete enfrentaram longas viagens para participar de jogos.Na Islândia, a erupção preocupa não pelos voos, uma vez que os aeroportos de lá estão abertos, graças ao vento favorável, mas pelo derretimento da geleira próxima do vulcão.Cerca de 800 pessoas já tiveram de deixar a região às pressas pelo risco de uma tromba d´água. Geólogos islandeses avaliam que a erupção não dá sinais de recuo.Especialistas divergem sobre os riscos do fenômeno à saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as microscópicas partículas podem provocar problemas respiratórios até em pessoas saudáveis. Para as autoridades britânicas, porém, a minoria das cinzas baixará. As autoridades da Islândia informaram ontem que as erupções que antes eram constantes se tornaram esporádicas e, embora sigam chegando partículas de cinza ao ar, "não se espera que a situação mude nas próximas 24 horas".Fique por dentroErupçõesA nuvem de cinzas que causou o cancelamento de voos em toda a Europa veio de uma série de erupções de um vulcão em uma geleira na Islândia que começou no dia 20 de março. Trata-se da primeira erupção desse vulcão em quase 200 anos. De acordo com o site islandês de notícias Iceland Review, a última erupção na geleira de Eyjafjallajoekull durou dois anos, de 1821 a 1823. Esta erupção provocou uma enchente, resultante do derretimento da geleira. Há temores de que o mesmo ocorra na região.
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