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terça-feira, 18 de maio de 2010

Artigo: A importância do Projeto Rondon

O Projeto Rondon teve início em 1966, com a denominação de Operação Rondon, envolvendo universitários de Geografia da UFF e de Medicina da UFRJ com o aprovo dos militares no poder. Eles viram no Projeto Rondon - que levou o nome do grande general de origem indígena do Exército Brasileiro que desbravou o Centro Oeste e a Amazônia, levando o telégrafo e defendia o lema “INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR” - , um meio de ocupar os universitários com atividades de pesquisa para desviá-los de atividades políticas. Ao entrar em contato direto com os problemas brasileiros, o Projeto Rondon foi um formador de opiniões dos estudantes.
Integrei o Projeto Rondon Regional, em 1968, atuando na área de Macaé durante o mês de julho. Realizamos trabalhos em Macaé, Trajano de Moraes, Casemiro de Abreu e em áreas de Nova Friburgo, Conceição de Macabu e Rio das Ostras. Estudantes de Medicina, Odontologia, História, Geografia, Direito e Pedagogia, entre outros, realizaram as mais variadas tarefas, a pedido das prefeituras ou do Governo Estadual, evidentemente, com o auxílio dos órgãos de governo e das comunidades.
Mais de uma década depois, meus filhos, então universitários de Direito, participaram do Projeto Rondon Nacional (Estado do Rio de Janeiro). Um deles integrou o Rondon Nacional, participando no interior do Piauí, num trabalho inerente ao Direito.
Estranhamente, na segunda metade dos anos 60, um grupo de estudantes norte-americanos dispersava-se em trabalhos acadêmicos pelo Brasil. Em 1966, integrando um grupo de estudantes da UFF, do curso de Geografia, como aluno, estivemos na Serra do Caparaó, num trabalho acadêmico com o professor Ziede Coelho Moreira, entre os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Quando descemos a serra do Caparaó, nos encontramos com o grupo de estudantes americanos perto do abrigo de pedra.
O Projeto Rondon, com o lema do Marechal Rondon, “INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR”dispersou estudantes brasileiros por todas as áreas do país, do Rio Grande do Sul à Amazônia, num trabalho de grande importância nacional com frutos em milhares de municípios, com destaque para as áreas de Saúde, Educação, Agropecuária, Meio Ambiente, Direito e Cidadania.
A extinção do Projeto Rondon, com a queda do governo militar, não foi devidamente justificada. A instituição era adequada à educação superior em suas futuras profissões, que identificam fatores importantes no exercício pleno da cidadania, a partir do conhecimento dos problemas do interior das diversas regiões do país, descobrindo mazelas nos diversos setores empresariais de governo, denunciando atrocidades no campo, incluindo invasões de posseiros e grileiros em comunidades indígenas e quilombolas, estudando as causas do êxodo rural e da favelização nas áreas urbanas, cuidando da saúde e da educação, e fiscalizando o meio ambiente.
É necessário incentivar o retorno do Projeto Rondon, com o dinamismo que havia no seu início.Autor: Nilson Liguori Sant’Anna

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