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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Coreia do Norte ameaça uma guerra se for punida por naufrágio sul-coreano

A Coreia do Norte acusou nesta quinta-feira a vizinha Coreia do Sul de fabricar provas para implicar o país no naufrágio do navio de guerra sul-coreano Cheonan, que deixou 46 marinheiros mortos em março passado. O regime comunista alertou ainda que qualquer tentativa de retaliação pelo naufrágio será respondida com uma guerra.
A Coreia do Sul divulgou nesta quinta-feira seu relatório sobre a explosão que causou o naufrágio do Cheonan e acusou formalmente a Coreia do Norte de lançar um torpedo contra a embarcação.
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, afirmou que Seul vai tomar medidas "firmes" contra Pyongyang e o país deve levar a acusação à ONU (Organização das Nações Unidas), em busca de uma resolução do Conselho de Segurança. Para isso, Seul já conta com o apoio do Japão, Estados Unidos e Austrália. "Se os inimigos tentarem negociar qualquer retaliação ou punição ou tentarem sanções ou um ataque contra nós, responderemos com guerra", disse o coronel Pak In Ho, à emissora naval APTN.
Uma equipe internacional de investigação informou nesta quinta-feira em Seul que há evidência clara de que um submarino norte-coreano disparou um torpedo contra o Cheonan, causando a enorme explosão e o subsequente naufrágio no último dia 26 de março. Equipes conseguiram resgatar 58 marinheiros, mas outros 46 morreram em um dos piores desastres militares entre os dois países desde a Guerra da Coreia (1950-1953).
Como a guerra na península Coreana terminou com uma trégua e não um tratado de paz, as duas Coreias permanecem em um estado de guerra constante e divididas pela fronteira mais fortemente armada do mundo.
A trégua impede Seul de travar um ataque militar unilateral. No entanto, a Coreia do Sul e os Estados Unidos, que tem 28.500 militares na península, poderiam realizar exercícios militares conjuntos em uma demonstração de força, disse Daniel Pinkston, analista do International Crisis Group.
Fontes dos governos da Coreia do Sul e dos EUA também disseram que estão considerando uma variedade de opções em resposta ao naufrágio --desde uma resolução do Conselho de Segurança da ONU até sanções adicionais unilaterais dos EUA.
A empobrecida Coreia do Norte já é alvo de sanções internacionais que condenam seus testes nucleares e de mísseis. As sanções da ONU atualmente bloqueiam o financiamento a determinados funcionários e empresas e proíbem a Coreia do Norte de exportar armas. Os países estão autorizados ainda a inspecionar navios norte-coreanos suspeitos de transportar carga ilícita.
Apoio
O premiê japonês, Yukio Hatoyama, afirmou nesta quinta-feira que vai apoiar Seul em busca de uma resolução do Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte. Ele pediu ainda à China, principal aliada de Pyongyang, que assuma postura firme no tema.
"Se a Coreia do Sul buscar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, Japão estará na frente da iniciativa", disse Hatoyama a repórteres. "Eu quero trabalhar duro nesta direção".
A China qualificou como o ato como "um infeliz incidente" e evitou o tom de condenação. Ela pediu ainda que os dois países tenham cautela no caso. "Trata-se de um infeliz incidente, e esperamos que se resolva, em nome da paz e da estabilidade da região", destacou em entrevista coletiva o vice-ministro de Relações Exteriores Cui Tiankai.
"A Coreia do Sul agiu de maneira calma até agora", disse Hatoyama. "A China pode estar usando a palavra calma de outra maneira. Precisamos reconhecer os fatos como fatos".
Mais cedo, a Casa Branca indicou que o relatório da equipe de investigadores reflete uma revisão "científica e objetiva da evidência" e chamou o naufrágio de "ato de agressão". "É mais um exemplo do comportamento inaceitável da Coreia do Norte e de seu desafio às leis internacionais", destacaram os EUA.
A Casa Branca lembrou que o presidente americano, Barack Obama, falou dois dias atrás com Lee para reiterar que os EUA apoiam a Coreia do Sul, "tanto em seus esforços por assegurar justiça para os 46 marinheiros mortos no ataque" quanto "em sua defesa contra outros atos de agressão".
O primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, também condenou a Coreia do Norte e exigiu uma resposta internacional das Nações Unidas.
"A comunidade internacional não pode deixar passar este ato sem uma resposta apropriada", disse Rudd, que qualificou como "deplorável" o ataque ao navio militar.

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