ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO
Marcondes Falcão Maia, 54, tocava Pink Floyd com sua banda de rock e lia de Machado de Assis a Karl Marx.
Em 1988, após quase dez anos, saiu da UFCE, a Universidade Federal do Ceará, formado arquiteto. O homenzarrão de quase dois metros de altura se preparava "para tomar o lugar do Niemeyer".
Mas a vida desenhou outro projeto para ele. E aí nasceu Falcão, brega até o caroço, que em 2011 celebra 20 anos de seu primeiro grande hit.
Luiza Sigulem/Folhapress | ||
Marcondes Falcão Maia, o cantor Falcão, posa em casa de striptease em São Paulo |
"I'm not dog noooo", ele o cantava na semana passada, no largo do Arouche, acompanhado por um coro de fãs.
A releitura de "Eu Não Sou Cachorro, Não", de Waldick Soriano, catapultou a carreira do cearense nos anos 90.
Fora das grandes gravadoras, hoje vive "entre a riqueza e a pobreza absoluta", com renda de shows no interior.
Mas sua moral com o público ainda é alta. Acompanhado pela Folha, o cantor foi assediado por dezenas de fãs no centro de São Paulo, entre eles clientela e musas de uma casa de striptease.
Para Falcão, todo esse alvoroço desabrocha com a mesma graça do girassol na lapela, sua marca registrada. "Sou diferenciado mesmo."
Fala de outros cantores. João Gilberto? "Sonso, e bossa nova é água e sal para americanos." Já Luan Santana faz "MPB (música para pular brasileira) com um axé music mal ajambrado", afirma.
Há quem se safe: os colegas de breguice Gaby (a Beyoncé do Pará) e Wando.
Não é protecionismo, não, Falcão garante. Porque brega, para ele, "é que nem colesterol: tem o bom e o ruim".
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