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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ícone brega, Falcão celebra 20 anos do hit "I'm Not Dog No"

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

Marcondes Falcão Maia, 54, tocava Pink Floyd com sua banda de rock e lia de Machado de Assis a Karl Marx.

Em 1988, após quase dez anos, saiu da UFCE, a Universidade Federal do Ceará, formado arquiteto. O homenzarrão de quase dois metros de altura se preparava "para tomar o lugar do Niemeyer".

Mas a vida desenhou outro projeto para ele. E aí nasceu Falcão, brega até o caroço, que em 2011 celebra 20 anos de seu primeiro grande hit.

Luiza Sigulem/Folhapress
Cantor Falcão posa em casa de striptease em São Paulo
Marcondes Falcão Maia, o cantor Falcão, posa em casa de striptease em São Paulo

"I'm not dog noooo", ele o cantava na semana passada, no largo do Arouche, acompanhado por um coro de fãs.

A releitura de "Eu Não Sou Cachorro, Não", de Waldick Soriano, catapultou a carreira do cearense nos anos 90.

Fora das grandes gravadoras, hoje vive "entre a riqueza e a pobreza absoluta", com renda de shows no interior.

Mas sua moral com o público ainda é alta. Acompanhado pela Folha, o cantor foi assediado por dezenas de fãs no centro de São Paulo, entre eles clientela e musas de uma casa de striptease.

Para Falcão, todo esse alvoroço desabrocha com a mesma graça do girassol na lapela, sua marca registrada. "Sou diferenciado mesmo."

Fala de outros cantores. João Gilberto? "Sonso, e bossa nova é água e sal para americanos." Já Luan Santana faz "MPB (música para pular brasileira) com um axé music mal ajambrado", afirma.

Há quem se safe: os colegas de breguice Gaby (a Beyoncé do Pará) e Wando.

Não é protecionismo, não, Falcão garante. Porque brega, para ele, "é que nem colesterol: tem o bom e o ruim".

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