FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
A presidente Dilma Rousseff ironizou nesta sexta-feira (2), em Caracas, a declaração de amor feita a ela pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), no mês passado e disse que fará uma análise "objetiva" para decidir, a partir de segunda, se ele permanece na pasta.
Questionada se o "Dilma, eu te amo" lançado por Lupi durante sessão da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara no dia 10 havia influenciado a decisão da mandatária de mantê-lo no cargo até agora, apesar do parecer contrário da Comissão de Ética da Presidência, ela respondeu:
"Eu tenho 63 anos de idade, uma filha com 34 anos, um neto de um ano e dois meses. Eu não sou propriamente uma adolescente e eu diria também [que não sou propriamente] uma romântica. Acho que a vida ensina a gente. Acho que a gente tem de respeitar as pessoas, mas eu faço análises muito objetivas."
Elias Dias/Divulgação | ||
Dilma e Gleisi Hoffmann em comício durante campanha presidencial de 2010 |
"Qualquer situação referente ao Brasil vocês podem ter certeza que eu resolvo a partir de segunda-feira", continuou.
Na quinta-feira, antes de embarcar rumo à Venezuela, Dilma disse a Lupi que a única chance de ele permanecer no cargo até a reforma ministerial era fornecer explicações "convincentes" sobre o fato de ter ocupado, simultaneamente, dois cargos públicos por quase cinco anos.
O acúmulo ilegal, na Câmara dos Deputados em Brasília e na Câmara Municipal do Rio, foi revelado pela Folha na quarta-feira e resgatou no governo a disposição de vê-lo fora da Esplanada.
A presidente está em Caracas para participar da cúpula de criação da Celac (Comunidade de Estados Latinoamericanos e do Caribe), que reunirá os países das Américas, com exceção de EUA e Canadá. Ela teve reuniões bilaterais com Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Cristina Kirchner (Argentina).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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