Extensão do Bolsa Família retirará 2,5 milhões de pessoas da pobreza extrema; governo considera que, para isso, basta renda per capita de 70 reais mensais
Gabriel Castro, de Brasília
Fila de cadastramento do Programa Bolsa Família em Recife
(Alexandro Auler/Jornal do Comércio)
O governo considera miseráveis aqueles que têm renda per capita abaixo de 70 reais por mês, seguindo uma classificação estipulada pelo Banco Mundial, que fala em um dólar diário por pessoa. Ou seja: para o governo, bastam 280 reais mensais - menos de um salário mínimo - para tirar uma família com dois filhos da miséria. Com a nova medida, todas as famílias cadastradas, independentemente do número de integrantes e da renda atual, terão a garantia de que a faixa dos 70 reais per capita será alcançada.
Mas o próprio governo admite que, até 2014, será preciso incluir nos programas sociais federais cerca de 700.000 de famílias (2,5 milhões de pessoas) que ainda não recebem o benefício.
Reeleição – A extensão do Bolsa Família significará um acréscimo de 773 milhões de reais aos gastos do governo em 2013. A erradicação da "pobreza extrema" é a principal promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff, que pretende transformar o tema em uma arma para sua reeleição.
O material de divulgação elaborado pelo governo já deixa pronto o discurso para a campanha eleitoral de 2014: o governo Dilma retirou da miséria 22,1 milhões de pessoas. Dessas, 19 milhões deixaram a pobreza extrema como decorrência do programa Brasil sem Miséria, que fornece benefícios adicionais a participantes do Bolsa Família. Ainda assim, restavam 2,5 milhões de miseráveis integrados ao Bolsa Família – agora beneficiados pelo novo projeto do governo.
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