Procurador-geral diz que investigação está em fase final. Defesa diz desconhecer existência de novo processo contra o ex-prefeito no país europeu
Maluf pode ter que devolver mais dinheiro aos cofres públicos do Brasil
(Janine Moraes/Agência Câmara)
"Entendo que já existem indícios suficientes", disse o procurador. Segundo Lauber, Maluf e seus familiares mantêm contas na Suíça há quase 30 anos, mas o político nega. Documentos em posse da Justiça suíça mostram que, seis meses depois de perder a eleição presidencial indireta para Tancredo Neves, em 1985, no início da redemocratização no Brasil, uma primeira conta foi aberta tendo Maluf como beneficiário. No total, doze contas envolvendo o político e dois dos seus quatro filhos foram identificadas.
Foram os suíços que, em 2000, alertaram a Justiça brasileira sobre movimentações financeiras envolvendo o nome de Maluf e o fato de o político ter transferido parte do dinheiro para as ilhas Jersey, um paraíso fiscal no Canal da Mancha. As contas que permanecem abertas, segundo o procurador, estão congeladas – todas elas ligadas a Lígia Maluf, filha do ex-prefeito. Em uma delas, na cidade de Lausanne, o bloqueio chega a sete milhões de dólares. Ao todo, há 13 milhões de dólares bloqueados.
A defesa de Paulo Maluf informou na quinta-feira que desconhece a existência de novo processo de investigação contra o ex-prefeito na Suíça. Os advogados destacaram que o empresário Maurílio Cury, marido de Lígia Maluf, possui uma offshore que mantém conta em território suíço. As movimentações financeiras dessa conta estão comunicadas na declaração de Maurílio ao fisco brasileiro.
Defensores acreditam que a menção de Lígia se deve ao fato de seu marido manter ativos em instituições financeiras na Suíça. Eles anotam que Maurílio é "um empresário de sucesso há muitos anos, nunca ocupou cargo político e nunca participou de qualquer gestão de Paulo Maluf".
(Com Estadão Conteúdo)
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