
Respaldado
por normas internas, o Congresso também utiliza o dinheiro do
contribuinte para ressarcir deputados e senadores por gastos
supostamente relacionados à atividade parlamentar, mas, em muitos casos,
nem sequer exige a comprovação de que o serviço foi prestado. Na lista
de reembolsos permitidos pelo Senado e pela Câmara, duas rubricas servem
de guarda-chuva para uma série de despesas: a que destina recursos para
a divulgação da atividade parlamentar e a que permite a contratação de
pesquisas, consultorias, trabalhos técnicos e, no caso do Senado,
"outros serviços de apoio ao exercício do mandato".

Outra
regalia está em descompasso com os avanços tecnológicos. Na era do
check-in pela internet ou pelo celular, o Senado ainda conserva setor
com nove funcionários, com salários superiores a R$ 15 mil líquidos,
dedicados a retirar bilhetes no balcão de companhias aéreas e carregar
malas para parlamentares e parentes. Também preserva serviço VIP de
porteiro, marceneiro, lavadeira e "carregador de móveis" para os
ocupantes de apartamentos funcionais.
Efeito cascata

No
caso de Rondônia, a assessoria de imprensa da assembleia legislativa
publicou, no site da Casa, nota afirmando que os parlamentares
rondonienses não recebem 14º e 15º salários.
O
Correio apurou, no entanto, que a regalia é, sim, paga aos deputados
estaduais rondonienses. Entretanto, em vez de corresponder a um salário
integral — como é prática corrente em outras casas legislativas —, o
valor de cada remuneração extra é a metade do salário do parlamentar.
Rondônia e Roraima são os únicos estados que ainda não tomaram qualquer
iniciativa para extinguir os pagamentos extras.
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