Em uma carta encaminhada ao
ex-presidente, o senador reclama do isolamento político e mostra as
contradições enfrentadas pelo PT quando o assunto é ética
Hugo Marques
Lição de moral - Ao tomar conhecimento de que sua
candidatura seria sacrificada pelo partido, o senador Eduardo Suplicy
tentou falar com Lula. Como não conseguiu, decidiu escrever uma carta
(Renivaldo Luz/Ag. Bapress)
Nos planos da cúpula do PT, o senador Eduardo Suplicy foi escolhido
para o sacrifício eleitoral. Para viabilizarem uma coligação ampla que
permita ao partido disputar o governo de São Paulo em 2014, os petistas
planejam entregar a vaga do senador a outra agremiação. Pode ser ao
PMDB, ao PSD ou até mesmo ao PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto. Feito
isso, a menos que mude de partido, Suplicy não poderia disputar sua
recondução ao Senado. A estratégia petista prevê, no máximo, a
possibilidade de ele concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. “Ele
seria o nosso Tiririca”, conta uma liderança petista. Suplicy
identificou a origem do plano e, durante os últimos meses, tentou uma
audiência com o ex-presidente Lula para tratar do assunto. Ligou para a
secretária, pediu a ajuda de companheiros, enviou recados. Nada. No
último dia 6, sem receber nenhuma resposta, o senador foi ao Instituto
Lula e entregou uma carta ao ex-presidente. Uma carta cheia de
ponderações e desabafos - uma sutil lição de moral.
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