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terça-feira, 7 de maio de 2013

Comissão da Verdade convoca para depor coronel Brilhante Ustra

Militar reformado foi chamado para falar sobre supostos crimes na ditadura.
Advogado informou que ele enviará petição, mas não pretende comparecer.

Priscilla Mendes Do G1, em Brasília
Em imagem de arquivo, coronel Ustra durante período no qual era responsável pelo Doi-Codi (Foto: Reprodução/TV Globo)O coronel Ustra durante período em que era
responsável pelo Doi-Codi (Foto: Reprodução/
TV Globo)
A Comissão Nacional da Verdade decidiu convocar o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra para prestar depoimento na próxima sexta-feira (10), na sede da comissão, em Brasília.
Ustra foi chamado para falar à comissão sobre crimes contra os direitos humanos que é acusado de ter cometido durante a ditadura militar.
Mas o advogado Paulo Alves de Sousa afirmou que seu cliente não pretende depor porque, segundo ele, o militar “já foi ouvido em juízo diversas vezes”.
Em vez de comparecer ao depoimento, Ustra deverá, segundo o advogado, enviar uma petição e um exemplar do seu livro “Verdade Sufocada”, no qual descreve sua atuação durante a ditadura. “Ele já esclareceu tudo no livro e vai pedir na petição que a comissão releve sua ausência”, disse Paulo Alves de Sousa.
Como a comissão tem a prerrogativa de convocar testemunhas, poderá solicitar ao Poder Judiciário a condução coercitiva em caso de ausência do depoente. Na hipótese de o coronel não comparecer, o grupo também poderá encaminhar uma representação ao Ministério Público, que decidirá se enquadra Ustra no crime de desobediência.
Além de Ustra, também foi convocado Marival Chaves Dias do Canto, ex-analista do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do II Exército em São Paulo (Doi-Codi/SP). Ele já prestou outros dois depoimentos à comissão.
No último dia 29, o Ministério Público denunciou à Justiça Federal Ustra e o delegado aposentado Alcides Singillo, que atuou junto ao Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP), por ocultação de cadáver, no caso do estudante de medicina Hirohaki Torigoe, de 27 anos, cujos restos mortais estão desaparecidos desde 5 de janeiro de 1972. A defesa de Ustra disse ao G1 não haver provas contra o coronel.

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