Às vésperas do início dos eventos esportivos, os diálogos precários com visitantes de outros países é um problema
Mímicas,
desenhos, números escritos e, por fim, as famosas fusões do português
com outros idiomas. Sem ter conhecimento ou domínio de línguas
estrangeiras, é assim que funcionários de muitos estabelecimentos em
Fortaleza se viram para garantir o atendimento a turistas de outros
países. Mas, às vésperas do início da maratona de eventos esportivos que
terão a Capital como sede, a comunicação precária ou inexistente com
visitantes do exterior, realidade em grande parte dos pontos de comércio
e mobilidade urbana, é problema que pode dificultar a vida de quem
chega às terras cearenses.
Placas
bilíngues de sinalização e orientação são instaladas em Fortaleza. No
entanto, ainda existem problemas em polos gastronômicos, onde a falta de
tradução nos menus representam barreiras na comunicação Foto: Kid
Júnior
Muitos profissionais atuantes em serviços que
certamente serão utilizados, como hotéis, polos de comércio, barracas de
praias, restaurantes e transportes coletivos, desconhecem ou não
possuem prática de outros idiomas além do português. Em paralelo,
lugares turísticos carecem de placas com informações em inglês ou
espanhol, prejudicando a orientação e o deslocamento daqueles que não
têm qualquer familiaridade com a língua portuguesa.
Nas barracas
de produtos artesanais da Beira-Mar, apenas 5% dos vendedores,
aproximadamente, têm algum conhecimento do idioma inglês, afirma
Theodomiro Ferreira, presidente da Associação da Feira de Artesanato da
Beira-Mar. Durante as Copas das Confederações e do Mundo, o único
material de apoio com o qual os turistas poderão contar é um folheto
bilíngue que está sendo produzido pelo grupo com dados sobre a Cidade.
Ferreira
aponta que os funcionários tentam improvisar formas de interagir com os
estrangeiros, mas as falhas na comunicação verbal serão empecilhos ao
trabalho no período.
O número de profissionais preparados para o
diálogo com turistas de outros países também é muito baixo no Mercado
Central. Conforme Jacildo Luiz, vice-presidente da associação de
lojistas do local, tanto os próprios permissionários quanto os
funcionários do centro têm deficiências no domínio de línguas
estrangeiras.
Também não há placas de sinalização e orientação em
outros idiomas para ajudar os visitantes do exterior a encontrarem o
que desejam. O atendimento fica restrito à Casa do Turista situada no
andar térreo do Mercado, onde somente duas pessoas, capacitadas em
inglês e espanhol, ficam responsáveis por tirar dúvidas de todos os
frequentadores.
Cardápios
Em polos
gastronômicos, as dificuldades podem ser ainda maiores, uma vez que,
além do pobre domínio de outros idiomas, a falta de traduções nos
cardápios também são grandes barreiras na comunicação com os visitantes
de fora.
Segundo Ivan Assunção, presidente da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes Ceará (Abrasel-CE) e vice-presidente
da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPF), por mais que as
equipes sejam treinadas, o atendimento ainda depende das informações
contidas nos menus. Ele destaca que poucos restaurantes e barracas na
Capital apresentam textos bilíngues.
Falta oferta de incentivos por parte do poder público
Em
todos os locais, as deficiências na capacitação dos profissionais são
atribuídas à falta de investimentos e ofertas de cursos fornecidos pelo
poder público. Na Beira-Mar, a Associação da Feira de Artesanato afirma
ter solicitado à Prefeitura formações em outras línguas para os
comerciantes há cerca de quatro meses, mas não obteve resposta.
O
mesmo aconteceu no Mercado Central, segundo Jacildo Luiz. Os
permissionários buscaram cursos de qualificação, porém nenhum incentivo
foi oferecido. Já no caso de alguns restaurantes e barracas, os
proprietários aguardam recursos para a formações por meio do Pronatec
Copa, que está atrasado.
A Secretaria de Turismo de Fortaleza
(Setfor), através de sua assessoria de imprensa, informa que não recebeu
ofícios com solicitações de cursos por parte dos estabelecimentos, mas
garantiu que, dependendo da demanda, poderá trabalhar junto ao
Ministério do Turismo.
O órgão informa que está selecionando
profissionais bilíngues para atuar nas três Casas do Turista e facilitar
a comunicação. Outro projeto é a criação de postos de atendimento
itinerantes, que deverão ficar localizados em pontos estratégicos da
Capital.
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