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sábado, 25 de maio de 2013

Capital terá comunicação de improviso na Copa-Ce

Às vésperas do início dos eventos esportivos, os diálogos precários com visitantes de outros países é um problema

Mímicas, desenhos, números escritos e, por fim, as famosas fusões do português com outros idiomas. Sem ter conhecimento ou domínio de línguas estrangeiras, é assim que funcionários de muitos estabelecimentos em Fortaleza se viram para garantir o atendimento a turistas de outros países. Mas, às vésperas do início da maratona de eventos esportivos que terão a Capital como sede, a comunicação precária ou inexistente com visitantes do exterior, realidade em grande parte dos pontos de comércio e mobilidade urbana, é problema que pode dificultar a vida de quem chega às terras cearenses.

Placas bilíngues de sinalização e orientação são instaladas em Fortaleza. No entanto, ainda existem problemas em polos gastronômicos, onde a falta de tradução nos menus representam barreiras na comunicação Foto: Kid Júnior

Muitos profissionais atuantes em serviços que certamente serão utilizados, como hotéis, polos de comércio, barracas de praias, restaurantes e transportes coletivos, desconhecem ou não possuem prática de outros idiomas além do português. Em paralelo, lugares turísticos carecem de placas com informações em inglês ou espanhol, prejudicando a orientação e o deslocamento daqueles que não têm qualquer familiaridade com a língua portuguesa.

Nas barracas de produtos artesanais da Beira-Mar, apenas 5% dos vendedores, aproximadamente, têm algum conhecimento do idioma inglês, afirma Theodomiro Ferreira, presidente da Associação da Feira de Artesanato da Beira-Mar. Durante as Copas das Confederações e do Mundo, o único material de apoio com o qual os turistas poderão contar é um folheto bilíngue que está sendo produzido pelo grupo com dados sobre a Cidade.

Ferreira aponta que os funcionários tentam improvisar formas de interagir com os estrangeiros, mas as falhas na comunicação verbal serão empecilhos ao trabalho no período.

O número de profissionais preparados para o diálogo com turistas de outros países também é muito baixo no Mercado Central. Conforme Jacildo Luiz, vice-presidente da associação de lojistas do local, tanto os próprios permissionários quanto os funcionários do centro têm deficiências no domínio de línguas estrangeiras.

Também não há placas de sinalização e orientação em outros idiomas para ajudar os visitantes do exterior a encontrarem o que desejam. O atendimento fica restrito à Casa do Turista situada no andar térreo do Mercado, onde somente duas pessoas, capacitadas em inglês e espanhol, ficam responsáveis por tirar dúvidas de todos os frequentadores.

Cardápios

Em polos gastronômicos, as dificuldades podem ser ainda maiores, uma vez que, além do pobre domínio de outros idiomas, a falta de traduções nos cardápios também são grandes barreiras na comunicação com os visitantes de fora.

Segundo Ivan Assunção, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Ceará (Abrasel-CE) e vice-presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPF), por mais que as equipes sejam treinadas, o atendimento ainda depende das informações contidas nos menus. Ele destaca que poucos restaurantes e barracas na Capital apresentam textos bilíngues.

Falta oferta de incentivos por parte do poder público
Em todos os locais, as deficiências na capacitação dos profissionais são atribuídas à falta de investimentos e ofertas de cursos fornecidos pelo poder público. Na Beira-Mar, a Associação da Feira de Artesanato afirma ter solicitado à Prefeitura formações em outras línguas para os comerciantes há cerca de quatro meses, mas não obteve resposta.

O mesmo aconteceu no Mercado Central, segundo Jacildo Luiz. Os permissionários buscaram cursos de qualificação, porém nenhum incentivo foi oferecido. Já no caso de alguns restaurantes e barracas, os proprietários aguardam recursos para a formações por meio do Pronatec Copa, que está atrasado.

A Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor), através de sua assessoria de imprensa, informa que não recebeu ofícios com solicitações de cursos por parte dos estabelecimentos, mas garantiu que, dependendo da demanda, poderá trabalhar junto ao Ministério do Turismo.

O órgão informa que está selecionando profissionais bilíngues para atuar nas três Casas do Turista e facilitar a comunicação. Outro projeto é a criação de postos de atendimento itinerantes, que deverão ficar localizados em pontos estratégicos da Capital.

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