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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cúpula do Exército se reúne para definir ocupação interna do Complexo do Alemão

O Comando Militar do Leste se reuniu nesta terça-feira para escolher o comandante das forças de paz, que ficarão responsáveis pela nova missão de ocupação interna do Complexo do Alemão, na Penha, zona norte do Rio. O relações públicas do Exército, major Fábio Lima de Carvalho, afirmou que, desde ontem (6), os militares realizam um levantamento do terreno para definir o prazo e o efetivo necessário para a operação. Para a nova fase de trabalho, o Exército ficará responsável por patrulhar a área interna da comunidade, além do cerco ao conjunto de favelas.
De acordo com Lima de Carvalho, desde sábado, quando o ministro da Defesa, Nelson Jobim, emitiu a nova diretriz, ficou decidido que o primeiro passo é definir o nome do comandante da força de paz, que irá atuar na segunda fase de ocupação da comunidade. Segundo ele, existe uma expectativa de que o general Fernando José Lavaquial Sardenberg, da Brigada de Infantaria Paraquedista, seja nomeado, mas a confirmação só será dada nesta tarde.
O major afirma que, desde ontem, os militares realizaram várias operações de reconhecimento do local para concluir o planejamento da ocupação. "Houve reconhecimento por helicóptero, algumas de nossas equipes entraram no complexo para verificar as condições das estradas, todas as vias de acesso", disse.
Ele afirma que o número de homens deve aumentar nessa nova etapa. O efetivo, entretanto, só será divulgado com o término da fase de planejamento. Desde a entrada do Exército na operação do Complexo do Alemão, com o emprego de 800 soldados com experiência de atuação no Haiti, dez blindados estão sendo utilizados no cerco à comunidade.
A Marinha divulgou, em nota, que os veículos blindados e o efetivo dos fuzileiros navais, usados pela Polícia Militar na operação de ocupação das favelas do Alemão, foram recolhidos para as bases desde ontem (6). A Marinha ressaltou, entretanto, "que estes meios permanecerão em condição de pronto-emprego".
OCUPAÇÃO
No último sábado, após reunião no Palácio Guanabara, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciaram que o Exército permanecerá por tempo indeterminado e poderá fazer operações de patrulha e revista dentro dos Complexos do Alemão e da Penha. Os militares, no entanto, não poderão entrar nas casas de moradores.
Caberá à Polícia Militar fazer as buscas e apreensões, portanto, nas residências. Homens do Exército circularão pelas vias das favelas e poderão revistar moradores.
"Mudança fundamental é que agora sobe o morro", afirmou Jobim.
O Complexo do Alemão foi ocupado pela polícia do Rio no dia 28 de novembro, com o apoio das Forças Armadas, praticamente sem resistência dos traficantes. No dia 25, policiais já tinham entrado na Vila Cruzeiro, favela vizinha ao complexo. As ocupações ocorreram após uma série de atentados ocorridos na cidade, que resultaram em mais de cem veículos queimados.
As ações criminosas seriam uma retaliação dos traficantes contra a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em morros e favelas, segundo as autoridades de segurança.

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