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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Aécio: 'É claro que o governo sabia o que estava acontecendo no Esporte'

BELO HORIZONTE - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o Ministério do Esporte promove o "aparelhamento" de entidades e municípios por meio de convênios, principalmente do programa Segundo Tempo. Segundo o tucano, há uma "complacência" com as irregularidades por parte do governo federal, que só age contra os "malfeitos" após os casos serem denunciados pela imprensa.

'Nenhuma dessas quedas de ministros se deu por uma ação do governo', destacou Aécio Neves - Marcos de Paula/AE
Marcos de Paula/AE
'Nenhuma dessas quedas de ministros se deu por uma ação do governo', destacou Aécio Neves

Aécio denunciou que, durante seu primeiro mandato como governador de Minas Gerais (2003-2006), o Ministério do Esporte cancelou o convênio do Segundo Tempo que mantinha com o Estado, responsável, por sua vez, pelos convênios com os municípios. "Eles (Ministério do Esporte) cancelaram as parcerias com o Estado exatamente com a intenção, obviamente, estamos vendo agora, de aparelhar (municípios e ONGs) como aparelhou", afirmou.

Para o senador, o "inchaço da máquina" pública federal e o loteamento de ministérios entre partidos da base aliada são causas das irregularidades que já levaram à queda de seis ministros do governo da presidente Dilma Rousseff. "Não se justifica, em um país como o Brasil, termos praticamente 40 ministérios. Não há condições de você avaliar a ação dos ministros. Ainda mais com a lógica de entregar aos partidos políticos ministérios como se fossem feudos", salientou Aécio, durante lançamento do documentário Tancredo, A Travessia em Belo Horizonte, na noite de quinta-feira, 27.

O tucano ainda acusou o governo federal de ter conhecimento prévio das irregularidades, mas não agir para corrigir os problemas e "conviver bem" com o "aparelhamento absurdo" da máquina pública. "É claro que o governo sabia o que estava acontecendo no Ministério do Esporte, como sabia o que estava acontecendo nos outros ministérios. É que o chamado malfeito, para usar um termo que a presidente gosta de usar, só é enfrentado quando vira escândalo. Enquanto não vira escândalo, há uma certa complacência", disparou. "Nenhuma dessas denúncias, nenhuma dessas quedas de ministros se deu por uma ação do governo. Todas elas ocorreram por denúncias da imprensa. Enquanto não houver denúncia, está tudo bem", completou.

Aliança. Apesar das declarações do principal líder tucano de Minas, o PSDB vai se unir ao PCdoB em torno da candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Em nome dessa aliança, os tucanos vão, inclusive, apoiar a indicação do vice-presidente do diretório comunista do Estado, Zito Vieira, para a Secretaria Municipal de Esportes, cuja criação já foi aprovada pelos vereadores da capital.

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