O início da greve de 48 horas dos aeroportuários foi marcado por protestos simultâneos nos aeroportos internacionais de Viracopos (Campinas), Cumbica (Guarulhos) e Brasília.
A paralisação teve início por volta da 0h desta quinta-feira com sindicalistas em carros de som discursando em frente ao setor de desembarque para recrutar mais funcionários para aderirem à greve e também para explicar aos usuários os motivos da paralisação.
Ao menos 120 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Sem-Terra) --que apoia a greve com uma campanha chamada de "Aeroporto Popular"-- acamparam no saguão do aeroporto de Guarulhos. Os sem-terra passaram a madrugada dormindo em colchões e enrolados em cobertores e com bandeiras do MST apoiando os grevistas. O grupo deve se juntar aos grevistas em outra manifestação do sindicato dos aeroportuários programada para às 7h30 desta quinta-feira.
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
Grupo de integrantes do MST acampa nesta madrugada no saguão do aeroporto de Guarulhos |
De acordo com o Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários), ao menos 3.000 funcionários da áreas de operações, segurança aeroportuária, terminais de cargas e passageiros e programação de voos dos três aeroportos aderiram à greve. O sindicato também informou que serão mantidas 30% das atividades essenciais dos aeroportos como operações de navegação áerea e transporte de órgãos.
De acordo com o sindicato, os trabalhadores querem que a Infraero continue no comando das "atividades-fim" dos aeroportos: operação, segurança, carga e navegação aéreas, controle de tarifas e manutenção, e engenharia especializada.
"Os trabalhadores acreditam que se for mantida proposta de parceria público-privada nos aeroportos, serão montadas novas equipes e certos serviços serão terceirizados, levando à precarização dos serviços", afirmou Sílvio Sousa, porta-voz do sindicato dos aeroportuários.
CONTINGÊNCIA
A Secretaria da Aviação Civil e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) solicitaram na quarta-feira que as empresas aéreas elaborem planos de contingência para evitar transtornos aos passageiros.
A Infraero e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) também devem estabelecer estratégias como realocação de funcionários para compensar ausências.
As empresas aéreas terão que divulgar qualquer alteração que ocorrer nas operações, por meio de canais institucionais e informação direta aos passageiros nos aeroportos.
A orientação da secretaria é que todos os passageiros entrem em contato com a companhia para confirmar os horários dos voos. Qualquer manifestação pode ser feita pelo telefone 0800 725 4445 ou no site da Anac.
A Gol informou que já montou um plano de contingência, que prevê possíveis ajustes na malha de voos, com mudanças de horários e itinerários. As equipes terão turnos reforçados. A empresa disse que manterá aeronaves e tripulantes extras em alguns aeroportos.
A Azul disse que está "alinhada ao plano de contingência da Infraero", mas não passou detalhes da operação. Disse, em nota, que pretende operar "normalmente" em todos os aeroportos em que atua.
AEROPORTOS
Por mês, o aeroporto de Guarulhos, na grande São Paulo, recebe, em média, cerca de 22,1 mil aeronaves e 2,4 milhões de passageiros.
A média mensal de Viracopos, em Campinas, é de 8.025 aeronaves e cerca de 612,5 mil passageiros. O aeroporto de Brasília movimenta, por mês, média de 15,5 mil aeronaves e 1,2 milhões de pessoas.
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