Há quem se amarre em destinos muvucados. Ok! Nesta época do ano, o que
não falta são lugares assim: apinhados de banhistas dentro e fora da
água, criançada correndo, aquele cheirinho de queijo de coalho assado na
brasa e, triste e não raro, lixo que corre da areia para o mar.
Mas tem muita gente que prefere suar a camisa para alcançar o paraíso: encarar trilhas no meio do mato com o sol a pino só para se dar ao luxo de ter uma praia "sua", "exclusivíssima", "deserta", em lugarejos remotos do país.
Para essa turma, pouco importa se vai ter uma barraquinha com banheiro,
vendedores de camarão, isopor abarrotado de cervejinha gelada ou um
sujeito metido a barman, sacolejando aquela caipirinha de
lima-da-pérsia.
O barato desse pessoal é pisar na areia, desvendar o litoral brasileiro e, com certo orgulho, bater no peito para dizer: "Hum, eu conheço".
De Santa Catarina ao Ceará, a ideia nas páginas que se seguem não é criar um ranking das praias mais lindas do litoral brasileiro –mas, sejamos sinceros, a maioria das indicações vale a viagem e, é bom dizer, nem todas vão exigir "sacrifício" do viajante.
Nem tanto ao mar, nem tanto à areia: as praias selecionadas misturam um pouquinho de cada ingrediente. Algumas são, sim, badaladas. Nem por isso, no entanto, elas devem ser ignoradas.
O litoral brasileiro, com seus cerca de 8.000 quilômetros, não é território de areia branca, fofinha e fininha, que se mistura ao azul-bebê, como o do Caribe, mas há sempre um espacinho para curtir a natureza da mata atlântica sem ser importunado por barulho e excesso de gente.
Vale lembrar, contudo, que estamos no verão -muvuca sempre há de pintar por aí.
Na seleção de "Turismo", praias com ondinha e com ondonas se revezam com outras que simplesmente parecem piscinas naturais.
Coqueirais? Claro, eles estão por toda parte, assim como as amendoeiras dão o ar da graça na areia. Paisagens emolduradas ora por falésias, ora por dunas, alternam-se entre modestos vilarejos e condomínios luxuosos.
Que tal ampliar seus horizontes no embalo da maré?
MUNDAÚ (CE)
Guarde bem esse nome. Quem se aventurou de Fortaleza até Jeri com certeza passou por Mundaú. Só que essa praia não foi feita para se "passar" por ela, mas, sim, permanecer um bocado de tempo por ali. Avistando o mar no alto das dunas, assistindo aos recortes do rio que desemboca no Atlântico, curtindo o sabor lento e leve de sua gente. Mesmo nos períodos de verão, Mundaú não é, digamos, tão frequentada. Segue sendo pacata, com o mar passeando ora pelo verde, ora pelo azul. O rústico ambiente da vila de pescadores contrasta com as charmosas pousadas que começam a pipocar à beira-mar.
REDONDA (CE)
Quem foi a Canoa Quebrada, distrito de Aracati, e não deu uma esticada até Icapuí, precisa voltar ao litoral leste do Ceará e apreciar suas praias. Um "festival" de falésias avermelhadas, beirando o mar verdinho, anuncia o espetáculo. Pedras coloridas, dunas, arrecifes, coqueirais e... cactos, típicos da caatinga.
Aos seus pés, a singela vila da praia Redonda, com cerca de 600 famílias, que se dedicam à pesca da lagosta, especialidade da culinária. Redonda tem 6 km de extensão e formações rochosas em pleno mar. O litoral é bem peculiar, recortado por dunas e falésias, formando um visual diferente a cada praia de Icapuí. E ainda há a foz do belíssimo rio do Arrombado. Paisagens selvagens e um clima de tranquilidade completam o pacote.
PONTA DO MEL (RN)
É um vilarejinho que parece perdido no tempo. Fica na Costa Branca, região cravada quase no encontro do litoral do Rio Grande do Norte com o do Ceará –o nome é uma alusão às dunas e montanhas de sal que predominam na paisagem, somadas às praias desertas. No alto das falésias, cactos. A impressão é a de que a caatinga está à procura do gostinho do mar.
Em toda a sua rudeza, o agreste se torna mais peculiar ao ocupar dunas gigantescas e se alastrar por falésias coloridas, com o mar turquesa coroando esse contraste. Um farol orienta as embarcações nessa "esquininha" do Brasil.
BARRA DE CAMARATUBA (PB)
Vilinha rústica de pescadores, Barra é a primeira praia com estrutura do lado paraibano, quase na fronteira com o Rio Grande do Norte. Fica a cerca de 100 km de João Pessoa. Extensa e desabitada, a praia reforça o cenário de tranquilidade encontrado no bucólico vilarejo, onde vivem cerca de mil moradores.
Se quiser um bocadinho de agito, vá durante os campeonatos de surfe. Se você não curte onda, dá para aproveitar as águas calmas nas prainhas que se formam na foz do rio, cartão-postal da região. Uma dica é atravessá-lo de balsa e visitar a aldeia e suas lagoas, na reserva do município de Baía da Traição.
COQUEIRINHO (PB)
É no litoral sul, a 30 km da capital João Pessoa, onde estão as praias
mais belas da Paraíba, com uma estrada em ótimo estado que facilita a
viagem. A paisagem inclui os coqueirais que deram origem à praia. De um
lado, arrecifes formam piscinas, ideais para crianças; do outro,
surfistas deslizam nas ondas. Graças à barreira de corais que cerca as
suas oitos baías, a temperatura da água fica em 28°C. Uma pedida é
percorrer, a pé, os cerca de 3 km entre as praias de Tabatinga, com
falésias e mansões, e a mais procurada por banhistas, Tambaba, primeira
praia oficial de nudismo do Nordeste.
CARNEIROS (PE)
A bela capelinha rodeada de coqueiros já se transformou no clássico cartão-postal dessa praia, com seu verde-oliva refletindo-se nas águas transparentes. Tem rio e tem mar, além de trechos de mangue. Outro atributo é que ela é curtinha, com seus coqueirais sombreando a areia. Quando a maré se acalma, lá se formam piscinas naturais, repletas de peixes. Mas, verdade seja dita, Carneiro se revela por completa na maré alta. Por isso, nada de encarar aqueles passeios bate e volta para conhecê-la, hein?
JAPARATINGA (AL)
A estradinha corta a orla por um imenso sombreado formado por um jardim de coqueiros ao lado daquele marzão cor de Caribe. É a chamada Costa dos Corais, área de preservação ambiental ao norte de Maceió. No caminho, que os nativos batizaram de Rota Ecológica, fica Japaratinga -e fica também São Miguel dos Milagres. O lugar teve suas praias imortalizadas pelo filme "Deus É Brasileiro'', do alagoano Cacá Diegues. As paisagens são recortadas por falésias, pedras e barreiras de corais. Engana-se quem acha que falta infraestrutura: há restaurantes e pousadas charmosíssimas na região.
ILHA DE SANTO ALEIXO (PE)
Dona de pequenas enseadas, de mar calmo. As praias voltadas para mar aberto revelam um paraíso de águas cristalinas, tipo Polinésia, perfeitas para "snorkeling". A maioria dos turistas deixa a muvuca de Porto de Galinhas e segue para a ilha. Chegar lá é como se desligar do mundo, num ambiente desprovido de infraestrutura, perfeito para ir a dois -ou sozinho, para contemplar a natureza. E, o mais bacana, o vaivém da maré vale como válvula de escape para esquecer dos amargos da vida. Como não há hospedagens, é preciso ficar em Porto de Galinhas ou Carneiros.
PENÍNSULA DE MARAÚ (BA)
Maraú oferece algo mais do que sossego à beira-mar e um leque de passeios ecológicos. A começar pela variedade de paisagens. Extensos manguezais, uma sucessão de praias a perder de vista sem vivalma e piscinas naturais coloridas por cardumes -talvez a inacessibilidade ainda consiga preservar essas características. Sem contar sua simpática vilinha de Barra Grande. Ruas de areia, pracinha, casas simples e a igrejinha de São Sebastião, de 1855, imprimem ar bucólico ao lugar. E, o que é melhor, sem tiques turísticos. Porta de entrada de Maraú para a maioria dos visitantes, o vilarejo é o ponto de partida dos passeios pela península. Um deles percorre a terceira maior baía do Brasil, a de Camamu, passa por manguezais e ilhas, como a da Pedra Furada, que, como o nome diz, tem grande parte das pedras encontradas no local com furos, provocados por um molusco que a habita.
PONTA DO CORUMBAU (BA)
Se o seu negócio é esticar-se numa praia e esquecer-se da vida no melhor estilo baiano, uma dica é explorar o extremo sul do Estado. Longe de axé e do rebolado, onde barulho mesmo só o do movimento da maré, fica um pouquinho mais abaixo, em Corumbau. O próprio nome ajuda a entender o lugar: Corumbau significa "longe de tudo" na tradução tupi. Numa das regiões mais belas da Bahia, esse "corredor" de areia descortina, de um lado, um piscinão de águas calmas, cristalinas e esverdeadas e, do outro, o mar agitado, "cortado" pela foz do rio Corumbau. Para aproveitar o pontal e os seus quase 2 km de recife e areia que avançam mar adentro, o ideal é acompanhar o movimento da maré. Quando ela sobe, a ponta desaparece no meio das ondas.
MORERÉ - BOIPEBA (BA)
Há quem enxergue na transparência de suas piscinas naturais semelhanças com os mares do Caribe. Outros acreditam que aquela parte da Bahia é única, sem precedentes. Depois de cair em suas águas, ninguém mais duvida: Boipeba vale o esforço que envolve a jornada até lá. Se a maré não estiver baixa, espere por ela à sombra das amendoeiras. Quando a água baixar, dá para caminhar com a água, azul-bebê, na cintura, apreciando os peixinhos. O povo que está em Morro de São Paulo costuma chegar em embarcações. Turistas vindos de outras partes de Boipeba alcançam esse paraíso depois de atravessar o rio Oritibe, possível na maré baixa. Quer saber? Qualquer iniciativa vale a pena para pisar em Moreré.
BRAVA DA ALMADA (SP)
Fica no norte de Ubatuba. Um morro de cada lado esconde um paraíso em
meio à mata atlântica. A trilha de acesso percorre um caminho levemente
íngreme, coberto por árvores centenárias. De repente, o barulho da
arrebentação. No canto direito de quem chega pela trilha, um riozinho
serpenteia pedras e areia até se encontrar com o mar. Ondas se quebram
diante de uma área verde, separada por uma faixa de areia com cerca de
1,5 km de extensão. Com boa dose de sorte, vê-se golfinhos ou a chegada
de tartarugas.
CONCEIÇÃO (SC)
Praia de águas de um verde quase caribenho. O ponto alto é uma piscina natural, cercada por uma espécie de muralha que freia a entrada excessiva de água do mar, mantendo o nível sempre na altura um pouco acima da cintura de um adulto. Dá para ver os peixinhos nadando para lá e para cá. Da praia até a piscina são cerca de 20 minutos caminhando pelas pedras do costão. Território da família Schürmann, primeira do Brasil a circunavegar a Terra a bordo de um veleiro, Conceição está em Bombinhas, península do litoral catarinense.
ILHA DO MEL (PR)
Pode apostar, o Paraná guarda boas surpresas em seu litoral. As praias mais paradisíacas modelam ilhas.
Na mais famosa delas, a do Mel, estão 12 das melhores praias do Estado, de águas cristalinas e separadas por florestas da mata atlântica.
Ao menos cinco delas ficam dentro da área de estação ecológica. São desertas, do tipo que dá para nadar, digamos, à vontade. Para desbravar o trecho mais bonito desse litoral, um ingrediente não pode faltar na sua mochila: espírito aventureiro.
Mas tem muita gente que prefere suar a camisa para alcançar o paraíso: encarar trilhas no meio do mato com o sol a pino só para se dar ao luxo de ter uma praia "sua", "exclusivíssima", "deserta", em lugarejos remotos do país.
Praias para conhecer em 2014
PBTUR/Divulgação
ORG XMIT: 493901_0.tif Paisagem de praia em Coqueirinho (30 km de João Pessoa - PB). (Coqueirinho, PB. Foto de PBTUR/Divulgação)
O barato desse pessoal é pisar na areia, desvendar o litoral brasileiro e, com certo orgulho, bater no peito para dizer: "Hum, eu conheço".
De Santa Catarina ao Ceará, a ideia nas páginas que se seguem não é criar um ranking das praias mais lindas do litoral brasileiro –mas, sejamos sinceros, a maioria das indicações vale a viagem e, é bom dizer, nem todas vão exigir "sacrifício" do viajante.
Nem tanto ao mar, nem tanto à areia: as praias selecionadas misturam um pouquinho de cada ingrediente. Algumas são, sim, badaladas. Nem por isso, no entanto, elas devem ser ignoradas.
O litoral brasileiro, com seus cerca de 8.000 quilômetros, não é território de areia branca, fofinha e fininha, que se mistura ao azul-bebê, como o do Caribe, mas há sempre um espacinho para curtir a natureza da mata atlântica sem ser importunado por barulho e excesso de gente.
Vale lembrar, contudo, que estamos no verão -muvuca sempre há de pintar por aí.
Na seleção de "Turismo", praias com ondinha e com ondonas se revezam com outras que simplesmente parecem piscinas naturais.
Coqueirais? Claro, eles estão por toda parte, assim como as amendoeiras dão o ar da graça na areia. Paisagens emolduradas ora por falésias, ora por dunas, alternam-se entre modestos vilarejos e condomínios luxuosos.
Que tal ampliar seus horizontes no embalo da maré?
Guarde bem esse nome. Quem se aventurou de Fortaleza até Jeri com certeza passou por Mundaú. Só que essa praia não foi feita para se "passar" por ela, mas, sim, permanecer um bocado de tempo por ali. Avistando o mar no alto das dunas, assistindo aos recortes do rio que desemboca no Atlântico, curtindo o sabor lento e leve de sua gente. Mesmo nos períodos de verão, Mundaú não é, digamos, tão frequentada. Segue sendo pacata, com o mar passeando ora pelo verde, ora pelo azul. O rústico ambiente da vila de pescadores contrasta com as charmosas pousadas que começam a pipocar à beira-mar.
REDONDA (CE)
Quem foi a Canoa Quebrada, distrito de Aracati, e não deu uma esticada até Icapuí, precisa voltar ao litoral leste do Ceará e apreciar suas praias. Um "festival" de falésias avermelhadas, beirando o mar verdinho, anuncia o espetáculo. Pedras coloridas, dunas, arrecifes, coqueirais e... cactos, típicos da caatinga.
Aos seus pés, a singela vila da praia Redonda, com cerca de 600 famílias, que se dedicam à pesca da lagosta, especialidade da culinária. Redonda tem 6 km de extensão e formações rochosas em pleno mar. O litoral é bem peculiar, recortado por dunas e falésias, formando um visual diferente a cada praia de Icapuí. E ainda há a foz do belíssimo rio do Arrombado. Paisagens selvagens e um clima de tranquilidade completam o pacote.
PONTA DO MEL (RN)
É um vilarejinho que parece perdido no tempo. Fica na Costa Branca, região cravada quase no encontro do litoral do Rio Grande do Norte com o do Ceará –o nome é uma alusão às dunas e montanhas de sal que predominam na paisagem, somadas às praias desertas. No alto das falésias, cactos. A impressão é a de que a caatinga está à procura do gostinho do mar.
Em toda a sua rudeza, o agreste se torna mais peculiar ao ocupar dunas gigantescas e se alastrar por falésias coloridas, com o mar turquesa coroando esse contraste. Um farol orienta as embarcações nessa "esquininha" do Brasil.
BARRA DE CAMARATUBA (PB)
Vilinha rústica de pescadores, Barra é a primeira praia com estrutura do lado paraibano, quase na fronteira com o Rio Grande do Norte. Fica a cerca de 100 km de João Pessoa. Extensa e desabitada, a praia reforça o cenário de tranquilidade encontrado no bucólico vilarejo, onde vivem cerca de mil moradores.
Se quiser um bocadinho de agito, vá durante os campeonatos de surfe. Se você não curte onda, dá para aproveitar as águas calmas nas prainhas que se formam na foz do rio, cartão-postal da região. Uma dica é atravessá-lo de balsa e visitar a aldeia e suas lagoas, na reserva do município de Baía da Traição.
COQUEIRINHO (PB)
Divulgação/PBTUR |
Praia em Coqueirinho |
CARNEIROS (PE)
A bela capelinha rodeada de coqueiros já se transformou no clássico cartão-postal dessa praia, com seu verde-oliva refletindo-se nas águas transparentes. Tem rio e tem mar, além de trechos de mangue. Outro atributo é que ela é curtinha, com seus coqueirais sombreando a areia. Quando a maré se acalma, lá se formam piscinas naturais, repletas de peixes. Mas, verdade seja dita, Carneiro se revela por completa na maré alta. Por isso, nada de encarar aqueles passeios bate e volta para conhecê-la, hein?
JAPARATINGA (AL)
A estradinha corta a orla por um imenso sombreado formado por um jardim de coqueiros ao lado daquele marzão cor de Caribe. É a chamada Costa dos Corais, área de preservação ambiental ao norte de Maceió. No caminho, que os nativos batizaram de Rota Ecológica, fica Japaratinga -e fica também São Miguel dos Milagres. O lugar teve suas praias imortalizadas pelo filme "Deus É Brasileiro'', do alagoano Cacá Diegues. As paisagens são recortadas por falésias, pedras e barreiras de corais. Engana-se quem acha que falta infraestrutura: há restaurantes e pousadas charmosíssimas na região.
ILHA DE SANTO ALEIXO (PE)
Dona de pequenas enseadas, de mar calmo. As praias voltadas para mar aberto revelam um paraíso de águas cristalinas, tipo Polinésia, perfeitas para "snorkeling". A maioria dos turistas deixa a muvuca de Porto de Galinhas e segue para a ilha. Chegar lá é como se desligar do mundo, num ambiente desprovido de infraestrutura, perfeito para ir a dois -ou sozinho, para contemplar a natureza. E, o mais bacana, o vaivém da maré vale como válvula de escape para esquecer dos amargos da vida. Como não há hospedagens, é preciso ficar em Porto de Galinhas ou Carneiros.
PENÍNSULA DE MARAÚ (BA)
Maraú oferece algo mais do que sossego à beira-mar e um leque de passeios ecológicos. A começar pela variedade de paisagens. Extensos manguezais, uma sucessão de praias a perder de vista sem vivalma e piscinas naturais coloridas por cardumes -talvez a inacessibilidade ainda consiga preservar essas características. Sem contar sua simpática vilinha de Barra Grande. Ruas de areia, pracinha, casas simples e a igrejinha de São Sebastião, de 1855, imprimem ar bucólico ao lugar. E, o que é melhor, sem tiques turísticos. Porta de entrada de Maraú para a maioria dos visitantes, o vilarejo é o ponto de partida dos passeios pela península. Um deles percorre a terceira maior baía do Brasil, a de Camamu, passa por manguezais e ilhas, como a da Pedra Furada, que, como o nome diz, tem grande parte das pedras encontradas no local com furos, provocados por um molusco que a habita.
PONTA DO CORUMBAU (BA)
Se o seu negócio é esticar-se numa praia e esquecer-se da vida no melhor estilo baiano, uma dica é explorar o extremo sul do Estado. Longe de axé e do rebolado, onde barulho mesmo só o do movimento da maré, fica um pouquinho mais abaixo, em Corumbau. O próprio nome ajuda a entender o lugar: Corumbau significa "longe de tudo" na tradução tupi. Numa das regiões mais belas da Bahia, esse "corredor" de areia descortina, de um lado, um piscinão de águas calmas, cristalinas e esverdeadas e, do outro, o mar agitado, "cortado" pela foz do rio Corumbau. Para aproveitar o pontal e os seus quase 2 km de recife e areia que avançam mar adentro, o ideal é acompanhar o movimento da maré. Quando ela sobe, a ponta desaparece no meio das ondas.
MORERÉ - BOIPEBA (BA)
Há quem enxergue na transparência de suas piscinas naturais semelhanças com os mares do Caribe. Outros acreditam que aquela parte da Bahia é única, sem precedentes. Depois de cair em suas águas, ninguém mais duvida: Boipeba vale o esforço que envolve a jornada até lá. Se a maré não estiver baixa, espere por ela à sombra das amendoeiras. Quando a água baixar, dá para caminhar com a água, azul-bebê, na cintura, apreciando os peixinhos. O povo que está em Morro de São Paulo costuma chegar em embarcações. Turistas vindos de outras partes de Boipeba alcançam esse paraíso depois de atravessar o rio Oritibe, possível na maré baixa. Quer saber? Qualquer iniciativa vale a pena para pisar em Moreré.
BRAVA DA ALMADA (SP)
João Wainer/Folhapress |
Praia Brava da Almada, em Ubatuba |
CONCEIÇÃO (SC)
Praia de águas de um verde quase caribenho. O ponto alto é uma piscina natural, cercada por uma espécie de muralha que freia a entrada excessiva de água do mar, mantendo o nível sempre na altura um pouco acima da cintura de um adulto. Dá para ver os peixinhos nadando para lá e para cá. Da praia até a piscina são cerca de 20 minutos caminhando pelas pedras do costão. Território da família Schürmann, primeira do Brasil a circunavegar a Terra a bordo de um veleiro, Conceição está em Bombinhas, península do litoral catarinense.
ILHA DO MEL (PR)
Pode apostar, o Paraná guarda boas surpresas em seu litoral. As praias mais paradisíacas modelam ilhas.
Na mais famosa delas, a do Mel, estão 12 das melhores praias do Estado, de águas cristalinas e separadas por florestas da mata atlântica.
Ao menos cinco delas ficam dentro da área de estação ecológica. São desertas, do tipo que dá para nadar, digamos, à vontade. Para desbravar o trecho mais bonito desse litoral, um ingrediente não pode faltar na sua mochila: espírito aventureiro.
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