SELVA

SELVA

PÁTRIA

PÁTRIA

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Entre a Bandeira Nacional e o público, a precedência é do público

Critica-se muito e ensina-se pouco sobre os símbolos nacionais, principalmente a Bandeira e o Hino Nacional. Não por falta de legislação, mas pela não aplicação. Desde o século 19 dezenas de projetos foram aprovados e se tornaram decretos e leis, regulamentando o uso desses símbolos, vários com a obrigatoriedade do hasteamento da Bandeira e o canto do Hino Nacional nas escolas. A propósito, os últimos presidentes da República sancionaram inúmeras leis nesse sentido. A última foi a Lei 12.301, de 21 de setembro, assinada pelo vice-presidente José Alencar, no exercício do cargo de presidente da República, determinando a obrigatoriedade da execução semanal do Hino nos estabelecimentos de ensino fundamental. Sabemos da importância de cantá-lo e, às vezes, o evento é mostrado pela televisão para o mundo todo. Quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) se desmembrou em 15 nações-Estado em 1991, o presidente Boris Yeltsin adotou a Canção patriótica, sem letra. Na Olimpíada de Sydney (Austrália), o então presidente Vladimir Putin ficou tão constrangido com a mudez dos atletas russos por não terem o que cantar no pódio, que interveio: “Isso afeta a moral e o desempenho deles”.
Considerado como um dos mais bonitos do mundo, é preciso olhar o Hino Nacional com outros olhos e tratá-lo de modo mais respeitoso, principalmente cantando-o e tendo uma postura correta. Na maioria das cerimônias são cometidas gafes que estão ocorrendo em palácios e auditórios e nos palanques mais simples do país. E entre tantas falhas, de uns tempos para cá, surgiu uma que fere a vista e a estética e tem deixado o início das cerimônias com uma imagem nada bonita e desrespeitosa com o público. Informação errada passada às autoridades civis e ao público tem causado esse equívoco comportamental na hora da execução do Hino Nacional, quando as pessoas se voltam para a Bandeira Nacional e várias autoridades, compondo a mesa de honra, têm feito isso, o que é errado e mostra o que não existe: que a Bandeira é mais importante que o Hino.
Os símbolos nacionais são pares, não há precedência nem hierarquia entre eles. A obrigatoriedade de se voltar para a Bandeira Nacional é no seu dia, 19 de novembro, às 12h, quando for hasteada e arriada. Nas cerimônias em locais fechados ou cobertos, quando é executado o Hino Nacional, não se olha para a Bandeira, que deve estar à direita da mesa de honra. Em resumo: entre a Bandeira e o público, a precedência é do público. Uma exceção, e para poucos civis, sendo uma alta autoridade e for passar a tropa em revista, chegando em frente à Bandeira, faz uma reverência. Caso a cerimônia seja em ambiente aberto, como praça pública, campo de futebol, pode-se fazer o hasteamento e naturalmente olha-se para a Bandeira subindo e, junto dela, ou bem próximo, estarão algumas autoridades, já que as principais poderão estar fazendo o hasteamento.
A postura correta é simples, fica-se em pé, em posição de respeito, com os braços distendidos no prolongamento das pernas, e não com os braços cruzados, ou para trás ou para frente com uma mão segurando a outra, ou nos bolsos. Os integrantes da mesa apenas se levantam e ficam na posição de respeito e olham para a frente, e o público olha para a mesa. Não é ficar como uma estátua, se a Bandeira Nacional estiver ao alcance da visão sem precisar virar o corpo, olha-se para ela. Outra postura, pouco usada, que mostra respeito e patriotismo, é pôr a mão direita sobre o peito. Ninguém se volta para a Bandeira Nacional, muito menos as autoridades da mesa. Nem os militares. Em hipótese nenhuma, os componentes da mesa podem dar as costas ou os ombros ao público. Quando isso ocorre, e tem ocorrido com frequência, comete-se um desrespeito com um dos elementos essências da nação, o povo.
Outras dúvidas: ouvir e cantar ou não o Hino Nacional. Se um coral ou artista for cantar, deve-se ficar em silêncio, ouvindo, a não ser que o maestro, ou o artista peça, de viva voz, ou faça algum sinal para que todos cantem. Mas acho isto difícil. Artista e coral são convidados para serem ouvidos e vistos. Para isso, ensaiam durante horas ou dias. Só se canta o Hino Nacional quando as duas partes do poema são executadas. Maus exemplos sobre a postura e o canto do Hino frequentemente são mostrados, principalmente por algumas poucas autoridades e ídolos, como artistas e atletas das mais diferentes modalidades esportivas, mas, como são o que são, o grande público acha que eles estão certos. E não estão! Daí se origina o comportamento errado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário