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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Família de Jean Charles diz estar satisfeita com indenização

A família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia de Londres, em 2005, chegou a um acordo com a Scotland Yard para uma indenização, anunciaram as duas partes em comunicado publicado nesta segunda-feira. Os familiares de Jean Charles estão "satisfeitos" com o acordo, "que lhes permite deixar para trás o acontecimento e seguir adiante com suas vidas", acrescentou o documento.
O texto, assinado durante as negociações que ambas as partes realizaram semana passada, não indicou valor e destacou que nenhuma das duas partes vai fazer comentários sobre isto. No entanto, o jornal britânico "Daily Mail" publicou nesta segunda-feira que a família poderia receber somente um terço das 300 mil libras (R$ 858 mil) que seus advogados sugeriram. "O pagamento final pode ser de 100 mil libras (R$ 286 mil)", publicou o jornal, destacando ainda que a quantia está submetida a uma cláusula confidencial.
Segundo o "Daily Mail", a indenização será reduzida porque "a família Menezes é pobre e não podia esperar muito apoio financeiro do eletricista". Também pesa o fato de que Jean Charles não era casado nem tinha filhos.
A indenização, aponta o jornal, contrasta com as 400 mil libras (R$ 1,1 milhão) pagas ao então chefe da Polícia Metropolitana, o criticado Ian Blair, após deixar o cargo em 2008.
Até hoje, a família de Jean Charles recebeu apenas US$ 15 mil da polícia para pagar os custos do traslado do corpo e do funeral em sua cidade natal de Gonzaga, no Estado de Minas Gerais.
Erro trágico
Jean Charles foi morto depois que agentes policiais o confundiram com Hussain Osman. Ele e outros três cúmplices tinham escapado depois dos ataques terroristas frustrados de 21 de julho de 2005, uma ação que tentava repetir os atentados de 7 de julho, que mataram 52.
No inquérito sobre o caso, o júri apontou uma sucessão de erros da polícia --entre eles, a falha em avisar Jean Charles verbalmente antes de atirar contra o brasileiro. A versão policial de que o brasileiro teria corrido contra os policiais também foi descartada. No entanto, o júri considerou que não havia provas suficientes de que Jean Charles foi morto em ação ilegal.
O julgamento de três meses ocorreu após investigação da IPCC (Comissão Independente de Queixas da Polícia) que custou 300 mil libras (R$ 859 mil) e um julgamento de custo estimado em 1 milhão de libras (cerca de R$ 2,8 milhões), no qual a polícia foi considerada culpada e multada em 175 mil libras (cerca de R$ 500 mil). Os custos do julgamento são estimados em 8 milhões de libras (cerca de R$ 22 milhões).

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