Exército do Egito disse nesta sexta-feira que pode levantar a polêmica lei de emergência no país, prometeu uma eleição presidencial livre e garantiu que irá fazer outras concessões aos manifestantes antigoverno que, pelo 18º dia seguido, permanecem nas ruas demandando a renúncia do ditador Hosni Mubarak. No entanto, os militares querem que todos voltem às suas casas.
Depois de uma reunião nesta manhã do Conselho Supremo das Forças Armadas, presidido pelo ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, foi emitido um comunicado no qual também prometem não perseguir os "honoráveis cidadãos que rejeitaram a corrupção e pediram reformas".
Os comentários foram feitos um dia depois de Mubarak ter enfurecido os manifestantes ao fazer um discurso à nação no qual transferiu poderes para seu vice-presidente, Omar Suleiman, ao invés de deixar o cargo.
O Exército disse, no que chamou de "comunicado número 2" que irá "confirmar o levantamento do estado de emergência assim que as circunstâncias atuais acabarem", uma promessa que pode remover uma lei imposta por 30 anos que os manifestantes dizem ser usada para reprimir a dissidência.
Os militares, que leram o comunicado na emissora de TV estatal, prometeu garantir "as emendas legislativas necessárias para conduzir uma eleição presidencial livre e honesta". O Exército, cujo papel é tido como crítico nos próximos dias em aplacar as massas, também disse que irá proteger a nação, mas repetiu um pedido para os manifestantes irem para casa para que a vida no país possa voltar ao normal.
O comunicado "confirma a necessidade de retomar o trabalho ordenado nas instalações do governo e um retorno à vida normal".
Os manifestantes convocaram uma grande demonstração contra o ditador nesta sexta-feira.
No início da manhã, muitos egípcios começaram a chegar à praça Tahrir, no centro do Cairo, juntando-se aos que haviam passado a noite no local. Em comum, todos demonstravam fúria por Mubarak não ter renunciado.
"Foi uma provocação massiva... Há potencial para um banho de sangue", afirmou à rede americana CNN o ator e manifestante antigoverno Khalid Abdalla.
PRONUNCIAMENTO
No esperado pronunciamento desta quinta-feira, feito após rumores de que ele poderia deixar o cargo, Mubarak rejeitou a influência de outros países em acontecimentos políticos em seu país, e prometeu fazer uma transição democrática até setembro deste ano. Parte de seus poderes foram passados para o vice-presidente, mas Mubarak permanece no cargo até as novas eleições.
"Não vou deixar-me influenciar por demandas ou ingerências de outros países", disse ele. "Começamos um diálogo nacional construtivo, e isto resultou em harmonia para que consigamos avançar a um cronograma e para que implementemos uma transição democrática até setembro." Além de prometer punir os responsáveis pela repressão violenta aos protestos, o ditador admitiu as exigências dos manifestantes. "Sua demandas são justas e legítimas. Posso lhes dizer que eu, como presidente da República, respondo às causas de vocês e estou também constrangido", disse.
No entanto, deixou claro que se mantém à frente do país até as novas eleições, embora com parte de seus poderes sendo repassados a Suleiman. "Já disse antes que não vou concorrer às eleições de setembro e que me mantenho como protetor da Constituição e do povo egípcio. Esta promessa eu vou manter e me comprometo a transferir o poder a quem vencer as eleições de setembro", afirmou.
Mubarak dirigiu-se ao povo egípcio, mas destacou os jovens, que deram início aos protestos no dia 25 de janeiro e compõem a maior parte dos manifestantes.
"Estou falando a vocês, como um símbolo da nova geração do Egito, eu lhes posso contar, antes de qualquer coisa, que o sangue de seus mártires não foi derramado em vão e que vou condenar todos aqueles que cometeram crimes contra vocês", afirmou.
Comentando sobre os quase 300 mortos, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o ditador disse: "posso dizer também a todos os familiares dessas pessoas que tudo o que aconteceu me causou dor".
SULEIMAN
Pouco após receber parte dos poderes de governo do ditador Hosni Mubarak, o vice-presidente egípcio Omar Suleiman falou à nação na TV estatal pedindo aos manifestantes que voltem para casa e para seus postos de trabalho, solicitando assim o fim dos protestos que há 17 dias acontecem no país.
"Aos que estão preocupados com a estabilidade do Egito, peço que se unam para o bem do país", afirmou Suleiman em seu primeiro pronunciamento após receber poderes do ditador Mubarak.
O vice causou polêmica ao dizer que os manifestantes não devem dar atenção às emissoras por satélite (estrangeiras como as árabes Al Jazeera e Al Arabiya, a britânica BBC e a americana CNN) "que não têm interesse no benefício do Egito".
Depois de uma reunião nesta manhã do Conselho Supremo das Forças Armadas, presidido pelo ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, foi emitido um comunicado no qual também prometem não perseguir os "honoráveis cidadãos que rejeitaram a corrupção e pediram reformas".
Os comentários foram feitos um dia depois de Mubarak ter enfurecido os manifestantes ao fazer um discurso à nação no qual transferiu poderes para seu vice-presidente, Omar Suleiman, ao invés de deixar o cargo.
O Exército disse, no que chamou de "comunicado número 2" que irá "confirmar o levantamento do estado de emergência assim que as circunstâncias atuais acabarem", uma promessa que pode remover uma lei imposta por 30 anos que os manifestantes dizem ser usada para reprimir a dissidência.
Os militares, que leram o comunicado na emissora de TV estatal, prometeu garantir "as emendas legislativas necessárias para conduzir uma eleição presidencial livre e honesta". O Exército, cujo papel é tido como crítico nos próximos dias em aplacar as massas, também disse que irá proteger a nação, mas repetiu um pedido para os manifestantes irem para casa para que a vida no país possa voltar ao normal.
O comunicado "confirma a necessidade de retomar o trabalho ordenado nas instalações do governo e um retorno à vida normal".
Os manifestantes convocaram uma grande demonstração contra o ditador nesta sexta-feira.
No início da manhã, muitos egípcios começaram a chegar à praça Tahrir, no centro do Cairo, juntando-se aos que haviam passado a noite no local. Em comum, todos demonstravam fúria por Mubarak não ter renunciado.
"Foi uma provocação massiva... Há potencial para um banho de sangue", afirmou à rede americana CNN o ator e manifestante antigoverno Khalid Abdalla.
PRONUNCIAMENTO
No esperado pronunciamento desta quinta-feira, feito após rumores de que ele poderia deixar o cargo, Mubarak rejeitou a influência de outros países em acontecimentos políticos em seu país, e prometeu fazer uma transição democrática até setembro deste ano. Parte de seus poderes foram passados para o vice-presidente, mas Mubarak permanece no cargo até as novas eleições.
"Não vou deixar-me influenciar por demandas ou ingerências de outros países", disse ele. "Começamos um diálogo nacional construtivo, e isto resultou em harmonia para que consigamos avançar a um cronograma e para que implementemos uma transição democrática até setembro." Além de prometer punir os responsáveis pela repressão violenta aos protestos, o ditador admitiu as exigências dos manifestantes. "Sua demandas são justas e legítimas. Posso lhes dizer que eu, como presidente da República, respondo às causas de vocês e estou também constrangido", disse.
No entanto, deixou claro que se mantém à frente do país até as novas eleições, embora com parte de seus poderes sendo repassados a Suleiman. "Já disse antes que não vou concorrer às eleições de setembro e que me mantenho como protetor da Constituição e do povo egípcio. Esta promessa eu vou manter e me comprometo a transferir o poder a quem vencer as eleições de setembro", afirmou.
Mubarak dirigiu-se ao povo egípcio, mas destacou os jovens, que deram início aos protestos no dia 25 de janeiro e compõem a maior parte dos manifestantes.
"Estou falando a vocês, como um símbolo da nova geração do Egito, eu lhes posso contar, antes de qualquer coisa, que o sangue de seus mártires não foi derramado em vão e que vou condenar todos aqueles que cometeram crimes contra vocês", afirmou.
Comentando sobre os quase 300 mortos, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o ditador disse: "posso dizer também a todos os familiares dessas pessoas que tudo o que aconteceu me causou dor".
SULEIMAN
Pouco após receber parte dos poderes de governo do ditador Hosni Mubarak, o vice-presidente egípcio Omar Suleiman falou à nação na TV estatal pedindo aos manifestantes que voltem para casa e para seus postos de trabalho, solicitando assim o fim dos protestos que há 17 dias acontecem no país.
"Aos que estão preocupados com a estabilidade do Egito, peço que se unam para o bem do país", afirmou Suleiman em seu primeiro pronunciamento após receber poderes do ditador Mubarak.
O vice causou polêmica ao dizer que os manifestantes não devem dar atenção às emissoras por satélite (estrangeiras como as árabes Al Jazeera e Al Arabiya, a britânica BBC e a americana CNN) "que não têm interesse no benefício do Egito".
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